Em pronunciamento à nação, Biden pede união, condena a violência e diz que é preciso baixar a temperatura na política


A campanha de Joe Biden retomou as propagandas politicas contra Donald Trump, suspensas desde o dia do ataque. Em pronunciamento à nação, Biden pede união, condena a violência e diz que é preciso baixar a temperatura na política
Reprodução/TV Globo
Em Washington, o presidente Joe Biden retomou a campanha pela reeleição. Em um pronunciamento na noite de domingo (14), Biden pediu o fim da violência na política.
É um daqueles momentos históricos que chocam o país. Um tiro não feria um presidente americano desde Ronald Reagan, há mais de 40 anos.
A crise levou Joe Biden para o Salão Oval, em horário nobre, o que só ele fez outras duas vezes desde que assumiu a Presidência. Às 20h deste domingo (14), o presidente se dirigiu ao povo americano:
“Eu quero falar com vocês sobre a necessidade de baixar a temperatura na nossa politica e lembrar que, mesmo que discordemos, nós não somos inimigos. Nós somos vizinhos, amigos, colegas de trabalho, e precisamos ficar juntos”.
Biden citou outros exemplos de violência politica nos EUA. Lembrou intimidações a autoridades eleitorais em 2020, os ataques ao Capitólio em 2021, e ao marido da presidente da Câmara, no ano seguinte.
“Não há lugar nos EUA para esse tipo de violência. Não podemos permitir que esta violência seja normalizada”, afirmou.
O presidente repetiu que a discordância é inevitável na democracia, mas que a política nunca deve ser um campo de batalha.
“E, Deus me livre, um campo de extermínio”, completou.
Ele insistiu que a união é difícil, mas que nada é mais importante agora. Para isso, Biden defendeu a necessidade de ouvir o outro e buscar informação confiável.
“Precisamos sair de nossas bolhas, onde apenas ouvimos aqueles com quem concordamos, onde a desinformação é galopante, onde os atores estrangeiros atiçam as chamas da divisão para moldar resultados conforme os interesses deles, e não os nossos. Aqui nos EUA, nós resolvemos nossas diferenças nas urnas, não com balas de revólver”, concluiu.
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Na manhã desta segunda-feira (15), o presidente cancelou uma viagem ao Texas e convocou, mais uma vez, a equipe de segurança, incluindo os chefes da Polícia Federal Americana e do Serviço Secreto.
Após a reunião, o secretário de Segurança Interna disse que Joe Biden o encarregou de garantir a segurança dos candidatos e da convenção do Partido Republicano com mais equipes, recursos e tecnologia.
Alejandro Mayorkas confirmou que a segurança de Trump foi reforçada após a tentativa de assassinato. Ele anunciou que o Serviço Secreto vai providenciar proteção ao candidato republicano a vice, J.D. Vance e também ao candidato independente, Robert Kennedy Junior – o pai dele foi assassinado em 1968 quando disputava a candidatura à Presidência pelo Partido Democrata e o tio, o presidente John F. Kennedy foi morto por um atirador em 1963.
No fim do dia, Biden embarcou para Las Vegas, em Nevada, estado que pode decidir a eleição de novembro. Antes de entrar no avião, disse que confia na proteção do serviço secreto, chamou o candidato republicado a vice de clone de Trump. A campanha dele também retomou as propagandas politicas contra Trump, suspensas desde o dia do ataque.
Nesta segunda, nas redes sociais, acusou Trump e o candidato a vice de quererem aumentar os impostos para os trabalhadores e reduzir a cobrança dos mais ricos.
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