Fila por cateterismo no HC da Unicamp tem 60 pacientes e espera por procedimento chega a 1 mês


Referência para toda a região, HC prevê dobrar número de cateterismos em 2024, e poderia ampliar capacidade com mais leitos. Secretaria de Estado da Saúde diz que trabalha para otimizar a gestão de filas. HC da Unicamp
Fernando Evans/g1
Pacientes da região de Campinas (SP) que precisam de procedimentos cardíacos de alta complexidade podem esperar por mais de um mês por atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Unidade de referência, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, por exemplo, possui ao menos 60 pessoas à espera de cateterismo.
A unidade que recebe demanda de 55 municípios do interior paulista e do Sul de Minas abriu novas máquinas para ampliar os procedimentos – em 2023, foram realizados 885 cateterismos no HC, e a projeção é que o número chegue a 1,5 mil ao final de 2024.
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Elaine Ataíde, superintendente do HC, explica que o hospital até poderia atender mais pacientes cardíacos, mas para isso a unidade precisaria de mais leitos disponíveis.
No cenário atual, isso significaria “devolver” pacientes de casos menos prioritários para os municípios de origem para ampliar os atendimentos de alta complexidade.
Em agosto de 2023, o secretário de Saúde de São Paulo disse que priorizava a descentralização de leitos para “desafogar” a rede pública na região. Em novembro de 2023, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou a construção de um novo hospital para suprir a demanda por leitos da região de Campinas, em projeto que seria apresentado ainda em 2024.
Questionada sobre a fila por procedimentos e o andamento do projeto do Hospital Metropolitano, a Secretaria de Estado da Saúde informou, por nota, que tem ampliado o acesso a população aos serviços de saúde e que trabalha para otimizar a gestão de filas, mas não detalhou sobre o número de pessoas à espera de atendimento cardíaco nem atualizou o projeto da nova estrutura de saúde regional.
Veja nota na íntegra:
“A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que, desde o início deste ano, a atual gestão tem ampliado o acesso da população aos serviços de saúde, além de elevar a qualidade do atendimento e reduzir o tempo de espera na fila por meio da Tabela SUS Paulista.
De janeiro a abril deste ano, foram repassados R$ 132,9 milhões para 91 instituições filantrópicas na região de abrangência do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas.
A pasta estadual de saúde reforça que a atual gestão trabalha para otimizar a gestão de filas, com o objetivo de ampliar os atendimentos e reduzir a espera, além de atuar com a perspectiva de implantação de filas únicas regionais e publicizadas, em parceria com os 645 municípios do estado.
Na região de abrangência do DRS de Campinas, o Hospital das Clínicas da Unicamp é a unidade de referência para a realização da cirurgia de implantação de marca-passo e de cateterismo. Quando há necessidade, os pacientes também podem ser transferidos para hospitais de referência de outras regiões.”
Oncologia
Ainda no mês de julho, o g1 mostrou que o aumento nos atendimentos de casos de câncer também pressiona o sistema público de saúde em Campinas, com fila de pacientes à espera de tratamento oncológico, com espera de até 30 dias para início de sessões de quimioterapia.
O HC da Unicamp tem registrado crescimento ano a ano. Em 2023, foram 1.240 novos casos de oncologia, aumento de 27,5% em relação ao ano anterior (969 casos).
Considerando apenas o primeiro semestre de 2024, foram atendidos 723 novos pacientes com diagnósticos de câncer, alta de 32% no comparativo com o mesmo período do ano anterior. E a superintendência do hospital projeta que a demanda cresça 42% até o final do ano.
Entre os diagnósticos mais comuns estão os cânceres de próstata, pulmão, cabeça e pescoço, muitos dos quais poderiam ser evitados com o acompanhamento e a descoberta precoce.
Em 2024, mais de 260 pessoas aguardam atendimento para tratar câncer na região de Campinas
O setor de oncologia do HC da Unicamp conta com pelo menos 200 médicos que realizam, em média, 50 cirurgias por dia. O hospital também realiza 1,4 mil quimioterapias por mês, mas apesar dos números grandiosos, a demanda continua sendo maior que a oferta.
Em março, o HC aumentou de 65 para 152 o número de vagas mensais para atender pacientes com novos casos oncológicos.
Elaine Ataíde, superintendente do HC, explica que a unidade faz um esforço para realizar o tratamento necessário em 30 dias.
“A gente tem sempre uma corrida contra o tempo, quando o paciente já está dentro do hospital para que a gente faça todo tratamento necessário em, no máximo, 30 dias. Seja fazer uma cirurgia, uma radioterapia ou iniciar uma quimioterapia”, destaca Elaine.
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