Belo Horizonte reconhece Igreja da Boa Viagem como marco zero da cidade


Projeto de lei já havia sido aprovado por unanimidade entre os vereadores da Câmara Municipal de BH, e prefeitura sancionou a lei. Igreja da Boa Viagem
Luísa Dalcin/Arquivo Pessoal
Foi sancionado na manhã desta quarta-feira (24) o projeto de lei que torna o ponto onde está localizada a Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem o Marco Zero da cidade. O projeto havia sido aprovado em 2º turno, por unanimidade, na Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Marco Zero é um local, um espaço ou uma construção que marca o “nascimento” ou o “ponto de origem” de uma cidade.
Segundo a justificativa do PL 710/2023, em meados de 1700, uma pequena capela de pau a pique foi construída para abrigar a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Ao longo dos anos, o templo passou por várias obras e demolições e, ao redor dele, desenvolveu-se o antigo Arraial do Curral del-Rei, que mais tarde, tornou-se Belo Horizonte.
“O Marco Zero de um município representa seu ‘sítio originário’. Seria o seu ‘ponto de origem’ e expressa, para além da importância do local propriamente dito, o valor simbólico de onde iniciou a municipalidade. […] O local onde se encontra edificada a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem […] representa um museu vivo da história da cidade”, diz um trecho da justificativa.
Igreja de Boa Viagem fica no bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de BH
Raquel Freitas/G1
Atualmente, a capital mineira não tem um Marco Zero oficial, embora a Praça da Estação seja considerada um marco geográfico, porque foi onde chegaram os materiais que seriam usados na construção da cidade.
O texto, sancionado pelo prefeito Fuad Noman (PSD), passa a valer a partir desta quarta-feira.
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Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem por dentro, após restauração em 2020
Danilo Girundi/ TV Globo
A Igreja de Boa Viagem
Em 1709, o português Francisco Homem del Rey conseguiu autorização da Coroa para se estabelecer na região que hoje é Belo Horizonte; ele trouxe consigo uma imagem da padroeira dos navegantes portugueses, a Nossa Senhora de Boa Viagem.
Ele ergueu, então, uma pequena capela de pau-a-pique para abrigar a imagem da santa que o abençoou durante a travessia pelo Atlântico. Como o espaço estava na rota dos tropeiros, passou a ser também a padroeira daqueles viajantes.
A capela acabou ficando pequena para tanta gente e, com o passar dos anos, foi crescendo. Ao redor dela, se desenvolveu o vilarejo do Arraial do Curral Del-Rei, que servia como ponto de apoio e de bênçãos.
Com o estabelecimento da nova capital, uma nova igreja precisava ser construída e a atual Nossa Senhora da Boa Viagem foi erguida. Em 1923, foi inaugurada.
Em estilo arquitetônico neogótico, a igreja compõe o ambiente paisagístico da capital, com forte valor histórico, artístico e cultural. Está localizada em uma simpática praça, entre as ruas Sergipe, Alagoas, Timbiras e Aimorés.
A imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem está há 300 anos na igreja, desde a época da capela.
Imagem Nossa Senhora da Boa Viagem, que passou por restauração, tem 300 anos
Danilo Girundi/ TV Globo
De Curral Del-Rei para Belo Horizonte
Depois de Minas Gerais ter outras duas capitais, Belo Horizonte foi inaugurada como a nova sede administrativa do estado. A cidade foi construída de forma planejada, inspirada nos modelos urbanos de Paris, na França, e Washington, nos Estados Unidos.
BH pode ser considerada o moderno na história do estado cheio de tradições. Fundada em 12 de dezembro de 1897, cerca de 150 anos após a criação da primeira cidade mineira, Mariana, em 1745, começou a ser povoada em 1701, pelo bandeirante João Leite Ortiz.
Em suas terras, nasceu o Arraial de Curral Del-Rei, em 1707, nome que iria perdurar até a fundação da nova cidade. Em 1893 foi promulgada da lei que determinava a mudança da capital Vila Rica (atual Ouro Preto) para Belo Horizonte.
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