Com curativo na orelha, Trump faz primeira aparição pública após atentado em comício


Donald Trump subiu ao palco da Convenção Nacional Republicana nesta segunda (15) ao lado do vice J.D. Vance, dois dias após sofrer uma tentativa de assassinato. Trump
Mike Segar/Reuters
Donald Trump subiu no palco da Convenção Nacional do Partido Republicano na noite desta segunda-feira (15) como candidato oficial do partido às eleições. Esta foi sua primeira aparição pública desde o atentado que sofreu durante um comício.
Ao subir no palco da convenção, Trump estava com um curativo na orelha, acenou a seus apoiadores e ergueu o punho, tal qual o fez no comício. O público gritou “nós temos Trump”.
Trump estava acompanhado do senador J.D. Vance, escolhido por ele para ser seu vice na disputa eleitoral. A chapa com os dois foi formalizada durante o primeiro dia do evento, que vai até quinta-feira (18). Saiba quem é J.D. Vance.
Não é esperado que Trump faça um pronunciamento. Há um discurso oficial planejado para o último dia, na quinta-feira (18).
Donald Trump e J.D. Vance, candidatos a presidente e vice-presidente pelo partido republicano, respectivamente, no palco na Convenção Nacional Republicana em 15 de julho de 2024.
ANGELA WEISS/AFP
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O republicano estava em um comício eleitoral na Pensilvânia no último sábado (13) quando um atirador, identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, alvejou Trump na orelha com um fuzil AR-15.
Candidato republicano Donald Trump sobe ao palco na Convenção Nacional Republicana em 15 de julho de 2024.
Reuters
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A cerimônia da subida ao palco, que consolidou a primeira imagem de Trump e Vance como candidatos oficiais à presidência (veja acima), foi adiantada no contexto da convenção republicana –normalmente isso não acontece no primeiro dia.
A recepção de Trump no palco foi como de uma “liderança messiânica”, disse o comentarista da GloboNews Guga Chacra.
Mesmo com o atentado, Trump manteve a agenda e viajou a Milwaukee para a convenção republicana, que teve segurança reforçada. Em sua primeira entrevista pós-atentado, o ex-presidente disse que “deveria estar morto”.
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Trump
Mike Segar/Reuters
Trump com os punhos cerrados logo depois de levar um tiro na orelha
Evan Vucci/AP
Formalização da candidatura e indicação de vice
Trump foi oficializado como candidato do Partido Republicano na corrida à Casa Branca nesta segunda (15). A formalização do resultado das prévias do partido ocorreu durante o primeiro dia da Convenção Nacional Republicana.
Foi lá que Trump anunciou a escolha de J.D. Vance para ser o vice-presidente de sua chapa à Casa Branca. James David Vance é um senador republicano pelo estado de Ohio.
Vance talvez seja o mais alinhado ideologicamente com o ex-presidente e energizaria sua base. Aos 39 anos, ele adicionaria um contraste millennial aos homens mais velhos no topo das chapas de seus partidos. Vance é senador há menos de dois anos.
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Donald Trump (à esquerda) escolheu o senador republicano J.D. Vance para ser seu vice em 15 de julho de 2024.
Marco Bello/Rebecca Cook/Reuters

O presidente Joe Biden se pronunciou sobre Vance após o anúncio de Trump: “Sobre J.D. Vance, é o seguinte: ele fala muito sobre os trabalhadores. Mas agora, ele e Trump querem aumentar os impostos das famílias de classe média enquanto promovem mais cortes de impostos para os ricos”, disse Biden em publicação no X (antigo Twitter).
Biden é o vencedor das prévias democratas e candidato do partido até o momento, apesar da pressão que vem sofrendo para desistir da corrida e deixar um novo político assumir a candidatura democrata para a Casa Branca.
O Partido Democrata também se manifestou, chamou J.D. Vance de extremista e “ultra-MAGA”, se referindo ao slogan “Make America Great Again” (“Faça os EUA Grandes Novamente”, em português). A publicação no X (antigo Twitter) foi apagada minutos depois.
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Vice-presidente nos EUA
Nos Estados Unidos, o cargo de vice-presidente é visto principalmente como substituto do presidente em caso de morte ou renúncia. Além disso, a posição é extremamente limitada, segundo a Constituição dos EUA.
John Adams, o primeiro vice-presidente dos Estados Unidos, reclamou amargamente de seu destino em uma carta à sua esposa, Abigail, em 1793: “Meu país, em sua infinita sabedoria, me designou para o cargo mais insignificante já imaginado pelo homem”.
A função evoluiu com o tempo e hoje equivale a ser uma “espécie de conselheiro multifuncional” para o ocupante da Casa Branca, explicou Joel Goldstein, professor da Universidade de Saint Louis, à AFP.
A atual vice-presidente, Kamala Harris, lida principalmente com questões como o direito ao aborto e imigração. Seu caso desperta grande interesse devido à idade do presidente Biden.
A verdade é que os poderes do vice-presidente dependem muito da personalidade do presidente, observa Goldstein.
“E é difícil imaginar Trump permitindo que alguém roube seu protagonismo”, garante.
Mas talvez a qualidade que Trump valorize acima de tudo seja a lealdade.
Seu ex-vice-presidente Mike Pence jurou lealdade absoluta ao republicano, mas em 6 de janeiro de 2021 se recusou a bloquear a validação da vitória de Joe Biden pelo Congresso, indo contra as ordens de Donald Trump.
Os apoiadores de Trump agora veem Mike Pence como um traidor, e Donald Trump descartou completamente escolhê-lo novamente como companheiro de chapa.
Quem são seus candidatos favoritos? É um mistério, mas vários nomes estão sendo cogitados, como Doug Burgum, Marco Rubio e J.D. Vance.
Sempre que questionado sobre o assunto, a equipe de Trump se refere à breve declaração de Brian Hughes, um de seus assessores: “Qualquer um que diga saber quem Donald Trump escolherá como vice-presidente, ou quando, está mentindo. A menos que essa pessoa se chame Donald Trump”.
Nove vice-presidentes chegaram à presidência nessas circunstâncias. Os mais recentes foram Lyndon Johnson, após o assassinato de John F. Kennedy, e Gerald Ford, depois da renúncia de Richard Nixon devido ao escândalo Watergate.
Alguns optaram por buscar a presidência após seus mandatos, como Joe Biden, que foi vice de Barack Obama.

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