Sabesp: maior empresa de saneamento do Brasil é privatizada em São Paulo

A venda de 32% da empresa rendeu R$ 14,8 bilhões aos cofres do estado. Governo de São Paulo arrecada R$ 14,8 bi com a privatização da Sabesp
O governo de São Paulo privatizou nesta terça-feira (23) a maior empresa de saneamento do Brasil, que atende 28 milhões de pessoas.
A privatização da Sabesp foi concluída em uma cerimônia na B3, em São Paulo. O governo paulista tinha pouco mais da metade das ações da Sabesp. O restante já era negociado nas bolsas de valores no Brasil e em Nova York. Com a privatização, o estado ficou com 18%; 17% foram comprados por investidores no mercado financeiro; 15% pela Equatorial Participações e Investimentos. Desde o fim de 2021, as ações da Sabesp valorizaram mais de 140%.
A Equatorial atua como concessionária de energia em sete estados e, desde dezembro de 2021, no setor de saneamento, depois de ter assumido os serviços de água e esgoto no Amapá.
A venda de 32% da empresa rendeu R$ 14,8 bilhões aos cofres do estado. Do total do valor da venda, mais de R$ 4 bilhões vão ser colocados em um fundo criado para dar garantias ao consumidor. O dinheiro vai subsidiar a redução na tarifa de água e também as obras para ampliar o acesso ao saneamento básico, que devem ser concluídas até 2029.
“Nossa preocupação nesse processo sempre, a primeira, foi a universalização do saneamento básico. Levar o saneamento para todos. Qualquer outro objetivo era secundário. E nós podíamos ter escolhido diversas formas de fazer essa desestatização. Escolhemos o caminho mais difícil, talvez, mas escolhemos o caminho mais consistente”, afirmou Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, do Republicanos.
De imediato, a redução na conta será de 10% para mais de 1 milhão de pessoas com renda de até meio salário mínimo e inscritas no CadÚnico; de 1% para residências, e de 0,5% para comércio e indústria.
O especialista em soluções ambientais da Fundação Getúlio Vargas explica que a meta de atingir a universalização do saneamento nos próximos cinco anos é difícil, mas possível.
“É uma meta ambiciosa, porém, as medidas necessárias para alcançá-la foram tomadas e foram previstas nesse processo de desestatização. Em particular, há uma penalidade para não fazer investimento na universalização. Há um incentivo econômico claro e objetivo para universalizar, para focando a atividade da empresa no estado de São Paulo nos primeiros anos, até atingir a universalização em 2029”, diz Gesner Oliveira.
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