Principais concorrentes de Kamala Harris no Partido Democrata desistem de concorrer à Presidência dos EUA


Após o presidente Joe Biden desistir da corrida presidencial, Kamala Harris começou a receber apoio de políticos do partido, mas alguns se pronunciaram de forma neutra. Kamala agradece apoio de Biden e diz que pretende vencer indicação do partido democrata às eleições
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Três políticos do Partido Democrata seguem como possíveis candidatos que poderiam desafiar Kamala Harris, a favorita pela indicação para disputar a presidência dos Estados Unidos, mesmo após o presidente Joe Biden desistir da campanha eleitoral neste domingo (21) e apoiar a candidatura da vice.
Os principais nomes que podem concorrer com Kamala no partido para disputar o cargo de presidente com Donald Trump são (conheça cada um mais abaixo):
Gretchen Whitmer
J. B. Pritzker
Sherrod Brown
Após deixar a disputa, Biden anunciou apoio a Kamala e, logo, ela começou a receber apoio de outros políticos do partido e membros influentes democratas como Bill e Hillary Clinton. Entretanto, nomes importantes, como o ex-presidente Barack Obama e a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi foram neutros em relação à sucessão de Biden.
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A lista de nomes apoiando Kamala foi aumentando ao longo da tarde e da noite de domingo, e partiu, inclusive, de alguns nomes fortes no partido, que poderiam ser concorrentes da vice-presidente para conseguir a indicação à candidatura. É o caso dos governadores da Califórnia e da Pensilvânia, Gavin Newsom e Josh Shapiro, respectivamente.
Newsom e Shapiro não haviam endossado Kamala em seus primeiros pronunciamentos, mas horas depois declararam apoio à vice-presidente. “Farei tudo ao meu poder para ajudar a eleger Kamala Harris como a 47ª presidente dos EUA”, disse Shapiro. “Com nossa democracia em jogo, ninguém é melhor para vencer a visão sombria de Trump que Kamala”, afirmou Newsom.
Quem é Kamala Harris, a vice favorita a assumir a candidatura democrata após desistência de Biden
O deputado de Minnesota Dean Phillips, que foi candidato brevemente nas primárias democratas no início do ano e poderia ser um potencial concorrente de Kamala, disse que concorda com Obama em um processo “breve, transparente e competitivo” para escolha do candidato democrata.
Em seus pronunciamentos de reação à renúncia de Biden, nem Gretchen Whitmer, J.B. Pritzker nem Sherrod Brown mencionaram explicitamente apoio a Kamala Harris em suas declarações. Eles se limitaram a dizer que continuariam trabalhando para impedir a eleição de Trump. Isso pode mudar, como ocorreu com Newsom e Shapiro.
Veja quem são os possíveis concorrentes de Kamala Harris no Partido Democrata:
Candidatos que podem substituir Biden
Reprodução
Gretchen Whitmer
Atual governadora do estado do Michigan, Gretchen Whitmer, de 52 anos, já passou pela Câmara dos Representantes e pelo Senado de Michigan, antes de assumir a liderança do estado desde 2019.
Seu estado é considerado um “Swing State”, ou seja, tem possibilidade de pender para o lado republicano ou democrata na votação de novembro.
Whitmer também estava na lista de candidatos para ser vice-presidente de Biden na eleição em 2020 e conseguiu um bom desempenho na votação do Partido Democrata, o que é atribuído ao desempenho da governadora no Michigan.
J. B. Pritzker
Também governador, desta vez do estado de Illinois, J. B. Pritzker tem ganhado destaque durante o mandato, o que pode chamar a atenção dos democratas na escolha de um substituto.
O político de 59 anos pode usar como vantagem a regulamentação do direito ao aborto que realizou no estado. O estado já investiu mais de US$ 23 milhões na expansão do acesso ao procedimento e à saúde reprodutiva desde 2022. O estado teve um aumento expressivo no número de mulheres que viajaram para Illinois à procura do procedimento após a reversão histórica do caso “Roe vs. Wade” pela Suprema Corte americana em 2022, que retirou o direito nacional ao aborto nos EUA.
Pritzker já declarou que o estado é um “santuário” para as mulheres que procuram a interrupção da gravidez, além de ser incisivo em temas como controle de armas e na legalização da maconha para uso recreativo.
Sherrod Brown
O senador de Ohio, Sherrod Brown, tem destaque na defesa de pautas que envolvem os direitos e proteções trabalhistas, e já se posicionou em defesa da fertilização in vitro e do direito ao aborto.
