Justiça condena a 16 anos de prisão segurança que matou jovem negro durante briga em bar de Sorocaba

Vitor Nascimento Carvalho, de 21 anos, morreu em novembro de 2021 após uma confusão em um bar de Sorocaba (SP). Clobis Afonso foi condenado durante júri que ocorreu nesta terça-feira (23), no Fórum da cidade. Jovem é morto em bar de Sorocaba
Reprodução/Instagram
A Justiça condenou a 16 anos de prisão o segurança de um bar acusado de matar Vitor Nascimento Carvalho, de 21 anos, em novembro de 2021. A sentença foi resultado do júri que ocorreu nesta terça-feira (23), no Fórum de Sorocaba (SP).
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Clobis Alonso foi condenado por homicídio por motivo fútil e sem chances de defesa da vítima. Ele está preso desde dezembro de 2021.
O crime
Conforme boletim de ocorrência, quatro testemunhas que estavam com Vitor relataram o ocorrido aos policiais militares. O grupo de amigos contou que participava de um evento no Kartbeer, que ficava localizado na Rodovia Raposo Tavares (SP-27), quando houve uma briga.
Segundo o relato, um dos amigos de Vitor teria iniciado a confusão. Em seguida, a equipe de segurança teria colocado o grupo para fora. Enquanto caminhavam para o carro, eles perceberam a presença de um dos seguranças e de mais um homem desconhecido, que esteve envolvido no desentendimento.
Conforme o relato, o segurança e o homem passaram a agredir fisicamente Vitor, que alegava que apenas teria separado a briga. Em determinado momento, o segurança teria mostrado uma arma de fogo e ameaçado o grupo.
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Na sequência, todos entraram no carro e escutaram tiros ao lado do veículo. Vitor foi ferido na altura do abdômen. Ao perceberem que ele estava ferido, os amigos o levaram à Unidade Pré-Hospitalar da zona leste, mas ele não resistiu aos ferimentos.
Um amigo do jovem, Leonardo Vilela, afirmou à TV TEM que a vítima pediu para que o segurança não atirasse.
Clobis Afonso foi preso no dia 6 de dezembro, quando o caso completou um mês. O advogado do réu, Walther Afonso Silva, afirmou que o caso foi um acidente, “consequência de uma série de eventos imprevisíveis e não intencionais”.
Jovem foi morto a tiros em Sorocaba
Reprodução/TV TEM
Investigação
Uma equipe de perícia técnica se deslocou até a UPH, onde se encontrava o carro no qual estava o grupo. O veículo foi periciado e liberado.
Policiais também foram ao local dos disparos. Um estojo de calibre .38 também foi encontrado e recolhido para perícia. O projétil que teria matado a vítima não foi localizado.
A Polícia Militar entrou em contato com o chefe dos seguranças do bar, o qual informou que teria visto o segurança conhecido ir até o grupo de amigos com outro homem e escutado os disparos. Em seguida, ele teria visto o segurança correr e fugido.
Nota nas redes sociais
Na época, o responsável pelo bar não foi encontrado pelo g1 para prestar esclarecimentos. Nas redes sociais, o estabelecimento publicou uma nota lamentando o ocorrido.
“A respeito do acontecido de ontem, gostaríamos primeiramente de dizer a toda família e amigos da vítima os nossos sinceros sentimentos, do fundo dos nossos corações. Dizer também que estamos cooperando com todas investigações, já denunciamos para a polícia o autor responsável por toda essa barbaridade. Dizer que não compartilhamos com NADA, literalmente NADA do que aconteceu! O que pudermos fazer e cooperar para que a justiça seja feita, faremos! Meus sinceros sentimentos, estamos totalmente sensibilizados com toda situação.”
O que diz a defesa
A defesa de Clobis Afonso alega que o caso “foi um acidente, consequência de uma série de eventos imprevisíveis e não intencionais”, e que o réu teria usado uma arma de fabricação caseira. “Clobis não possuía conhecimento técnico sobre a arma, que disparou acidentalmente devido ao impacto, atingindo Vitor”, alega.
Ainda conforme o advogado de Clobis, o homem não tinha a intenção de matar e que buscará provar que a morte do jovem “foi uma tragédia acidental, não um ato deliberado de homicídio.”
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