Acusado de matar companheira e ficar 9h com corpo em casa vai a júri popular em Piracicaba


Segundo a acusação e a defesa, Fabiano Aparecido Nanzer deu um “mata-leão” na vítima durante uma crise de ciúmes, após ver uma conversa dela com outra pessoa no celular. Thamires Nathália Rulin, vítima de feminicídio em Piracicaba
Reprodução/EPTV
A Justiça de Piracicaba (SP) decidiu que vai a júri popular Fabiano Aparecido Nanzer, acusado de matar sua companheira Thamires Nathália Rulin e ficar com o corpo em casa por nove horas até se entregar. Cabe recurso contra a decisão.
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O feminicídio aconteceu em 20 de fevereiro deste ano, por volta das 8h30. Segundo a Polícia Militar, o acusado, que à época tinha 35 anos, enforcou Thamires, que tinha 32 anos, durante uma discussão na casa onde moravam, na Rua João Eugênio Piedade, no bairro Santa Terezinha-Bessy.
O enforcamento teria sido com um “mata-leão”, segundo a defesa do réu.
Homem mata esposa e espera ao lado do corpo por quase 10h em Piracicaba
O crime, também conforme a corporação, teria sido motivado por ciúmes. O acusado, segundo justificativa dada por ele à polícia, teria visto uma conversa da vítima com outra pessoa no celular dela.
O homem ainda relatou aos policiais que teria tentado suicídio após matar a companheira, mas desistiu. Perto das 17h30, decidiu se entregar. Ele está preso desde a época do crime.
Viaturas da PM na rua onde ocorreu o crime, em Piracicaba
Edijan Del Santo/ EPTV
Thamires queria terminar, dizem familiares
Conforme apuração da EPTV, afiliada TV Globo, o casal estava junto há cerca de oito anos e familiares relatam que ela já tinha expressado a vontade de terminar, mas ele não aceitava o fim.
Segundo a polícia, o autor do crime já tinha sido preso com base na Lei Maria da Penha em outra situação. Em depoimento ele confessou que se envolveu em outro caso de violência há cerca de dez anos, contra a ex-mulher.
Fabiano Aparecido Nanzer está preso desde a época do crime
Reprodução/ EPTV
Quatro qualificadoras
Fabiano foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio com as seguintes qualificadoras, que são recursos que podem elevar a pena caso sejam acolhidos no julgamento:
Crime cometido por motivo torpe;
por meio asfixia;
com recurso que dificultou a defesa da vítima;
contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).
Homem mata companheira em Piracicaba na região do Bairro Santa Terezinha.
Edijan Del Santo/EPTV
Defesa contesta qualificadoras
Advogado nomeado para defender Fabiano, Roberto Simões Prestes destacou ao g1 que o acusado é réu confesso e que cometeu o crime ao ficar “transtornado” depois de ver a conversa de Thamires com outro rapaz no celular dela. Também afirmou que o réu acionou a Polícia Militar quando percebeu que a vítima tinha morrido.
Ele informou que já contestou todas as qualificadoras elencadas na denúncia oferecida do Ministério Público.
“Já usei argumentações nas alegações finais contrariando não só a denúncia oferecida pelo promotor de Justiça como também ficou esclarecido que não concordo com a sentença de pronúncia, com aquele exagero de qualificadoras, que é o que será defendido em plenário de júri […] Se os jurados entenderem que deve haver o afastamento [das qualificadoras], ele terá uma pena diminuída”, acrescentou.
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