No Amapá, incêndio na Reserva Biológica do Lago Piratuba chega a 20 mil hectares, diz Ibama


Maior dificuldade enfrentada pelos brigadistas é o tipo de vegetação da região. O fogo inicia no solo revestido de folhas e se alastra rapidamente pela única reserva federal do Estado. 40 profissionais trabalham no combate. Incêndio florestal na reserva biológica do Lago Piratuba
Brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão reforçando o combate às queimadas na Reserva Biológica do Lago Piratuba, no Leste do Amapá. Anualmente a região, que é a única reserva federal do Estado, sofre com o fogo provocado pelos efeitos da estiagem.
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De acordo com Bernardino Nogueira, superintendente do Ibama no Estado, o fogo já consumiu uma área de cerca de 20 mil hectares. (veja vídeo acima).
“O fogo já consumiu 20 mil hectares. Já fizemos cerca de 11 quilômetros de trincheira para conter esse fogo. O trabalho está muito forte na região”, destacou.
Vista aérea da Reserva do Lago Piratuba, no Leste do Amapá em 2024
ICMbio/Divulgação
Nogueira destaca que entre os principais desafios para o trabalho na Reserva estão o acesso à área e o tipo de vegetação existente. Atualmente, 40 profissionais atuam na Reserva.
Anteriormente, esses brigadistas estavam trabalhando em Laranjal do Jari, no Sul do Amapá, e foram remanejados para a área da Reserva.
“Nós reforçamos o número de brigadistas que atuam na área agora, pois anteriormente estávamos combatendo o fogo do Laranjal Jari que estava muito forte também. Conseguimos conter o fogo lá, agora vamos então trabalhar na Reserva” disse Bernardino.
Brigadistas atuando em Laranjal do Jari
Ibama/Divulgação
Acompanhe matérias sobre o fogo no Jari:
VÍDEO: incêndios atingem áreas de vegetação em Laranjal do Jari, sul do Amapá
Incêndio em área de mata se alastra e atinge casa em Laranjal do Jari, no Sul do Amapá
VÍDEO: incêndio atinge 4 casas em Laranjal do Jari, no Sul do Amapá
Imagem mostra as chamas no ano passado
Rafael Aleixo/g1
Inicio do fogo
O ICMbio informou que o primeiro foco de incêndio detectado, por meio de imagens de satélites, no dia 20 de outubro de 2024, numa distância de 3,40 km do limite noroeste da unidade de conservação. As ações de combate ao incêndio iniciaram no último 27 de novembro.
Em relação à área atingida, o incêndio se concentra num campo aberto e áreas de manguezal, onde existem grandes extensões de turfeiras (entenda o que são essas turfeiras abaixo).
Incêndio florestal na Reserva Biológica do Lago Piratuba
ICMbio/Divulgação
No mesmo período do ano passado, o Ibama informou que o fogo já alcançava cerca de 8 quilômetros da Reserva. A queimada teria começado em uma fazenda vizinha que tem cerca de 400 mil hectares.
Leia está matéria e relembre o caso: No AP, incêndio na Reserva Biológica do Lago Piratuba chega a 8 quilômetros de extensão.
Enfrentamento ao fogo na Reserva
O principal trabalho é a abertura de trincheiras para evitar que o fogo atinja outras regiões. A área protegida possui um total de 392.474,85 hectares abrange os municípios de Amapá, Cutias e Tartarugalzinho.
Para chegar até a Reserva, somente por via aérea, isso porque a região fica numa área afastada. Para ter noção do espaço atingido, é preciso realizar sobrevoos e mapeamentos via satélite.
Brigadistas do Ibama que atuam na área da reserva
Ibama/Divulgação
Além disso, a vegetação da Reserva é caracterizada pelo ‘Solo Turfa’, que consiste em folhas revestidas no solo, o que colabora diretamente para que o fogo se alastre de forma rápida pela terra.
🔎Entenda mais sobre Solo Turfa: A turfa é um composto orgânico formado a partir da decomposição de vegetais de pequeno porte que se desenvolvem em meio líquido, e é encontrada em solos alagadiços, geralmente entre 2 e 5 metros de profundidade.

Segundo especialistas, as turfeiras pristinas são ecossistemas de grande importância, pois fornecem uma série de serviços ecossistêmicos, entre eles, o armazenamento de grandes quantidades de carbono.
Bernardino destaca que o trabalho dos brigadistas também é voltado para entender a questão dos ventos na região. Os profissionais atuam para que o vento ajude a levar o fogo para uma área que tenha lago, assim, as chamas vão ser diminuídas.
“Na segunda-feira também deu uma chuva lá, mas como a área, o terreno é de turfa, precisa de muita chuva para apagar o fogo que consome embaixo da terra, embaixo das árvores […] Então precisa de muita chuva para que esse fogo seja debelado” destacou Bernadino.
O ICMbio informou que nesta segunda-feira (2) foram finalizadas as horas de voo da aeronave Pantera K2 do Exército Brasileiro que estava apoiando as equipes. A expectativa é que na próxima quarta-feira (4) um helicóptero do Ibama chegue ao Estado para ajudar no trabalho dos brigadistas.
O Amapá enfrenta o período mais crítico da estiagem, em razão disso foi decretado emergência nos 16 municípios.
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