Família diz que suspeito de matar esposa esganada em Itu esperou vítima dormir para cometer crime


Marli da Silva Anselmo, de 47 anos, foi morta esganada na madrugada de sexta-feira (19). Gilberto Francisco da Silva, marido, é o principal suspeito do crime; casal estava junto há mais de 25 anos. Marli da Silva Anselmo, de 46 anos, foi encontrada morta com sinais de esganadura em Itu (SP)
Arquivo Pessoal
Familiares de Marli da Silva Anselmo, de 46 anos, morta esganada na madrugada da última sexta-feira (19), em Itu (SP), dizem que o marido, principal suspeito, esperou a vítima dormir para cometer o crime.
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De acordo com o irmão da vítima, Lucas Anselmo, as ameaças começaram após uma discussão, ocorrida no dia 30 de junho. Gilberto Francisco da Silva não teria aceitado que a mulher estava descontente no relacionamento.
“Neste dia, ela explicou que queria terminar o casamento e pediu para que ele fosse embora. O Gilberto ficou extremamente revoltado e agressivo, ameaçou bater nela e chegou a quebrar a moto que ela tinha com uma marreta. Todas as roupas dela foram rasgadas. Não sobrou quase nada no guarda-roupa”, revela.
Após o ataque de fúria, Marli fugiu para a casa da irmã. Ela chegou a aceitar o pedido de desculpas feito pelo homem, com medo dele cometer uma nova agressão.
“Ele chegou fazer um pedido de desculpas público no grupo da família no WhatsApp e me procurou para falar do casamento. A Marli chegou a reatar por medo dele fazer algo contra ela, então, ela decidiu que iria se separar ‘numa boa’ após um período”, explica.
Gilberto Francisco da Silva, de 47 anos, é suspeito de ter matado Marli da Silva Anselmo, de 46 anos, em Itu (SP)
Arquivo Pessoal
Ainda de acordo com o familiar, Gilberto teria esperado Marli dormir para assassiná-la esganada. Após o crime, que ocorreu por volta das 2h, ele confessou o assassinato para os parentes da vítima.
“Às 2h51, ele mandou uma mensagem no grupo do WhatsApp dizendo que havia matado ela, porém, pedi para minha outra irmã, que é a administradora, apagar o que ele havia dito para minha mãe não ver. Ele estava ao lado dela, morta, antes de ser preso”, lembra Lucas, irmão de Marli.
Suspeito de matar esposa esganada ligou para membro de igreja e confessou crime, diz polícia
Conforme o irmão, Marli e Gilberto estavam juntos há mais de 25 anos. Apesar da longevidade da relação, ele apresentava comportamentos agressivos após ingerir bebidas alcoólicas.
“Na época que Gilberto bebia, ele era uma pessoa bem agressiva. Ele chegou a buscar a igreja e minha irmã o levou para ‘consertá-lo’ e conseguiu. Quando minha irmã falou que não queria mais [continuar o relacionamento], ele ficou desorientado. Dizia que a vida dele era ela”, conta.
Lucas (à direita) é irmão de Marli (à esquerda)
Arquivo pessoal
Lucas afirma que, apesar dos abusos, Marli era uma pessoa muito saudável e tranquila. Entre as atividades de sua rotina, ir à igreja e visitar os netos eram essenciais durante a semana.
“Ela era uma ótima pessoa, muito guerreira e dedicada. Levantava às 4h para trabalhar e voltava às 17h, todos os dias. Nos tempos livres, cuidava da saúde, ia à academia e visitava a igreja e os netos nos finais de semana. Ela sempre preservou muito a família. Não havia maldade nela”, relata.
Luto
Desolados com a morte de Marli, os familiares ainda reletam a dor do luto.
“Estamos desolados. A mãe dele não consegue acreditar que o filho foi capaz de fazer algo do tipo. Tudo o que aconteceu deixou todos nós muito assustados. Foi uma tragédia que, infelizmente, não tem mais volta. Ele jogou tudo para o alto”, finaliza.
Polícia investiga morte de mulher encontrada em Itu
Segundo a polícia, após o crime, o suspeito tentou tirar a própria vida, mas foi socorrido e encaminhado ao hospital, onde foi medicado e liberado para prestar depoimento. Na casa da família, a polícia apreendeu um canivete e dois celulares.
De acordo com o B.O, o suspeito alega que cometeu o crime por ter sido traído pela mulher.
Após matar a esposa, Gilberto ainda ligou para um membro da igreja que o casal frequentava e confessou o crime. Segundo a Polícia Civil, foi o pastor que acionou a polícia e contou sobre o ocorrido.
A Justiça converteu a prisão temporária de Gilberto em preventiva no último sábado (20). Ele foi transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba (SP).
*Colaborou sob supervisão de Matheus Arruda
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