O que os homens precisam saber sobre sexo e saúde cardiovascular


Especialistas apontam que problemas cardíacos e dificuldades sexuais podem ser faces da mesma moeda, influenciados por fatores como fluxo sanguíneo, estilo de vida e saúde emocional. Para manter uma vida sexual satisfatória e reduzir o risco de doenças cardiovasculares, o estilo de vida é a principal arma
Instituto Homem/Divulgação
A vida sexual e a saúde cardiovascular estão profundamente conectadas, embora muitos homens não percebam essa relação até que enfrentem problemas. Quando se fala em coração, o foco geralmente está em evitar doenças graves como infarto e hipertensão. No entanto, o impacto das doenças cardíacas na vida sexual é real e significativo, afetando não apenas a função sexual, mas também o bem-estar emocional e psicológico dos homens.
Especialistas apontam que problemas cardíacos e dificuldades sexuais podem ser faces da mesma moeda, influenciados por fatores como fluxo sanguíneo, estilo de vida e saúde emocional. Nesta matéria, exploramos essa relação e como os homens podem cuidar do coração para manter uma vida sexual saudável.
O coração e a função sexual: como estão ligados?
A função sexual masculina depende fortemente da circulação sanguínea, que leva o sangue ao pênis e permite a ereção. Para que esse processo funcione de forma eficaz, as artérias precisam estar desobstruídas e o sistema cardiovascular em boas condições.
“As artérias que irrigam o pênis são mais finas do que as coronárias, então qualquer obstrução no sistema cardiovascular pode afetar diretamente a ereção”, explica Dr. Flavio Machado, fundador do Instituto Homem.
Doenças cardiovasculares, hipertensão e colesterol elevado dificultam o fluxo sanguíneo, afetando a capacidade do homem de manter uma ereção firme. Em muitos casos, a disfunção erétil é um dos primeiros sinais de que algo está errado com a saúde cardiovascular, servindo como um “alarme” precoce para problemas maiores.
Fatores de risco compartilhados
A conexão entre saúde do coração e função sexual masculina também se estende aos fatores de risco. Problemas como obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool afetam tanto o coração quanto a capacidade sexual. Homens sedentários, por exemplo, apresentam maior risco de disfunção erétil, pois a falta de atividade física enfraquece o sistema cardiovascular e diminui a produção de óxido nítrico, uma substância essencial para o relaxamento dos vasos sanguíneos e para o processo de ereção.
A diabetes também é um fator importante nessa equação. A condição danifica os vasos sanguíneos e os nervos, comprometendo tanto a saúde do coração quanto a função sexual.
“Homens diabéticos têm duas vezes mais chance de desenvolver disfunção erétil do que aqueles sem a doença, pois os danos aos vasos e nervos são cumulativos”.Impacto emocional: como doenças cardíacas afetam o desejo sexual
Além dos efeitos físicos, a saúde cardiovascular também impacta a libido e a satisfação sexual de forma indireta. Homens que já enfrentaram um episódio cardíaco, como infarto, muitas vezes desenvolvem medos relacionados à atividade sexual, preocupados em que o esforço possa provocar um novo problema. Esse temor gera ansiedade, e a falta de autoconfiança afeta o desejo e a qualidade das relações.
“Após um evento cardíaco, é normal que o homem experimente uma queda na autoestima e medo de ter relações sexuais. Esse receio, somado à ansiedade, pode afetar profundamente a vida íntima e o desejo sexual, gerando uma espiral de insatisfação”, explica a psicóloga e terapeuta sexual Juliana Souza.
Ela recomenda que homens que passaram por algum problema cardíaco busquem apoio psicológico para superar esses medos e, quando necessário, um acompanhamento com um cardiologista que possa ajudar a estabelecer limites e esclarecer quais atividades são seguras.
Os homens precisam praticar exercícos físicos para manter uma boa saúde sexual
Instituto Homem/Divulgação
Prevenindo problemas cardíacos para uma vida sexual saudável
Para manter uma vida sexual satisfatória e reduzir o risco de doenças cardiovasculares, o estilo de vida é a principal arma. Aqui estão algumas práticas recomendadas:
Praticar atividade física regularmente: exercícios, especialmente cardiovasculares, melhoram a circulação, ajudam no controle do peso e reduzem a pressão arterial.
Adotar uma dieta equilibrada: dietas ricas em frutas, legumes, grãos integrais e gorduras saudáveis (como o azeite de oliva) ajudam a proteger o coração e manter o peso.
Evitar o tabagismo e moderar o consumo de álcool: o cigarro e o álcool estão associados ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e disfunção erétil.
Fazer check-ups regulares: consultas preventivas ajudam a identificar fatores de risco e a tratar problemas antes que eles se tornem mais graves.
Acompanhamento médico e reeducação sexual
Para os homens que já enfrentam algum problema cardiovascular, o acompanhamento médico é essencial. Além de consultas regulares com um cardiologista, o suporte psicológico e a terapia sexual podem ser de grande ajuda para superar medos e inseguranças em relação à vida sexual. Homens que têm problemas cardíacos devem saber que, com acompanhamento e mudanças no estilo de vida, é possível viver plenamente e continuar aproveitando uma vida sexual satisfatória.
A saúde do coração e a vida sexual caminham lado a lado, e o conhecimento é a chave para preservar ambos. Afinal, cuidar do coração significa cuidar também do prazer e da qualidade de vida. Em um mundo onde a saúde masculina ainda é muitas vezes negligenciada, abordar essa ligação pode fazer a diferença na longevidade e bem-estar dos homens, permitindo que desfrutem de uma vida longa, ativa e realizada – tanto no campo da saúde quanto no campo da intimidade.
Responsável Técnico: Dr. Flavio Machado – CRM 196137
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