Mais de 10 mil consumidores ficaram sem energia elétrica, na região Leste de MG, nos seis primeiros meses deste ano


Segundo a Cemig, só no mês de junho, foi registrado um aumento de 92% nas ocorrências no estado envolvendo a brincadeira. Pipas causam quedas de energia
Daniela Catisti
Mais de 10 mil consumidores, ficaram sem energia elétrica, nos seis primeiros meses de 2024, na região Leste do Minas, por acidentes com pipas. Os dados foram divulgados pela Cemig que informou que, em todo do estado 300 mil clientes foram afetados no primeiro semestre.
Apenas em junho deste ano, 144 mil consumidores tiveram o serviço interrompido em função de ocorrências na rede elétrica relacionadas a brincadeira. O número revela um aumento de quase 92% em relação ao último levantamento da companhia, quando foi informado que mais de 150 mil consumidores haviam tido o fornecimento de energia prejudicado, entre janeiro e maio de 2024.
Somando os números, somente no primeiro semestre deste ano, 1.070 ocorrências foram registradas e 300 mil consumidores foram afetados.
Somente na Região Leste do Estado, foram um total – de janeiro a junho de 2024 – de 60 ocorrências. Houve um acréscimo de cerca de 5 mil clientes sem luz em função das ocorrências em junho.
Além dos problemas causados na rede elétrica, a brincadeira pode causar sérios acidentes.
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O engenheiro eletricista da Cemig, Demetrio Aguiar, destaca que soltar pipa não é o problema. O especialista alerta que a brincadeira deve ser feita em locais descampados e sem uso de linhas cortantes, pois quando uma linha de papagaio é cortada, o vento carrega aleatoriamente o aparato, que pode cair sobre redes elétricas ou vias públicas, provocando acidentes ou interrupções no fornecimento de energia.
“Soltar pipa é uma atividade lúdica e que as crianças e jovens gostam muito. Mas é importante que se tenha consciência de que a brincadeira deve ser realizada em áreas abertas e sem rede elétrica, pois pode causar acidentes graves ou provocar interrupções no fornecimento de energia e prejudicar muitos clientes”, afirmou Demetrio.
Outra situação que também deve ser evitada é o resgate de pipas presas à rede elétrica. Essa ação é muito arriscada e pode causar acidentes graves.
“As redes de distribuição e transmissão, bem como as subestações da Cemig, são construídas dentro de padrões das normas técnicas brasileiras com características e distanciamento que são seguros. Dessa forma, a aproximação indevida para retirar pipas presas à rede e o uso de cerol e linha chilena são os principais motivos de acidentes com a rede elétrica da companhia”, comentou.
Ao longo do ano, a Cemig realiza campanhas de segurança e conscientização sobre os riscos de se soltar pipas próximas das redes elétricas em escolas, entidades e veículos de comunicação.
Linhas cortantes são proibidas por lei
A lei 23.515/2019 proíbe a utilização de cerol ou linha chilena no estado. Essa legislação, que veda a comercialização e o uso de linha cortante em pipas, papagaios e similares, está em vigor desde dezembro de 2019.
A multa para quem for flagrado vendendo linhas cortantes varia de R$ 5.279,70 a R$ 263 mil (em casos de reincidência). Já quando a linha cortante apreendida estiver em poder de criança ou adolescente, seus pais ou responsáveis legais serão notificados da autuação e o caso será comunicado ao Conselho Tutelar.
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