Cai o número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar grave no Brasil


Mas o país ainda está no Mapa da Fome. Segundo a ONU, mais de 14 milhões de brasileiros não têm o que comer. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar grave no Brasil caiu. Mas o país ainda está no Mapa da Fome, que a ONU divulgou nesta quarta-feira (24).
Dia sim, outro também, a fome bate à porta da babá aposentada Maria Dominga Pires.
“Não é sempre que todo mundo dá. Tem vezes que a gente fica o dia todo e não apanha nada”, conta.
E ela está acompanhada de uma multidão. O Mapa da Fome da ONU foi divulgado nesta quarta-feira (24) no Galpão da Cidadania, no Rio de Janeiro, no encontro de líderes do G20: 733 milhões de pessoas no mundo passaram fome em 2023 – um em cada 11 habitantes do planeta.
Pelos dados da FAO, Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas, o Brasil teve avanços. Na comparação dos dois últimos triênios, a insegurança alimentar severa caiu 21,8% – foi de 18,3 milhões para 14,3 milhões de brasileiros. Gente que chega a ficar um dia inteiro sem comida.
Já o Ministério do Desenvolvimento Social apresentou dados comparando apenas o período de um ano: de 2022 para 2023 houve uma queda de 85% no número de pessoas com insegurança alimentar severa.
Mas o país permanece no Mapa da Fome. Ainda tem mais de 8 milhões de desnutridos, 3,9% da população. Pessoas que ficam muito tempo sem alimentos suficientes para se manterem saudáveis.
O economista chefe da FAO, Maximo Torero, diz que, nos últimos dois anos, grande parte da fome na América Latina caiu por causa dos programas sociais no Brasil e que, durante a Covid, enquanto a fome e a pobreza aumentaram no mundo, aqui houve redução.
O desafio do mundo continua sendo diminuir o sofrimento daqueles que não sabem quando vão ter a próxima refeição. O G20, presidido pelo Brasil, deu um passo importante com a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Uma união de boas práticas, onde os países ricos ajudam a matar a fome dos mais pobres.
Cai o número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar grave no Brasil
Jornal Nacional/ Reprodução
O presidente Lula falou do esforço de disseminar iniciativas que já deram certo em vários países para combater a pobreza.
“Nossa melhor ferramenta será o compartilhamento de políticas públicas efetivas. Muitos países também tiveram êxito em combater a fome e promover a agricultura, e queremos que esses exemplos possam ser conhecidos e utilizados”, afirmou Lula.
Desta quarta-feira (24) até novembro, quando acontece a cúpula do G20 no Rio, países e organizações vão apresentar como podem participar. Facilitar financiamentos é uma das formas de viabilizar esse pacto. O Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento já anunciaram apoio à Aliança Global.
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