Dia do Amigo: rins doados por amigos salvam a vida de pacientes no RJ; ‘Ato de amor’, diz mulher


Data é comemorada neste sábado, 20 de julho. Michele e Sidney, dois pacientes renais, tiveram a qualidade de vida devolvida por grandes amigos. Doações de rins feitas por amigos salvam a vida de pacientes no Rio
Arquivo pessoal
Um leito de hemodiálise, dores e a constante sensação de ter a vida ameaçada. Dois pacientes renais do Rio de Janeiro tiveram a trajetória transformada por amigos que decidiram ajudar a devolver a qualidade de vida.
Sidney dos Santos Gomes, de 56 anos, passou quase 3 anos sofrendo de Doença Renal Crônica (DRC), com risco de evoluir para o estágio de falência renal funcional.
Já Michele Silva de Oliveira, de 45, sofreu por 5 anos de síndrome nefrótica e tendo apenas 30% da capacidade renal.
Doações de rins feitas por amigos salvam a vida de pacientes no Rio
Arquivo pessoal
Ambos receberam uma grande prova de amizade: doações de rins de seus amigos, Adélia Maria Mariano e Érika Justino, respectivamente. No Dia do Amigo, que é comemorado neste sábado (20 de julho), eles lembram que a amizade é também uma relação de amor.
“Por quase 3 anos, sofri com esse distúrbio, que me privou de muitas atividades e me levou a fazer hemodiálise para viver. Mas, hoje, depois do transplante, que pude realizar por intermédio da generosidade de minha amiga [Adélia] de mais de 10 anos, tenho qualidade de vida, estou muitíssimo bem, graças a Deus, e sou outra pessoa”, comemora Sidney.
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No Brasil, a lei diz que pessoas de uma mesma família podem fazer esse tipo de doação – parentes até quarto grau ou cônjuges. Já as pessoas sem parentesco precisam da expedição de um alvará de autorização judicial.
Doações de rins feitas por amigos salvam a vida de pacientes no Rio
Arquivo pessoal
Esse ato entre amigos é chamado doação entre vivos de pessoas não aparentadas, ou seja, que não possuem laços consanguíneos.
“Considero o que a Érika fez por mim um ato de amor mesmo. Às vezes, as pessoas colocam tantos empecilhos para qualquer gesto de generosidade, pensando que doação é só algo material, mas, na verdade, não é. Você pode doar sangue, órgãos, e isso tudo é amor”, diz Michele.
O nefrologista e médico transplantador Alan Castro, do Complexo Hospital de Niterói (CHN), onde Adélia e Sidney fizeram a cirurgia, destaca que, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, a sobrevida do receptor é maior em 5 anos quando o transplante é realizado com doador vivo.
“Essa diferença se deve à melhor qualidade do órgão a ser implantado. Entretanto, apesar do benefício, a taxa de transplantes por milhão de população (pmp) é bem baixa quando comparada com a do doador falecido. Em 2023, por exemplo, as taxas no Brasil foram de 18,65 pmp para doador falecido enquanto, para doador vivo, foram de 4,78 pmp”, disse Castro.
Doações de rins feitas por amigos salvam a vida de pacientes no Rio
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Segundo Pedro Tulio Rocha, nefrologista e coordenador de Transplante Renal do Hospital São Lucas Copacabana, onde aconteceu a cirurgia de Michele e Érika, o transplante renal é a melhor alternativa de tratamento para casos graves, sendo capaz de devolver a qualidade de vida ao paciente.
“A doença renal crônica evolui progressivamente, levando à falência dos rins, e só mesmo a substituição dos órgãos seria capaz de solucionar a questão”, explica o médico.
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