Desconfiada de processo eleitoral sob Maduro, oposição venezuelana relata dificuldades para credenciar fiscais eleitorais


María Corina Machado afirmou que é necessário ter fiscais em todos os centros eleitorais e que ‘não existe plano B’. Aliança opositora diz estar sendo impedida de imprimir credenciais para 90 mil fiscais. Maria Corina Machado durante campanha de Edmundo González, em 17 de junho de 2024
Ariana Cubillos/AP
A oposição venezuelana afirmou que está enfrentando “obstáculos graves” para credenciar fiscais que irão trabalhar na eleição presidencial de domingo (28). Segundo a coalizão montada para enfrentar o presidente Nicolás Maduro, o site da autoridade eleitoral apresenta “problemas técnicos”.
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A Plataforma Unitária Democrática (PUD) afirmou que registrou mais de 90 mil fiscais para acompanhar as eleições. No entanto, a oposição diz que o site da autoridade eleitoral não está permitindo a impressão das credenciais de acesso ao centro de votação.
Os fiscais são cadastrados pelos próprios partidos políticos para garantir lisura ao processo eleitoral. Além disso, eles funcionam como testemunhas para denunciar possíveis irregularidades.
Nesta terça-feira (23), a líder opositora María Corina Machado demonstrou preocupação com o caso e exigiu que existam fiscais em todos os centros de votação. “Não existe plano B”, afirmou.
Ela citou a importância dos observadores internacionais e pediu para que os eleitores se unam para ajudar nas eleições. Corina Machado disse que já enviou questionamentos ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
“O que eles vão dizer na próxima? Que só vai poder votar quem eles querem? Temos o direito de ter fiscais”, afirmou.
A PUD tem como candidato à presidência o ex-diplomata Edmundo González. Pesquisas de intenção de voto colocam ele na liderança da disputa, com Nicolás Maduro em 2º lugar.
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A Venezuela realiza eleições sob desconfiança da comunidade internacional de que o regime de Nicolás Maduro não assegure votações livres e democráticas. O pleito está marcado para domingo (28). O atual presidente tenta assumir o terceiro mandato consecutivo.
O opositor Edmundo González foi anunciado pela Plataforma Democrática Unitária (PUD) após Corina Yoris ter sido impedida de concorrer às eleições presidenciais. Em março, a PUD declarou que o “acesso ao sistema de inscrição” da candidata não tinha sido permitido.
O governo do Brasil manifestou apoio a Yoris ao afirmar que não havia motivos para barrar a candidatura. O regime de Maduro reagiu dizendo que a nota brasileira parecia ter sido “ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.
Antes, a opositora María Corina Machado, uma das favoritas a desbancar Maduro, havia sido afastada da corrida eleitoral pelo Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo chavista.
Em outubro de 2023, o governo Maduro e a oposição assinaram o Acordo de Barbados, segundo o qual haveria eleições democráticas na Venezuela.
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