Dólar volta a cair e fecha em R$ 5,62, com melhora na aversão aos riscos do mercado; Ibovespa sobe


A moeda norte-americana recuou 0,55%, cotada a R$ 5,6249. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em alta de 0,99%, aos 125.514 pontos.
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar voltou a fechar em baixa nesta quarta-feira (7), em um dia de agenda econômica mais esvaziada e com investidores repercutindo divulgações dos últimos dias, com destaque para a ata do Copom.
No exterior, alguns balanços corporativos com resultados positivos animam os investidores. Além disso, o Banco do Japão sinalizou que não deve subir seus juros de novo tão rápido e isso traz certo alívio para o mercado.
Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Ao final da sessão, o dólar caiu 0,55%, cotado a R$ 5,6249. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,5977. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,47% na semana;
recuo de 0,52% no mês;
alta de 15,92% no ano.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 1,48%, cotada em R$ 5,6561.

Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,99%, aos 125.514 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 1,32% na semana;
recuo de 0,11% no mês;
perdas de 4,97% no ano.
Na véspera, o índice fechou em alta de 0,80%, aos 126.627 pontos.

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O que está mexendo com os mercados?
Em um dia em que não há novos dados tão importantes nos Estados Unidos, os mercados globais passaram a sessão reagindo a resultados corporativos que mostraram números positivos para o mercado.
O destaque fica com a Disney, que teve um lucro de US$ 2,62 bilhões no terceiro trimestre fiscal, revertendo prejuízo de US$ 460 milhões do ano anterior. O conglomerado de mídia americano alcançou receitas de US$ 23,1 bilhões entre abril e junho, alta de 3,4% sobre o mesmo período de 2023.
Por aqui, investidores ainda repercutiram a ata do Copom, que sinalizou que os juros podem voltar a subir caso o Comitê considere necessário para controlar a inflação.
De acordo com o BC, os movimentos recentes dos fatores que contribuem para a dinâmica da inflação, tais como as expectativas de inflação e a taxa de câmbio, com o dólar subindo fortemente nas últimas semanas, foram amplamente debatidos na reunião da semana passada, que manteve a taxa Selic em 10,50% ao ano.
“Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê. Em função disso, o Comitê avaliou que o momento é de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação e de maior vigilância perante um cenário mais desafiador”, diz a ata.
Uma expectativa de juros mais altos por mais tempo ou, até mesmo, de uma alta na taxa Selic, impacta diretamente nas projeções de rendimentos dos títulos do Tesouro Direto, que passam a entregar mais rentabilidade.
Isso atrai mais investidores para o país, já que as expectativas são de uma queda nas taxas de juros americanos já na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Em sua última reunião, também na semana passada, o Fed manteve seus juros inalterados entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas o mercado projeta o início dos cortes já em setembro. Especialistas começam a questionar, inclusive, se a instituição não “dormiu no ponto” quanto ao momento de iniciar os cortes nos juros e como se posicionar em seus comunicados.
Para César Garritano, economista-chefe da SOMMA Investimentos, o Fed foi mais agressivo em sua comunicação e condução dos juros americanos quando não era necessário —e vice-versa. O analista aponta que o Fed projeta apenas um corte de juros para este ano, enquanto o mercado chegou a esperar 1,50 ponto percentual de corte.
“É algo realmente muito fora do que a gente tinha projetado duas semanas atrás, por exemplo”, explica Garritano.
Apenas dois dias após a decisão do Fed, dados do mercado de trabalho americano mostraram um desaquecimento e geraram preocupação nos mercados globais sobre a possibilidade de a economia dos EUA passar por uma recessão.
Na última sexta-feira, o payroll, um dos principais relatórios de emprego dos Estados Unidos, reportou 114 mil vagas não agrícolas criadas em julho, bem abaixo das 175 mil vagas que eram esperadas pelo mercado financeiro.
Juros altos encarecem processos de tomada de crédito e financiamento para pessoas e empresas, o que tende a diminuir o consumo da população e frear os investimentos das companhias em seu próprio crescimento — o que pode afetar ainda mais o mercado de trabalho.
Na segunda-feira, as bolsas viveram um dia de derretimento em todo o mundo. Nos EUA, os principais índices acionários recuaram cerca de 3%, enquanto Europa, Ásia e Oceania seguiram a mesma tendência. No Japão, a queda foi de 12,40%.
No Japão, as ações despencaram também por conta de uma valorização do iene, a moeda oficial do país. O BC japonês elevou suas taxas de juros pela segunda vez em 17 anos.
A manobra do BC pegou investidores de surpresa. Eles se aproveitavam para pegar dinheiro emprestado a juros baixos no Japão e aplicar em outros países com taxas mais altas. A diferença de juros entre um país e outro dá um lucro garantido para a operação, chamada de “carry trade”.
Quando os juros subiram, a vantagem do “carry trade” diminui, e os investidores passaram a vender suas aplicações ao redor do mundo para quitar a dívida no Japão. Assim, o iene ganhou força contra moedas de outros países e as bolsas derreteram.
Nesta quarta, após os movimentos de aversão, o vice-presidente do banco central japonês Shinichi Uchida comentou que as chances de um aumento dos juros no curto prazo, acalmando as preocupações dos investidores de que um novo salto da moeda japonesa poderia novamente abalar os mercados globais.
“Como estamos observando uma forte volatilidade nos mercados financeiros nacionais e internacionais, é necessário manter os níveis atuais de afrouxamento monetário por enquanto”, disse Uchida.
*Com informações da agência de notícias Reuters

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