Após desistência de Biden, Kamala e Trump mostram as cartas que devem usar na corrida à presidência dos EUA

Candidatos assumem novas estratégias eleitorais e dão sinais dos próximos passos das campanhas. Após desistência de Biden, Kamala e Trump mostram as cartas que devem usar na corrida eleitotal
A desistência do presidente Joe Biden à reeleição nos Estados Unidos deu início a uma nova etapa da corrida eleitoral norte-americana. Menos de uma semana após a virada, os candidatos correm para estabelecer uma narrativa forte que dê um pouco de fôlego nesta disputa acirrada.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Enquanto a vice-presidente e pré-candidata democrata, Kamala Harris, entra de cabeça na corrida, a equipe do candidato republicando, Donald Trump, está rapidamente recalibrando os pontos de ataque e jogando fora o que construíram para campanha contra Biden.
Veja as principais cantadas dos candidatos até agora.
As cartadas de Kamala Harris
As cartadas de Kamala Harris
Ian Caldas/GloboNews
A candidata democrata, que pretende se tornar a primeira mulher a ser presidente dos EUA, já deixou claro que vai usar a experiência como promotora para explorar as condenações criminais de Trump.
Em maio deste ano, o republicano foi condenado por 34 crimes de falsificação de registros financeiros para encobrir um pagamento de US$ 130 mil feitos à atriz pornô Stormy Daniels.
No primeiro pronunciamento como pré-candidata, a democrata cutucou o candidato republicano, afirmou que conhece “o tipo de Trump” e que “sabe lidar com criminosos”.
“Enfrentei criminosos de todos os tipos: predadores que abusaram de mulheres, fraudadores que enganaram consumidores, trapaceiros que quebraram as regras para seu próprio benefício. Então, ouçam-me quando digo: eu conheço o tipo de Donald Trump”, disse Kamala.
Kamala Harris também se aproveita de outro ponto para atacar Trump: o apoio bilionário de grandes doadores e corporações à campanha republicana.
Ao criticar o grande apoio financeiro que os republicanos receberam até agora, Harris se coloca como a apoiada pelo povo nesta corrida eleitoral.
A movimentação da democrata para concorrer à presidência, no entanto, deu uma injeção no fundo eleitoral democrata. Em apenas um dia, a campanha democrata foi turbinada com mais de US$ 80 milhões (cerca de R$ 450 milhões) em doações.
A ascensão repentina de Harris, de 59 anos, após a decisão de Joe Biden, de 81 anos, de não tentar a reeleição abalou a disputa pela Casa Branca, dando aos democratas uma injeção de energia muito necessária.
A indicação de Harris também traz uma virada instantânea no jogo contra os republicanos na questão da idade: Donald Trump, 78, é agora o candidato presidencial mais velho da história.
Mesmo sem tocar no ponto explicitamente, Kamala Harris já destacou em um discurso para apoiadores que representa o futuro dos EUA, enquanto Trump quer levar o país para o passado.
As cartadas de Donald Trump
As cartadas de Donald Trump
Ian Caldas/GloboNews
Menos de uma semana após a desistência de Biden, os republicanos revisam os manuais de direita utilizados em campanhas eleitorais passadas para um ataque total contra a vice-presidente Kamala Harris.
Um dos principais pontos utilizados pelos republicanos e pelo movimento MAGA (“Make America Great Again”, “Fazer a América Grande Novamente”, em tradução para o português), para atacar Kamala Harris é a acusação de que a pré-candidata é uma mentirosa.
Em vídeos, Harris é acusada de esconder a gravidade do estado de saúde de Biden do público. “Kamala sabia que Joe não conseguiria fazer o trabalho, então ela fez. Veja o que ela fez: uma invasão de fronteira, inflação descontrolada, o sonho americano morto”, diz uma das publicações.
Outra carta já jogada pelo republicano é a do “Establishment Californiano”. Trump defende que Kamala vem da Califórnia, estado que já é constantemente acusado de ser elitista, a distanciando do discurso de aproximação com as classes mais baixas dos EUA — e expondo a críticas às quais Biden era imune.
Trump também está disposto a usar linguagem ofensiva para atacar os oponentes. Em um comício com apoiadores em Michigan, Trump debochou da risada de Kamala. Esta não é a primeira vez que o republicano faz piadas sobre mulheres chamando-as de “loucas”.
“Eu a chamo de ‘Kamala da risada’. Você já a viu rir? Ela é louca. Você pode dizer muita coisa por uma risada. Ela é louca. Ela é maluca”, afirmou Trump.
Kamala Harris já falou publicamente sobre a própria risada e rebateu críticas. No programa da atriz Drew Barrymore, The Drew Barrymore Show, exibido no início do ano, a vice-presidente Kamala Harris afirmou que tem orgulho de sua risada.
“Eu tenho a risada da minha mãe”, afirmou a vice-presidente. “Cresci perto de várias mulheres que gargalhavam”.
Harris explicou por que ela nunca será o tipo de pessoa que minimiza sua risada com uma risadinha tímida e defendeu a importância de mulheres jovens não se prenderem ao que outras pessoas esperam delas.
VÍDEOS: mais assistidos do g1