Emerson Luis. Esporte: Tchau

Pode ser um adeus.

Ou um até logo.

Talvez soe como papo de boleiro.

Oportunista.

Que faz média.

Que joga pra torcida.

Que cava a renovação de um contrato.

Que especula uma possível saída. 

Posso trocar de posição.

Ser menos incisivo.

Mais burocrático.

Formal.

De qualquer maneira, após 199 publicações, em 4 anos e 9 meses de trabalho prazeroso, porém cansativo, vou dar um tempo nas minhas “viagens” jornalísticas/esportivas/futebolísticas/filosóficas.

Saio com a consciência muito tranquila.

Pois não jamais quis perseguir ou prejudicar alguém.

Minha intenção foi sempre buscar alternativas e soluções, tirar os envolvidos da zona de conforto.

Tenho plena noção de que fui contundente e repetitivo em algumas situações.

Em temas espinhosos.

Perigosos.

Desde a primeira coluna, em 16 de janeiro de 2020, sempre tentei ser o mais imparcial possível.

Nunca busquei a polêmica, o sensacionalismo, o like.

No entanto e entretanto, meu grande pecado talvez tenha sido ser detalhista ao extremo.

E prolixo.

Que significa (ao menos no meu ponto de vista como jornalista) escrever um texto com começo, meio e fim.

Relembrando grandes articulistas do passado.

Da época dos jornais impressos (que ainda existem).

Quando as pessoas tinham tempo e fome em devorar uma leitura.

Roberta Koki, minha esposa, parceira de todas as horas e revisora oficial, sempre ao sentar na frente do computador, me dizia:

“A coluna está muito longa. Vai ficar cansativa. As pessoas não vão ler”.

Demorei um tempo para lhe dar razão.

Sempre disse à ela que o comentário precisava ter uma lógica, um sentido.

Se pelo menos um leitor se identificasse com meu raciocínio, já me dava por satisfeito.

Foto: Internet

Nesse mundo instagramado, as pessoas querem tudo mastigado, digerido, a prato pleno.

Não importa a qualidade do conteúdo.

A dancinha no TikTok, por exemplo, vale mais do que o esforço e a ansiedade de um atleta para o início de uma competição.

Dancinha dos jogadores da seleção na comemoração de um gol. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A preguiça é geral.

Pesquisar, argumentar, provocar…

Pra quê?

ChatGPT.

Inteligência artificial.

Sei que preciso rever conceitos, se readequar, se moldar, me curvar à nova linguagem.

Sem deixar de imprimir minha digital.

Se bem que no fundo, no fundo, cansei de brigar sozinho, de dar murro em ponta de faca.

Nesse buffet instantâneo de palavras e conceitos, uma sopa de abobrinhas já basta para saciar o apetite.

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – atual CBN. É apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa.   

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