O que é a síndrome do Tarzan, que vem separando casais de todas as idades

Nos últimos anos, as relações amorosas passaram por grandes transformações, e novas dinâmicas começaram a impactar a estabilidade emocional dos envolvidos. Entre essas tendências, a síndrome do Tarzan tem se tornado cada vez mais comum, afetando casais de todas as idades.

Tarzan e Janne em filme da Disney, para matéria sobre a síndrome do Tarzan

O que é a síndrome do Tarzan? A nova moda que está separando casais de todos os tipos, e não apenas da geração Y – Foto: Disney/Divulgação/ND

O fenômeno recebe o nome em referência ao personagem Tarzan, que se balança de cipó a cipó sem nunca soltar uma antes de ter outra na mão. Da mesma forma, a pessoa que sofre dessa síndrome tende a iniciar um novo relacionamento antes mesmo de encerrar emocionalmente o anterior.

Apesar de muitos desconhecerem este termo, essa prática se tornou uma realidade frequente, especialmente em um cenário onde o medo da solidão e a necessidade de validação são comuns.

O que é a síndrome do Tarzan?

A síndrome se caracteriza pela incapacidade de lidar com o vazio emocional deixado pela ruptura, o que pode levar uma pessoa a “pular” para novos relacionamentos, sem dar a si mesmo o tempo necessário para curar e processo o término anterior, segundo a psicologa Lara Ferreiro.

Dessa forma, assim como o personagem fictício Tarzan, que nunca solta o cipó sem segurar outro, esse comportamento reflete uma dificuldade clara em enfrentar o luto emocional e as consequências de um rompimento.

Homem torcendo o pescoço para olhar pra mulher bonita

Indivíduos que sofrem de síndrome do Tarzan refletem uma dificuldade clara em enfrentar o luto emocional e as consequências de um rompimento – Foto: Istock/Divulgação/ND

O mesmo padrão, observados em muitos relacionamentos amorosos, também podem ser visíveis no ambiente profissional, onde algumas pessoas mudam de emprego constantemente, buscando satisfação imediata.

No entanto, é no contexto dos relacionamentos amorosos que a síndrome se mostra mais destrutiva, afetando tanto a pessoa que apresenta esse comportamento quanto seu novo parceiro.

As chamadas “relações liana”: um ciclo constante de substituição

A psicologa descreve esse tipo de vínculo como uma “relação liana”, onde o indivíduo evita o processo de luto após um término e tenta preencher o vazio emocional com uma nova relação.

Setas embaixo da outra apontando para circulo

Relações liana costumam seguir o mesmo ciclo em todas as relações, provando ser uma característica forte de síndrome do Tarzan – Foto: Canva/Divulgação/ND

Em comparação, Lara afirma que esse comportamento faz com que a pessoa não enfrente a dor da ruptura e busca alívio temporário em outro relacionamento.

Esse comportamento tem um efeito anestésico que impede o indivíduo de refletir sobre seus erros em relações anteriores. Isso leva à repetição de padrões disfuncionais, dificultando o autoconhecimento e a construção de uma identidade emocional autônoma.

Consequências da síndrome do Tarzan

O medo da solidão e a capacidade de lidar com o vazio emocional são as principais causas que levam um indivíduo a adotar esse tipo de comportamento.

Muitos desenvolvem sua identidade a partir da relação com o parceiro e, por isso, sentem a necessidade urgente de iniciar uma nova relação após um término, sem dar um tempo para um processo de cura.

As consequências da síndrome do Tarzan são profundas, pois ao evitar o luto, a pessoa acumula emoções negativas e criam um ciclo de sofrimento e relacionamentos superficiais.

Esse padrão gera um impacto negativo na saúde mental, resultando em ansiedade, depressão e baixa autoestima, já que o indivíduo passa a depender da validação do outro para se sentir completo.

O impacto na saúde mental e emocional

A constante transição de uma relação para outra afeta gravemente a saúde mental.

Conforme o psicólogo Raúl López, as pessoas que sofrem da síndrome do Tarzan carregam consigo “bagagens emocionais de relações anteriores que não deram certo”, o que impede o crescimento pessoal e o aprendizado necessário para estabelecer vínculos mais saudáveis.

Mulher triste encostada em janela com as mãos na cabeça

Síndrome do Tarzan pode causar diversos impactos negativos na saúde mental dos indivíduos – Foto: Canva/Divulgação/ND

A importância de encerrar ciclos e de se curar

Enfrentar e processar o luto após uma separação é fundamental para evitar cair na síndrome do Tarzan. Dessa forma, o tempo para reflexão, autoconhecimento e cura emocional e cura emocional são essenciais para construir relacionamentos futuros sólidos e saudáveis.

Além disso, o período de luto permite que o indivíduo análise o que deu de errado, aprenda com os erros e fortaleça sua base emocional. Embora seja um processo doloroso, ele é essencial para alcançar o equilíbrio e a felicidade em uma relação.

Recuperando a independência emocional

A síndrome do Tarzan é um reflexo da dificuldade de enfrentar a dor e a solidão. Por isso, a chave para superar o padrão é aprender e estar bem consigo mesmo, sem a necessidade constante de um paceiro para se sentir completo.

Reconhecer o luto, trabalhar na construção de uma identidade sólida e desenvolver autoestima são passos fundamentais para evitar cair neste ciclo de relações superficiais e destrutivas.

Dessa forma, recuperar a independência emocional permite que as pessoas criem relacionamentos mais saudáveis e genuínos, baseados em uma conexão verdadeira, e não na necessidade de preencher um vazio. Soltar os “cipós” e aprender a caminhar sozinho é o primeiro passo para construir relações mais autênticas e significativas.

Homem de braços abertos em meio a vegetação

Recuperando a independência emocional e se livrando de estigmas que te prendem ao passado – Foto: Canva/Divulgação/ND

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