Mortes no trânsito caem em junho, mas Campinas fecha semestre com alta de 17% nos óbitos


Segundo o Infosiga, foram 80 vidas perdidas na metrópole entre janeiro e junho, contra 68 do mesmo período de 2023. Motociclilstas são as maiores vítimas. Campinas fecha 1º semestre com 80 mortes em acidentes de trânsito
Campinas (SP) registrou queda nas mortes em acidentes de trânsito em junho, mas o total de vítimas acumuladas no 1º semestre representa aumento de 17,6% no comparativo com o mesmo período de 2023.
Foram 80 vidas perdidas nos primeiros seis meses de 2024, contra 68 de janeiro a junho do ano anterior. Esse crescimento ocorre em meio ao plano de segurança viária lançado pela cidade para reduzir o índice de mortes no trânsito.
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Os dados são do Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito em São Paulo (Infosiga-SP), atualizados nesta quarta-feira (24) e que considera as ocorrências tanto na malha urbana quanto em rodovias que cortam a cidade.
Dos seis primeiros meses de 2024, em três deles (março, abril e maio) o número de mortes foi superior ao mesmo período do ano anterior. Em janeiro, o total de ocorrências foi igual, e apenas em fevereiro e junho o total de óbitos foi inferior ao mesmo período de 2023 – veja os dados:

As maiores vítimas do trânsito na metrópole seguem sendo os motociclistas, com 31 mortes registradas no primeiro semestre.
Os pedestres aparecem na sequência, com 23 mortes por atropelamento. E os ocupantes de automóveis somaram 19 óbitos.
Acidente com moto deixa homem morto e mulher ferida em Campinas
Guarda Municipal/Divulgação
Considerando o local do acidente com morte, as rodovias que cortam Campinas concentraram 41 ocorrências entre janeiro e junho, contra 35 casos em vias urbanas. Em quatro casos, a informação não estava disponível.
Um levantamento do g1 apontou que as rodovias são, sim, líderes em casos de mortes em acidentes na metrópole.
De acordo com especialistas, o problema envolve, em sua grande maioria, uma mistura entre o tráfego de longo percurso e motoristas urbanos, que acabam utilizando estradas como avenidas, e a diferença de atenção entre um perfil e outro, e a combinação disso com a maior velocidade das rodovias, ajuda a explicar os números da acidentalidade.
Taxa de mortalidade
Com 164 mortes em acidentes de trânsito nos últimos 12 meses, Campinas aparece com a 6ª maior taxa de mortalidade entre as cidades do estado de São Paulo com mais de 300 mil habitantes.
São 14,38 ocorrências a cada 100 mil habitantes – o município com a maior taxa é Sorocaba (SP), com 15,27. Na região, Piracicaba (SP), com 427 mil moradores, é a que tem o maior índice, de 15,22, o 2º maior do estado de São Paulo.
Considerando a série histórica, iniciada em 2015, a taxa de mortalidade em ocorrências no trânsito na metrópole apresenta crescimento desde 2019, após atingir o menor índice. Atualmente, está em 13,95 óbitos por 100 mil habitantes.
Campinas encerrou 2023 com 161 óbitos nas vias urbanas e rodovias, alta de 7,3% em relação ao ano anterior e maior volume desde 2016.

Plano para reduzir mortes
Campinas apresentou em fevereiro o lançamento de um plano de segurança viária que pretende reduzir o índice de mortes no trânsito na cidade em 10 anos.
Uma pessoa morre a cada 22 horas em acidentes de trânsito na região de Campinas; veja números
Segundo a Emdec, na última década foram 1.522 óbitos em ruas, avenidas e estradas que cortam a metrópole. A meta estabelecida pela prefeitura prevê evitar 903 mortes até 2032.
Campinas (SP) prevê que plano de segurança viária possa salvar até 903 vidas no trânsito da metrópole entre 2023 e 2032
Reprodução/Emdec
O que diz a Emdec?
O g1 solicitou à Emdec, empresa responsável pela gestão da malha urbana de Campinas, informações sobre as ações adotadas para diminuir o número de mortes em acidentes de trânsito na cidade, bem como uma atualização sobre o plano de segurança viária apresentado em fevereiro.
Em nota, a empresa destaca que seu último boletim, com dados relativos ao mês de maio, registra 35 mortes em vias urbanas nos primeiros cinco meses, número 6% maior do que o registrado no mesmo período de 2023 (33 mortes).
“Quando se considera a soma dos casos registrados em vias urbanas e rodovias, foram 77 vidas perdidas até maio deste ano e 62 no mesmo período de 2023 – um aumento de 24%. Foram 38 mortes registradas em rodovias e em quatro casos não foi possível identificar o local da ocorrência”, pontua.
Sobre as ações já cumpridas do Plano de Segurança Viária (PSV), a Emdec destaca os seguintes pontos:
obras de geometria e sinalização nos eixos das avenidas John Boyd Dunlop e Ruy Rodriguez;
ampliação da malha cicloviária;
lançamento da campanha Desacelera, que “alerta para as consequências do excesso de velocidade”;
abordagens educativas em pontos com alta sinistralidade;
lançamento de boletins mensais de acidentalidade para nortear ações preventivas;
treinamentos focados em fiscalização voltados aos agentes da mobilidade urbana e forças de segurança.
“Além disso, foram realizadas oficinas para a criação de um Programa de Priorização de Pedestres e Piloto em Entornos Escolares e houve a formalização do Observatório Municipal de Trânsito de Campinas, que terá reuniões quinzenais e será formado por representantes de secretarias municipais e concessionárias. A primeira reunião deste grupo de trabalho será realizada no próximo dia 30 de julho e discutirá os próximos passos para o enfrentamento dos óbitos no trânsito”, informa a Emdec
A empresa completa que durante a eleição do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana (CMMU), no próximo dia 3 de agosto, “as metas do PSV que se relacionam com a temática também serão discutidas com os participantes e representantes eleitos”.
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André Galassi/EPTV

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