Dólar abre em queda terça-feira, com inflação dos EUA no radar


Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,07%, cotada a R$ 6,0975. Já o principal índice de ações da bolsa de valores encerrou em alta de 0,13%, aos 119.007 pontos. Cédulas de dólar
John Guccione/Pexels
Sem grandes destaques na agenda doméstica, o dólar abriu a sessão desta terça-feira (14) em queda, na expectativa por novos dados de inflação nos Estados Unidos. Eventuais sinalizações sobre o futuro do quadro fiscal brasileiro também seguiam no radar.
No exterior, as atenções ficam com o novo índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA, que deve ser divulgado ainda nesta manhã.
A projeção do mercado é que o indicador de dezembro registre alta — o que aumenta a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode estar chegando ao fim do ciclo de cortes de juros na maior economia do mundo.
Ja no Brasil, a agenda de indicadores fraca continua a voltar as atenções do mercado para o cenário fiscal. Nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o projeto que cria regras mais flexíveis para o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal.(Entenda mais abaixo)
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 9h01, o dólar caía 0,10%, cotado a R$ 6,0913. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,07%, cotado a R$ 6,0975.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,07% na semana;
recuo de 1,33% no mês e no ano.

Ibovespa
As negociações no Ibovespa, por sua vez, começam às 10h.
Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,13%, aos 119.007 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,13% na semana;
perdas de 1,06% no mês e no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Sem grandes destaques na agenda doméstica, as atenções dos investidores continuam voltadas para o noticiário internacional. O foco fica com a divulgação do novo índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, previsto para esta manhã.
A projeção do mercado é que o indicador registre uma alta de 0,3% em dezembro e de 3,4% em 12 meses — resultados que ainda são considerados altos para o país. Caso se concretize, os dados devem aumentar as perspectivas no mercado de que o Fed deve estar perto do fim do ciclo de cortes de juros nos EUA.
Juros maiores nos Estados Unidos aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, e podem contribuir para uma valorização do dólar frente a moedas de outros países, incluindo o Brasil.
Esse cenário de dólar forte e juros mais altos do que o previsto nos EUA fica ainda mais evidente em meio à eleição de Donald Trump para a Casa Branca.
Isso porque o novo presidente promete uma agenda protecionista (ou seja, que priorize a atividade norte-americana e limite a concorrência estrangeira) para o país durante sua gestão — o que pode pressionar a inflação estadunidense e impedir novos cortes de juros pelo Fed.
Nesse cenário, os novos dados de inflação ao consumidor dos EUA, que devem ser divulgados ainda nesta semana, também ficam no radar.
Por aqui, a falta de indicadores continua a colocar o cenário fiscal na mira dos investidores. Nesta terça-feira, Lula sancionou o projeto que cria regras mais flexíveis para o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal.
Lula vetou trechos que, na visão do governo, geravam impacto no resultado primário das contas públicas – ou seja, na busca pelo equilíbrio entre receita e despesas em 2025 e nos próximos anos.
Esses trechos deverão ser analisados novamente pelo Congresso – que pode, se atingir um número mínimo de votos, restaurar as partes vetadas e incluí-las novamente no texto.
“A sanção presidencial reforça o compromisso com a solução das dívidas dos estados, possibilitando a redução dos juros, o alongamento da dívida e o uso de ativos para abatimento dos débitos, incentivando uma gestão fiscal responsável e investimentos em áreas prioritárias para o desenvolvimento do país”, diz material divulgado pelo governo.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou, em entrevista à GloboNews, que a equipe econômica deve apresentar novas medidas a fim de garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
O ministro também admitiu que o governo teve problemas de comunicação no último ano.
“Nós tivemos um problema grave de comunicação. Precisamos nos comunicar melhor. O mercado está muito sensível no mundo inteiro. Não é uma situação normal que o mundo está vivendo e essa é outra parte da história”, afirmou.

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