Após fala sobre ‘banho de sangue’, Lula e Maduro trocam farpas em semana eleitoral na Venezuela; veja frases

Presidentes falaram sobre eleições que podem marcar a saída de Maduro e que vai contar observadores brasileiros. Faltando poucos dias para as eleições presidenciais da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro tem aumentado as declarações em defesa do processo eleitoral. Nesta terça (23), o mandatário venezuelano disse que países como Estados Unidos e Brasil não têm eleições com auditorias o que, segundo ele, haverá nas eleições venezuelanas do próximo domingo (28).
Ainda sem responder publicamente, a equipe de Lula avalia como uma “provocação desrespeitosa” a fala de Maduro.
A acusação, que já foi desmentida pelo TSE, acontece depois de Lula de dizer assustado com a fala de Maduro sobre um possível banho de sangue em caso de derrota nas urnas.
“Que tome um chá de camomila”, disse Maduro ontem após a repercussão feita por Lula em entrevista a agências internacionais. O Itamaraty disse que não vai comentar a fala.
Estas são apenas algumas das frases ditas pelos dois presidentes. Entenda, abaixo, a cronologia das declarações.
18 de julho
“Se não quiserem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos (…) a maior vitória da história eleitoral do nosso povo” – Nicolás Maduro
22 de Julho
“Eu fiquei assustado (…) Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue. Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora” – LULA
“O Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição”, continuou o presidente brasileiro” – LULA
23 de Julho
“Quem se assustou que tome um chá de camomila” – MADURO
Sobre o “banho de sangue”, Maduro disse que não disse nenhuma mentira, apenas fez uma reflexão.
Observadores internacionais
O TSE vai enviar dois servidores seniores, com experiência na gestão das eleições brasileiras, para atuarem nos grupos de observadores internacionais das eleições venezuelanas.
Os dois vão acompanhar todo o processo eleitoral no país vizinho, checar se haverá algum tipo de cerceamento a eleitores e observar se as urnas serão lacradas ou não. O relatório deles será divulgado assim que eles retornarem ao Brasil.
No Palácio do Planalto, a eleição na Venezuela, marcada para o próximo domingo (28), está pondo em alerta o governo brasileiro. Nicolás Maduro, que busca nova reeleição, não dá sinais claros de que irá aceitar um resultado que não seja sua vitória.
Nicolas Maduro diz, que quem se assustou, deve tomar um chá de camomila
Eleições na Venezuela
A Venezuela realiza eleições sob desconfiança da comunidade internacional de que o regime de Nicolás Maduro não assegure votações livres e democráticas. O pleito está marcado para domingo (28).
O principal concorrente do atual presidente, escolhido a partir de uma coalizão de partidos opositores, é o ex-diplomata Edmundo González.
González foi anunciado pela Plataforma Democrática Unitária (PUD) após Corina Yoris ter sido impedida de concorrer às eleições presidenciais. Em março, a PUD declarou que o “acesso ao sistema de inscrição” da candidata não tinha sido permitido.
O governo do Brasil manifestou apoio a Yoris ao afirmar que não havia motivos para barrar a candidatura. O regime de Maduro reagiu dizendo que a nota brasileira parecia ter sido “ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.
Antes, a opositora María Corina Machado, uma das favoritas a desbancar Maduro, havia sido afastada da corrida eleitoral pelo Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo chavista.
Em outubro de 2023, o governo Maduro e a oposição assinaram o Acordo de Barbados, segundo o qual haveria eleições democráticas na Venezuela.
Ana Flor: Lula muda tom sobre eleições na Venezuela
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