Pantanal: mais devastador que o de 2020, incêndio afeta animais e moradores; VÍDEOS e FOTOS


O incêndio que consome o Pantanal já superou a marca de 2020, ano recorde de queimadas na região. Neste ano, 770 mil hectares foram destruídos, o que representa um aumento de 2.400% em relação ao primeiro semestre de 2023. Edição de 23/07/2024
O incêndio que consome o Pantanal já superou a marca de 2020, ano recorde de queimadas na região. Neste ano, 770 mil hectares foram destruídos, sendo 663 mil apenas no Mato Grosso do Sul, o que representa um aumento de 2.400% em relação ao primeiro semestre de 2023. Cada hectare equivale a um campo de futebol.
O Profissão Repórter desta terça-feira (23) acompanhou o trabalho dos bombeiros no combate ao fogo e mostrou como os incêndios afetam diretamente a vida da população e dos animais, que sofrem com mais uma tragédia ambiental. Saiba mais abaixo.
Fumaça intensa, restrição de visibilidade, cheiro forte
Pantanal: Profissão Repórter acompanha o trabalho de resgate de animais após incêndios
A reportagem acompanhou o árduo trabalho dos bombeiros no combate aos incêndios no Pantanal. O difícil acesso e a rápida propagação do fogo tornam a missão desafiadora. Veja no vídeo acima.
“Em uma hora de combate, já andamos cerca de 3 a 4 km. É muito cansativo”, diz o sargento bombeiro militar, Flávio Márcio da Silva Faldin.
Para cobrir as grandes distâncias entre os focos de incêndio, os bombeiros também contam com um avião. De cima, os pilotos conseguem ter uma dimensão maior do estrago, porém enfrentam outros obstáculos:
“Muita fumaça, restrição de visibilidade. Temos muitos obstáculos: alta tensão, baixa tensão e rodovias”, relata um piloto.
Profissão Repórter mostra o trabalho de combate ao fogo no Pantanal
Reprodução/TV Globo
Resgate de animais
O Profissão Repórter também registrou os impactos do fogo no Pantanal para os animais. A reportagem acompanhou equipes de resgate e monitoramento ambiental, com veterinários e biólogos, que saem a campo para ajudar as diversas espécies que vivem por lá.
As equipes só entram em áreas onde o fogo já apagou. No primeiro ponto, já começam as surpresas: uma sucuri e um jacaré são encontrados. Nenhum dos animais estava ferido. Veja no vídeo acima.
O resgate dos animais exige uma análise cuidadosa das circunstâncias, como explica o acadêmico de medicina veterinária, Carlos Rodolfo Del Corona.
“A gente analisa primeiro a condição do animal e depois o habitat. Se dá para iniciar o resgate, têm situações em que não dá. Dentro do resgate técnico de animal, a prioridade é o ser humano. É preciso garantir a segurança da equipe.”
Pantanal: Profissão Repórter acompanha o trabalho de resgate de animais após incêndios
Reprodução/TV Globo
Em outro ponto, um outro jacaré é avistado vivo e paralisado na beira da estrada, sem água disponível. Paula, a chefe da equipe, pensa na melhor estratégia para proteger o animal, no entanto, como o jacaré não permite a aproximação da equipe, eles desistem de transportá-lo para o outro lado da estrada:
“Acreditamos e torcemos para que ele realmente encontre água e atravesse na hora certa.”
Pantanal: Profissão Repórter acompanha o trabalho de resgate de animais após incêndios
Reprodução/TV Globo
Também são encontrados animais que não resistiram ao fogo e morreram queimados, como uma serpente. Veja na imagem abaixo.
Segundo a bióloga e veterinária, Paula Helena Santa Rita, os répteis e os anfíbios são os grupos mais afetados pelos incêndios florestais.
“Eles entram em processo de hipertermia muito rápido”, comenta.
Carcaças de dezenas de animais queimados pelo fogo são encontradas no Pantanal
Reprodução/TV Globo
‘Fica difícil respirar’
Dor de cabeça, falta de ar e problemas respiratórios: os efeitos dos incêndios no Pantanal na saúde da população
O Profissão Repórter também visitou comunidades do Pantanal para entender a dimensão do desastre climático na saúde das pessoas.
Em Porto Esperança, primeira parada da reportagem, os moradores contam que a fumaça das queimadas provoca dores de cabeça, falta de ar e problemas respiratórios, prejudicando principalmente pessoas com doenças crônicas, idosos e crianças:
“Quando anoitece, começa a baixar a fumaça e fica difícil de respirar”, conta a mãe de uma menina diagnosticada com sinusite aguda.
Outra moradora, que tem bronquite crônica, diz que a péssima qualidade do ar torna seu dia a dia insuportável.
“Eu uso a bombinha todo dia”, comenta.
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