Dólar fecha a R$ 5,74 e renova maior patamar desde dezembro de 2021, com temores de recessão nos EUA; Ibovespa cai


A moeda norte-americana subiu 0,56%, cotada a R$ 5,7412, no maior patamar desde dezembro de 2021. Já o principal índice de ações da bolsa brasileira encerrou em queda de 0,465, aos 125.270 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar diminuiu parte de sua valorização vista nas primeiras horas do pregão, mas ainda fechou a sessão desta segunda-feira (5) em alta e renovou o maior patamar desde de dezembro de 2021, aos R$ 5,7412. O movimento veio à medida que crescia o receio de que uma recessão econômica nos Estados Unidos possa estar próxima.
Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou em queda.
O clima de tensão por aqui acompanhou o mesmo movimento observado em mercados em todo o mundo. Na Ásia, as bolsas despescaram, com destaque para o principal índice do Japão, que caiu 12,40%, na maior queda percentual desde 1987. Na Europa, as bolsas também operam em queda.
Nos Estados Unidos, os índices recuaram mais de 2,5%, com a maioria das milhares de empresas listadas no país operando em queda.
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O dia amargo para os mercados seguiu a última divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos, que vieram abaixo do esperado e mostraram uma desaceleração. Isso, junto a uma taxa de juros que continua elevada no país, reacendeu as dúvidas sobre a força da economia americana para os próximos meses.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Ao final da sessão, o dólar avançou 0,56%, cotado a R$ 5,7412. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,8641. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,56% na semana;
ganho de 1,54% no mês;
alta de 18,31% no ano.
Na última sexta-feira, a moeda norte-americana teve queda de 0,45%, cotada em R$ 5,7091.

Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,46%, aos 125.270 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
queda de 0,46% na semana;
recuo de 1,87% no mês;
perdas de 6,64% no ano.
Na véspera, o índice fechou em queda de 1,21%, aos 125.854 pontos.

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O que está mexendo com os mercados?
O mercado continuou a repercutir informações da semana passada, enquanto aguarda a divulgação de novos indicadores econômicos dos Estados Unidos.
Na sexta, o payroll, um dos principais relatórios de emprego dos Estados Unidos, reportou 114 mil vagas não agrícolas criadas em julho, bem abaixo das 175 mil vagas que eram esperadas pelo mercado financeiro.
Os números fizeram coro a outro dado de emprego divulgado na quinta-feira: os Estados Unidos tiveram um aumento de 14 mil pedidos iniciais de seguro desemprego na semana passada, totalizando 249 mil, contra 236 mil das projeções de mercado.
“Esses números sugerem enfraquecimento no mercado de trabalho americano, embora os pedidos de auxílio-desemprego tendam a ser voláteis nesta época do ano. Os sinais recentes de desaceleração da atividade reforçam nosso cenário de que o Fed iniciará seu ciclo de flexibilização monetária em setembro”, diz a XP Investimentos.
Além disso, a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de ainda não cortar os juros – hoje entre 5,25% e 5,50% ao ano – também contribuiu para a percepção de que uma desaceleração mais expressiva pode atingir o país.
Isso porque juros altos encarecem processos de tomada de crédito e financiamento para pessoas e empresas, o que tende a diminuir o consumo da população e frear os investimentos das companhias em seu próprio crescimento – podendo afetar, ainda mais, o mercado de trabalho.
Há expectativa, porém, de corte de juros em setembro por praticamente 100% dos participantes do mercado financeiro, segundo a ferramenta de análise FedWatch do CME.
Alimentando ainda mais essa cautela, uma série de balanços corporativos também pesaram sobre a percepção do mercado, com destaque para resultados abaixo do esperado por gigantes da tecnologia, como Amazon e Intel.
Seguindo os temores com a economia americana, bolsas de valores do mundo inteiro vivem um dia de forte desvalorização.
Nos Estados Unidos, todos os principais índices acionários americanos caíam, com a maior parte das empresas listadas nas bolsas do país também em baixa.
Na Ásia, os mercados fecharam em queda, com destaque para o Japão:
O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, despencou 12,40%, na maior queda desde 1987;
No Taiwan, o índice Taiex teve queda forte de 5,7%;
Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 2,1%;
Na Austrália, o S&P/ASX200 recuou 1.3%;
Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 3,4%.
No Japão, que teve a maior queda entre todas as bolsas, não é apenas o temor com os Estados Unidos que pesa sobre os negócios. Lá, no sentido contrário ao que acontece no Brasil, a moeda nacional, o iene, vive um período de valorização: em julho, a taxa de câmbio era de 162 ienes para cada dólar, passando agora para 141,73.
A valorização foi puxada pelas mais recentes decisões de política monetária do Banco do Japão, que, na última semana, levou suas taxas de juros somente pela segunda vez em 17 anos – além de indicar que pode promover novos aumentos.
Isso, num momento em que o Fed indica que pode iniciar seu ciclo de cortes nos juros, dá força para o iene. Porém, a valorização da moeda é ruim para os exportadores japoneses, porque torna os produtos do país mais caros para os compradores estrangeiros, diminuindo a atratividade.
Na Europa, as bolsas também tiveram quedas expressivas. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 2,17%, a 487,05 pontos.

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