Biden desiste da reeleição e apoia Kamala Harris; comentaristas da GloboNews analisam


Decisão volta a atenção para o Partido Democrata, muda dinâmica das eleições e vice-presidente sai à frente como favorita para assumir a candidatura, segundo analistas. Joe Biden e Kamala Harris em imagem de março de 2022
Nicholas Kamm/AFP
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden anunciou neste domingo (21) a sua desistência à reeleição dos EUA e apoio à vice-presidente Kamala Harris. A decisão muda totalmente a dinâmica da eleição e pode representar um novo momento para o Partido Democrata, analisam comentaristas da GloboNews.
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TEMPO REAL: Biden desiste da candidatura à reeleição
A desistência ocorre após pressões do partido e de parte do eleitorado democrata. A crise na campanha de Biden começou no fim de junho, quando ele teve um mau desempenho em um debate contra Donald Trump. À época, a capacidade cognitiva do presidente foi colocada em dúvida.
Para Valdo Cruz, a decisão de Biden também pode ter sido influenciada pelo comportamento dos doadores de campanha, que começaram a se retrair após o debate.
“[Biden] é um resiliente. Não é um homem dado a desistir dos obstáculos que surgem pela frente. Mas nesse caso, a pressão estava muito forte. Até grandes apoiadores dele, como Barack Obama, passaram a sinalizar que era melhor desistir e abrir espaço para outro”, disse Valdo Cruz.
Valdo Cruz: Joe Biden é um resiliente, difícil de desistir dos obstáculos
Guga Chacra disse que “esse momento é totalmente sem precedentes” e a atenção se volta totalmente para o Partido Democrata. Segundo ele, Kamala Harris é “a favorita” e a campanha de Trump já se prepara para essa possibilidade.
“Pelo fato de ser vice-presidente, Kamala desfruta de uma legitimidade maior nesse momento. Mas o Partido Democrata não é homogêneo. Uma coisa que o Biden tinha era que ele conseguia unir o partido inteiro”, avaliou Guga Chacra.
Guga Chacra: ‘Kamala Harris é a favorita’
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Marcelo Lins também acredita que “a bola está de novo com os democratas” e este pode se tornar um momento de força para o partido. “Trump aproveitou o espaço para fazer o que mais gosta de fazer: mentir loucamente. E voltou a mentir hoje, então concluo que ele sentiu a desistência de Biden”.
Marcelo Lins: O momento é dos Democratas
Para Carlos Gustavo Boggio, foi significativo que Biden tenha endossado Kamala Harris, já pedindo doação para as campanhas. “Ele está aumentando de forma muito evidente o custo para qualquer um que desafie a candidatura de Kamala dentro do partido”, disse.
“O que Biden fez foi dizer ‘Se você não quer a Kamala Harris, se apresente’. E essa pessoa vai se apresentar em condições muito mais fracas do que seria o caso se Biden não tivesse agido dessa forma tão rápida. Foi um cálculo muito claro para unir o partido em torno de Kamala Harris”, disse Carlos Gustavo Boggio.
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A desistência
Em um comunicado no X, Biden anunciou a sua desistência da candidatura e disse que cumprirá o seu mandato até janeiro de 2025. Ele também anunciou seu apoio à vice-presidente Kamala Harris para assumir a candidatura.
“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu.
Íntegra: leia a carta de desistência de Biden
Até o momento, o presidente resistia à pressão de diversas maneiras. Ele deu entrevistas, fez uma reunião com governadores democratas e negou alegações de que sofria um declínio cognitivo e físico. Biden afirmou várias vezes que não iria desistir e que venceria a eleição.
Biden foi diagnosticado Covid-19 na quarta-feira (17) e teve de suspender eventos de campanha. Desde então, ele está em isolamento em sua casa em Delaware. Segundo a imprensa norte-americana, diante da pressão, ele começou a ficar mais reflexivo sobre a candidatura.
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