Dólar avança e fecha em R$ 5,65, após sinal positivo do Fed e à espera dos juros no Brasil; Ibovespa sobe


A moeda norte-americana fechou em alta de 0,66%, cotada em R$ 5,6546. Com o resultado, fechou o mês com valorização de 1,18%. O principal índice de ações da bolsa, por sua vez, encerrou com um avanço de 1,20%, aos 127.652 pontos. Dólar
Karolina Kaboompics/Pexels
O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (31), com investidores reagindo pouco à decisão de juros dos Estados Unidos e à espera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC).
O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) manteve os juros do país inalterados em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão foi unânime.
Em entrevista a jornalistas, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que um corte na taxa poderá ser discutido na próxima reunião, caso os dados econômicos caminhem conforme o esperado.
No Brasil, o Copom está reunido na tarde desta quarta, e define a taxa de juros após o fechamento do mercado, por volta das 18h30. Destaque também para o cenário fiscal, após o governo detalhar, na véspera, o plano de corte de R$ 15 bilhões em gastos públicos, numa tentativa de equilibrar as contas.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também fechou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Ao final da sessão, o dólar subiu 0,66%, cotado a R$ 5,6541. Na máxima do dia chegou a R$ 5,6841. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,07% na semana;
ganho de 1,18% no mês;
alta de 16,52% no ano.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 0,59%, cotada em R$ 5,6245.

Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou com um avanço de 1,20%, aos 127.652 pontos.
O movimento veio apoiado nos fortes ganhos registrados pelas ações da Vale e da Petrobras, de maior composição do índice. Os papéis subiram acompanhando a valorização do minério de ferro e do petróleo, que reagem ao crescimento das tensões no Oriente Médio.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 0,12% na semana;
ganhos de 3,02% no mês;
perdas de 4,87% no ano.
Na véspera, o índice fechou em queda de 0,64%, aos 126.139 pontos.

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O que está mexendo com os mercados?
A decisão do Fed já era esperada pelo mercado e veio após o comitê ter mantido o mesmo referencial na última decisão, em junho — chegando, agora, à oitava reunião consecutiva de juros inalterados.
Em entrevista a jornalistas, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que um corte na taxa poderá ser discutido na próxima reunião, caso os dados econômicos caminhem conforme o esperado.
“Uma redução em nossa taxa básica de juros pode estar na mesa já na próxima reunião, em setembro”, disse Powell. “As leituras de inflação do segundo trimestre aumentaram nossa confiança, e novos dados positivos fortaleceriam ainda mais essa confiança.”
Em comunicado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirmou que, nos últimos meses, houve algum progresso adicional em direção à sua meta de inflação, que é de 2%.
Apesar disso, voltou a afirmar que não considera apropriado reduzir o intervalo de juros até que tenha “maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável” para a meta. Segundo o colegiado, a inflação diminuiu no ano passado, “mas continua um pouco elevada”.
O Fomc também destacou que está “preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir o alcance de seus objetivos”.
Sobre o mercado de trabalho, o comitê afirmou que “os ganhos no emprego permaneceram moderados e a taxa de desemprego subiu, mas continua baixa”. Disse ainda que “os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação continuam a se mover para um melhor equilíbrio”.
O colegiado ponderou, no entanto, que a perspectiva econômica é incerta, e que segue “atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo”.
Participantes do mercado acreditam que o corte deve acontecer já em setembro, tendo em vista o ambiente inflacionário mais controlado na maior economia do mundo.
O PCE — que é o índice de inflação preferido do Fed, pois considera, em seu cálculo, apenas uma cesta dos bens e serviços mais utilizados pela população em determinado período — desacelerou no último mês a 2,5% na taxa anual, em linha com as projeções.
Antes do comunicado do Fomc, a ferramenta de monitoramento das expectativas FedWatch, do CME Group, 89,6% dos participantes do mercado esperam que os juros caíam 0,25 pontos percentuais em setembro, dando início ao ciclo de cortes.
No Brasil, a estimativa também é de que o Copom mantenha a taxa Selic inalterada, em 10,50% ao ano, enquanto as projeções de inflação continuam subindo e a questão fiscal do governo permanece um ponto de cautela e incerteza para o mercado.
O destaque, porém, ficará com o comunicado do comitê, divulgado após a reunião. Investidores querem ver mais detalhes sobre quais foram os pontos de atenção do Copom na análise e o que deve estar no radar nos próximos meses e possa ser determinante para o futuro dos juros no país.
Ainda no cenário doméstico, o fiscal continua chamando a atenção. Em meados de julho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um bloqueio de R$ 11,2 bilhões no Orçamento de 2024. Além disso, anunciou também um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões, totalizando R$ 15 bilhões.
À época, o ministro explicou que as medidas eram necessárias para cumprir a regra de gastos do governo prevista no arcabouço fiscal. De maneira geral, o arcabouço determina que despesas só podem crescer em uma certa proporção das receitas.
Ontem, o governo detalhou os cortes e os ministérios da Saúde e das Cidades foram os mais afetados pelos cortes, com o primeiro tendo uma redução de R$ 4,4 bilhões e o segundo, de R$ 2,1 bilhões. Transportes e Educação também foram atingidos, com queda de R$ 1,5 bilhão e R$ R$ 1,2 bilhão respectivamente.
O PAC, principal programa de obras do governo, teve R$ 4,5 bilhões congelados. Os investimentos do PAC são distribuídos entre várias pastas. Por isso, pode haver cortes nas Cidades e cortes nos Transportes que se refiram ao PAC. As emendas parlamentares, R$ 1,1 bilhão.

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