Com 71 anos, Brown seria o homem mais velho dentre as escolhas dos democratas. Mesmo assim, ainda teria 7 anos a menos que o republicano Donald Trump.
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Quem já declarou apoio a Kamala
Bill e Hillary Clinton são os maiores nomes do partido que apoiaram Kamala até o momento. Eles disseram que “farão o que puderem para apoiá-la” e que “agora é a hora de apoiar Kamala Harris e lutar com tudo o que temos para elegê-la. O futuro da América depende disso.”
Bill Clinton é ex-presidente dos EUA e a Hillary é ex-secretária de Estado e foi a candidata democrata nas eleições de 2016 contra Donald Trump.
Segundo fontes da Reuters, os presidentes estaduais do partido democrata de todos os 50 estados dos EUA apoiam Kamala Harris. Eles realizaram uma reunião por vídeo neste domingo (21) e houve unanimidade para endossar a vice-presidente como candidata do partido.
O Secretário dos Transportes, Pete Buttigieg, declarou apoio a Kamala na noite deste domingo, dizendo que ela “é agora a melhor pessoa para carregar a tocha”. Buttigieg concorreu às prévias democratas nas eleições de 2020 e era um potencial concorrente da vice-presidente para a nomeação.
Alguns outros políticos democratas em exercício também declararam apoio à Kamala:
A senadora Patty Murray, disse que apoia Harris “100%”;
O deputado Jim Clyburn, um dos aliados mais próximos de Biden, afirmou: “Estou orgulhoso de seguir sua liderança em apoio à candidatura dela”;
O senador Mark Warner disse que ela “tem a experiência, energia e determinação para liderar nossa nação”;
O senador Chris Murphy disse que estará “entusiasticamente apoiando minha amiga”;
A senadora Mazie Hirono, a senadora Tina Smith, o senador Tim Kaine e a senadora Laphonza Butler também disseram que apoiariam Harris;
O governador da Carolina do Norte, Roy Cooper.
O que disseram Obama e Pelosi
Tanto Barack Obama quanto Nancy Pelosi elogiaram Biden em seus pronunciamentos, mas não endossaram Kamala Harris. Ambos mencionaram o Comitê Nacional Democrata ao indicar o desejo que ele realize um processo aberto e transparente considerando diversos candidatos do partido à indicação.
“Navegaremos por águas desconhecidas nos próximos dias,” disse Obama em uma declaração. “Mas tenho uma confiança extraordinária de que os líderes do nosso partido serão capazes de criar um processo do qual um nomeado excepcional emerja.”
O que dizem outras vozes do partido
Dmitri Mehlhorn, conselheiro de Reid Hoffman, fundador do LinkedIn e grande doador democrata, declarou apoio a Kamala Harris e a chamou de “o sonho americano personificado”, observando que ela é filha de imigrantes: “mal posso esperar para ajudar a eleger a Presidente Harris.”
O senador dos EUA Peter Welch, o primeiro democrata do Senado a pedir para Biden desistir de sua candidatura à reeleição, também pediu um processo aberto para nomear um novo candidato do partido.
Entenda caminho para escolha de novo candidato democrata após desistência de Joe Biden em 21 de julho de 2024.
Kayan Albertin/Equipe de arte g1
Biden desiste da candidatura
Qual foi o caminho da campanha de Biden até o fim?
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que desistiu de concorrer à reeleição e disse apoiar a vice-presidente Kamala Harris para liderar chapa democrata. Em um comunicado no X, Biden disse que cumprirá o seu mandato até janeiro de 2025 (leia a íntegra mais abaixo).
“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu Biden.
Logo após saber da desistência, Donald Trump, candidato republicano, disse em sua conta no Truth Social que Biden “não estava apto para concorrer à presidência”.
O ex-presidente Barack Obama também se manifestou sobre o caso. Em um comunicado publicado na plataforma Medium, o democrata classificou Biden como “um patriota da mais alta ordem”. Biden foi vice-presidente na gestão Obama entre 2009 e 2017.
A desistência ocorre após pressões do partido e de parte do eleitorado democrata. A crise na campanha de Biden começou no fim de junho, quando ele teve um mau desempenho em um debate contra Donald Trump. À época, a capacidade cognitiva do presidente foi colocada em dúvida.
