‘Quem se assustou que tome um chá de camomila’, diz Maduro após Lula comentar fala sobre ‘banho de sangue’


Presidente brasileiro demonstrou preocupação com as falas de Maduro sobre as eleições. Nesta terça-feira (23), sem citar Lula, venezuelano disse que não mentiu e que fez uma reflexão. Lula recebe Maduro para encontro bilateral no Palácio do Planalto
Ueslei Marcelino/Reuters
“Que tome um chá de camomila.” Foi assim que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu aos comentários de quem se disse assustado a uma fala que ele teve sobre “banho de sangue” caso não vença as eleições.
A afirmação, desta terça-feira (23), acontece um dia depois de o presidente Lula (PT) expressar preocupações sobre a fala de Maduro.
“Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue”, afirmou Lula.
“O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição”, continuou o presidente brasileiro.
Nesta terça-feira (23) veio a resposta de Maduro. Sem citar Lula, o presidente disse que prevê para “aqueles que se assustaram” a maior vitória eleitoral dele na história.
Sobre o “banho de sangue”, Maduro disse que não disse nenhuma mentira, apenas fez uma reflexão.
“Quem se assustou que tome um chá de camomila”, declarou o presidente venezuelano.
Ao falar sobre banho de sangue, Maduro fez referência ao “Caracazo”. O levante social aconteceu em fevereiro de 1989 que deixou milhares de mortos segundo denúncias, embora o balanço oficial tenha sido de cerca de 300 falecidos.
O antecessor de Maduro, Hugo Chávez (1999-2013), justificou com isso a insurreição fracassada que liderou em 4 de fevereiro de 1992 e que marcaria a ascensão de sua popularidade.
“Eu disse que se, negado e transmutado, a direita extremista (…) chegasse ao poder político na Venezuela haveria um banho de sangue. E não é que eu esteja inventando, é que já vivemos um banho de sangue,”, manifestou Maduro.
O diplomata Edmundo González Urrutia é o candidato da principal aliança opositora, que o respaldou devido à impossibilidade de apresentar a ex-deputada María Corina Machado, favorita nas pesquisas, mas impedida de exercer cargos públicos por uma sanção administrativa.
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