Joe Biden retoma a campanha desde o atentado contra Donald Trump e critica as propostas do republicano


Mesmo insistindo em concorrer à reeleição, Biden está cada vez mais isolado. O Partido Democrata está dividido entre apoiá-lo ou não. Joe Biden retoma a campanha desde o atentado contra Donald Trump e critica as propostas do republicano
Reprodução/TV Globo
O presidente Joe Biden fez nesta terça-feira (15) o primeiro discurso de campanha desde o atentado contra Donald Trump, e criticou as propostas do republicano.
Joe Biden está de volta, dessa vez ao estado de Nevada. Ele tinha suspendido a campanha depois da tentativa de assassinato a Donald Trump no sábado (13). Mandou até tirar do ar todos os anúncios de televisão. Mas as propagandas voltaram a ser exibidas nesta terça-feira (16).
Na segunda-feira (15), o presidente americano deu uma entrevista à rede de TV americana NBC. O jornalista Lester Holt lembrou que, na semana passada, Biden disse que tinha que colocar Trump no alvo. Isso foi antes de o ex-presidente quase levar um tiro em um comício. Biden afirmou que foi um erro ter usado a palavra; que ele queria dizer que Trump tinha que ser o foco.
É porque antes de sábado, o foco estava todo na idade de Biden. Na entrevista ele disse:
“A ideia de que eu sou velho. Eu sou. Eu sou velho. Mas eu sou apenas três anos mais velho do que Trump. E minha acuidade mental está muito boa”.
Biden reforçou que não vai desistir. Ele disse:
“14 milhões de pessoas votaram em mim. Escute-os”.
Biden se referia aos eleitores democratas que votaram nele nas eleições primárias para decidir quem será o candidato do partido.
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Mesmo insistindo em concorrer à reeleição, Biden está cada vez mais isolado, desde o debate de junho em que parecia não ser capaz de expor suas ideias com clareza. Os principais interlocutores dele hoje não são seus assessores ou chefes de comunicação. São sua própria família – a mulher Jill e o filho Hunter.
O Partido Democrata está dividido entre apoiá-lo ou não. Por isso, ele volta a fazer campanha focado em quem sempre esteve ao seu lado: o eleitorado negro.
O presidente americano, quando jovem, trabalhava como salva-vidas em um bairro negro de Wilmington, no estado de Delaware. Foi nesse lugar que a carreira política dele começou. Conhecia todo mundo, chamava pelos apelidos. Depois foi vice de Barack Obama e escolheu como sua vice Kamala Harris.
Em 2020, 87% dos eleitores negros votaram em Biden. Foram chave para sua eleição. Para retomar a campanha em Nevada, ele escolheu a Associação de Combate ao Racismo, em uma conferência em Las Vegas. Nevada é um estado importante porque Biden ganhou por lá em 2020, mas agora Trump aparece na frente nas pesquisas. Logo de cara, ele brincou com a cidade dos cassinos, disse:
“Aposto todas minhas fichas nessa disputa”.
E contou, ainda em tom de brincadeira, que uma vez alguém disse: “Se você quer um amigo em Washington, adote um cachorro”. Biden disse:
“Nas últimas semanas, eu tive uma aula e entendo o que isso quer dizer”.
O presidente voltou a dizer que todos devem condenar a violência de qualquer forma e criticou a falta de controle em relação às armas nos Estados Unidos. Defendeu banir AR-15, a arma usada no atentado contra Donald Trump. Disse que ela não foi usada só nesse caso, que armas matam crianças todos os dias.
Lembrou que depois do atentado contra Trump, falou em baixar a temperatura do discurso político, mas disse que isso não quer dizer que ele vai deixar de falar a verdade.
Em vez de atacar Donald Trump, atacou o chamado Projeto 2025. Um plano de governo feito por aliados do candidato republicano, que propõe aumentar o poder do presidente, acabar com o departamento de educação, restringir o acesso ao aborto e cancelar todas as iniciativas climáticas. Trump nega que o documento de 900 páginas seja sua cartilha.
O presidente também defendeu a diversidade do povo americano. Joe Biden disse que a idade trouxe sabedoria e que ele sabe fazer o trabalho de presidente.
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