Até o momento, o presidente resistia à pressão de diversas maneiras. Ele deu entrevistas, fez uma reunião com governadores democratas e negou alegações de que sofria um declínio cognitivo e físico. Biden afirmou várias vezes que não iria desistir e que venceria a eleição.
No entanto, nos últimos dias, os rumores de desistência aumentaram. O ex-presidente Barack Obama e a ex-líder da Câmara Nancy Pelosi, duas fortes vozes no Partido Democrata, demonstraram insegurança com o atual presidente.
Segundo a “CNN”, Pelosi disse a Biden que ele não venceria. Já Obama demonstrou a pessoas próximas receio sobre as chances do atual presidente na eleição.
Biden foi diagnosticado Covid-19 na quarta-feira (17) e teve de suspender eventos de campanha. Desde então, ele está em isolamento em sua casa em Delaware. Segundo a imprensa norte-americana, diante da pressão, ele começou a ficar mais reflexivo sobre a candidatura.
Uma fonte disse à Reuters que a decisão ocorreu neste domingo. “Na noite passada, a mensagem foi para seguir em frente com tudo, a todo vapor. Por volta das 13h45 de hoje, o presidente disse à sua equipe sênior que havia mudado de ideia”. A decisão pegou muitos funcionários da Casa Branca de surpresa.
O Partido Democrata ainda não anunciou quem vai ser o novo candidato para disputar a eleição contra Trump.
Debate
Durante a disputa televisionada no final de junho, Biden apresentou voz rouca — atribuída a um resfriado —, pouco entusiasmo e hesitou em diversos momentos. Trump, por outro lado, despejou uma série de mentiras com calma e de forma assertiva, sem ser corrigido por Biden.
O debate foi o “início do fim” para Biden, de 81 anos. Dúvidas relacionadas à idade e aptidão do presidente para um mandato de mais quatro anos desencadearam uma crise no partido democrata. Dentro do partido, começou a surgir a ideia de substituição.
As eleições dos EUA acontecem em 5 de novembro. A Convenção Nacional Democrata, que vai oficializar o candidato do partido que vai disputar a Casa Branca, será entre 19 de agosto e 22 de agosto.
Qual foi o caminho da campanha de Biden até o fim?
O ‘início do fim’
Após a má performance de Biden no debate, a imprensa norte-americana citou o estado de pânico de entre os democratas. Colegas de partido se preocuparam com a capacidade do presidente para mais um mandato.
Em evento de campanha no dia seguinte ao encontro com Trump, Biden reconheceu a questão da idade e disse que não debate como antes, mas afirmou que sabe “dizer a verdade” e que pretendia vencer a eleição.
Ainda no dia seguinte, diversos veículos americanos como os jornais “The New York Times”, “The Wall Street Journal” e a revista “The Economist” — que apoiavam o presidente — publicaram editoriais pedindo para que Biden desistisse da candidatura à presidência.
Mesmo com relatos da mídia americana e de agências de notícias de que os democratas consideravam sua substituição no pleito, o apoio de políticos e figuras democratas a Biden permaneceu unânime durante alguns dias.
A pressão, no entanto, cresceu com declarações de políticos democratas em exercício e figuras importantes do partido, como Nancy Pelosi.
Veja a íntegra do comunicado
Meus queridos americanos,
Nos últimos três anos e meio, fizemos grandes progressos como nação.
Hoje, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução de nossa nação, na redução dos custos de medicamentos prescritos para idosos e na expansão do atendimento de saúde acessível para um número recorde de americanos. Prestamos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovamos a primeira lei de segurança de armas em 30 anos. Nomeamos a primeira mulher afro-americana para a Suprema Corte. E aprovamos a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve melhor posicionada para liderar do que estamos hoje.
Sei que nada disso poderia ter sido feito sem vocês, o povo americano. Juntos, superamos uma pandemia de uma vez por século e a pior crise econômica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservamos nossa democracia. E revitalizamos e fortalecemos nossas alianças ao redor do mundo.
Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre apenas em cumprir meus deveres como presidente pelo resto do meu mandato.
Falarei à nação mais detalhadamente sobre minha decisão ainda esta semana.
Por enquanto, permitam-me expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tão duro para me ver reeleito. Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo esse trabalho. E permitam-me expressar minha sincera gratidão ao povo americano pela fé e confiança que vocês depositaram em mim.
Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer quando fazemos juntos. Só temos que lembrar que somos os Estados Unidos da América.
Comunicado de Joe Biden
Reprodução/X
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