Chefe do Pentágono diz que EUA ‘não vão tolerar’ ataques contra tropas no Oriente Médio


Base militar no Iraque foi alvo de ataque de foguete que deixou feridos na segunda (5); Resistência Islâmica assumiu autoria Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin,
REUTERS/Thilo Schmuelgen
O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, afirmou nesta terça-feira (6) que os Estados Unidos “não vão tolerar” ataques contra as tropas do país no Oriente Médio. A região passa por uma escalada das tensões devido à guerra em Gaza e possíveis retaliações do Irã e aliados após a morte de membros dos grupos terroristas Hamas e Hezbollah.
Na segunda-feira (5), uma base militar estadunidense no Iraque foi bombardeada com foguetes. “Vários funcionários” da base ficaram feridos, segundo fontes da agência Associated Press. De acordo com a Reuters, foram ao menos cinco feridos.
“Não se enganem, os Estados Unidos não vão tolerar ataques contra nosso pessoal na região”, disse o secretário de Defesa dos EUA durante uma coletiva de imprensa em Annapolis, capital do estado de Maryland.
A Resistência Islâmica no Iraque assumiu autoria do bombardeio e disse em comunicado que vai continuar com os ataques “até que o último soldado americano deixe o Iraque”. O grupo terrorista faz parte do “Eixo de Resistência” do Oriente Médio, de grupos apoiados pelo Irã que atacam Israel.
O ataque à base dos EUA, aliados de Israel, ocorre em meio a um aumento de tensões no Oriente Médio, com promessas do Irã de retaliação a Israel após os assassinatos dos chefes dos grupos terroristas Hezbollah e Hamas, aliados dos iranianos. Um ataque iraniano, esperado por Israel e EUA, pode desencadear um novo conflito na região. Israel negou ter sido responsável pela morte de Ismail Hanyeh, do Hamas.
Ainda não se sabe qual será a repercussão desse ataque à base americana terá em meio às tensões na região. Saiba mais sobre a Resistência Islâmica no Iraque.
As autoridades de defesa dos EUA disseram que as tropas na base aérea de Al-Asad ainda estão avaliando os feridos e os danos. Mais cedo na segunda, autoridades de segurança iraquianas confirmaram o ataque.
“O pessoal da base está conduzindo uma avaliação dos danos pós-ataque”, disse uma autoridade americana à Reuters.
As autoridades falaram sob condição de anonimato para discutir operações militares. Dois foguetes Katyusha foram disparados na segunda-feira contra a base no oeste do Iraque, disseram fontes de segurança. Uma fonte de segurança disse que os foguetes caíram dentro da base.
Base militar dos EUA no Iraque é alvo de ataque em 5 de agosto de 2024.
REUTERS/John Davison
Iraque condena ataque
Também nesta terça, o exército do Iraque condenou as “ações imprudentes” contra bases em seu território e disse ter capturado um caminhão com um lançador de foguetes.
“Rejeitamos todas as ações e práticas imprudentes que visem bases iraquianas, missões diplomáticas e os locais dos conselheiros da coalizão internacional, e tudo o que possa aumentar a tensão na região”, disse a declaração do exército iraquiano.
O exército não confirmou que os funcionários dos EUA foram feridos, como disseram autoridades americanas à Reuters, mas afirmou que dois foguetes foram disparados na segunda-feira contra a base aérea de Ain al-Asad, no oeste do Iraque, a partir da cidade vizinha de Haditha.
Um pequeno caminhão foi apreendido com um lançador de foguetes fixo na parte de trás. Oito foguetes não disparados foram desmontados, disse a declaração.
“As forças de segurança obtiveram informações importantes sobre os responsáveis por esse ataque e eles estão sendo perseguidos para serem levados à Justiça”, acrescentou.
Aliado raro tanto dos EUA quanto do Irã, o Iraque abriga 2.500 soldados americanos e possui milícias apoiadas pelo Irã ligadas às suas forças de segurança.
Outros ataques
Na semana passada, os EUA realizaram um ataque no Iraque contra indivíduos que, segundo autoridades americanas, eram militantes se preparando para lançar drones e representavam uma ameaça para as forças dos EUA e da coalizão.
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Nas últimas semanas, milícias iraquianas apoiadas pelo Irã retomaram os ataques contra bases que abrigam forças dos EUA no Iraque e na Síria, após uma pausa de vários meses, desde um ataque a uma base na Jordânia no final de janeiro que matou três soldados americanos e provocou uma série de ataques de retaliação por parte dos EUA.
Entre outubro e janeiro, um grupo guarda-chuva que se autodenomina Resistência Islâmica no Iraque reivindicou regularmente ataques que, segundo eles, eram uma retaliação pelo apoio de Washington a Israel em sua guerra contra o Hamas em Gaza e tinham como objetivo expulsar as tropas dos EUA da região.
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Resistência Islâmica no Iraque
Grupos xiitas ligados ao Irã ganharam força no Iraque após o país ser invadido pelos Estados Unidos em 2003. Esses grupos desenvolveram milícias com milhares de combatentes.
Em outubro de 2023, uma união de grupos chamada Resistência Islâmica no Iraque fez ataques contra forças militares norte-americanas instaladas no Iraque e na Síria.
O objetivo da resistência com os ataques seria uma resposta aos bombardeios de Israel na Faixa de Gaza, além das operações militares norte-americanas em solo iraquiano.
No fim de janeiro deste ano, três soldados americanos morreram e pelo menos 40 ficaram feridos em um ataque com drones do grupo na Jordânia, perto da fronteira com a Síria.
A Casa Branca afirmou que o Irã estava por trás dessa e de outras operações. Já o governo iraniano negou a acusação.
Em 1º de abril, a Resistência Islâmica no Iraque reivindicou a responsabilidade por um ataque aéreo em Eilat, em Israel.
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