Quem é Kamala Harris, a vice favorita a assumir a candidatura democrata após desistência de Biden


Vice-presidente dos EUA é a preferida entre os democratas para enfrentar Trump nas eleições de novembro. Entretanto, baixa popularidade e ‘invisibilidade’ nos últimos anos estão entre os pontos fracos de Kamala. Joe Biden desistiu da corrida eleitoral neste domingo (21). Vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, fez seu primeiro discurso nas Nações Unidas em 16 de março de 2021
Jonathan Ernst/Reuters
Após Joe Biden desistir de concorrer à reeleição, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, está entre os nomes favoritos para assumir a candidatura democrata na corrida presidencial.
Biden anunciou a desistência neste domingo (21) após ser pressionado por dias. A crise começou no fim de junho, quando o desempenho do democrata em um debate contra Donald Trump levantou dúvidas sobre a capacidade cognitiva dele.
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De acordo com o instituto de pesquisa Morning Consult, 30% dos democratas apoiam o nome de Kamala caso Biden seja substituído. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, aparece em seguida, com 20%.
A vice-presidente passou boa parte do mandato tentando se destacar. No entanto, a popularidade dela é relativamente baixa, com nível de aprovação muito próximo de Biden.
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Quem é Kamala Harris
Kamala, de 59 anos, é a primeira mulher a se tornar vice-presidente dos EUA. Formada em Direito e Ciências Políticas, ela foi procuradora da cidade de São Francisco e, depois, do estado da Califórnia. Kamala também foi senadora pelo estado entre 2017 e 2020.
Ela chegou a se apresentar como pré-candidata à Casa Branca para as eleições de 2020 e liderou algumas pesquisas dentro do Partido Democrata. No entanto, perdeu apoio e desistiu da corrida por falta recursos financeiros.
Filha de mãe indiana e pai jamaicano, ela foi escolhida para integrar a chapa democrata para atrair minorias, sendo ela mulher, negra e filha de imigrantes.
A opção por Harris foi fundamental para a eleição de Biden, já que funcionou como um chamariz para convencer eleitores negros a votar no pleito de 2020.
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Baixa popularidade
Existia uma expectativa em relação ao papel de Kamala durante o mandato de Biden. Ela era considerada a sucessora natural do presidente para as eleições de 2024. Porém, o desempenho dela foi abaixo do esperado, e as pesquisas indicaram fraca popularidade.
Antes mesmo de completar um ano no cargo, Kamala foi considerada a vice-presidente americana mais impopular da história em 50 anos.
Foram poucos os momentos em que Kamala conseguiu chamar atenção para si. Ainda em 2021, a vice-presidente foi designada para liderar a diplomacia com o México e países da América Central com o objetivo de encontrar uma solução para o problema migratório na fronteira.
Joe Biden e Kamala Harris em imagem de março de 2022
Nicholas Kamm/AFP
Na primeira viagem oficial dela à região, durante um encontro com o presidente da Guatemala ela pediu que os migrantes não fossem aos Estados Unidos de forma ilegal. Na ocasião, a performance foi considerada desastrosa.
Uma pesquisa publicada em junho deste ano pela Redfield & Wilton Strategies indicou que a vice-presidente era desaprovada por 44% dos americanos e aprovada por 39%.
A base do Partido Democrata ainda tem resistência em relação ao seu nome por causa de seus números fracos, de acordo com o site Politico.
O partido considera quaisquer nomes de governadores para uma possível substituição, como Gavin Newsom, da Califórnia, e Gretchen Whitmer, de Michigan. Todos eles são mais populares que Kamala.
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Direito ao aborto e Gaza
Ainda que com baixa popularidade, Kamala conseguiu dobrar alguns de seus críticos. Em 2022, ela se colocou como a voz da Casa Branca em defesa ao direito ao aborto.
No ano passado, durante a Conferência de Segurança de Munique, foi Kamala quem subiu o tom contra a Rússia na guerra da Ucrânia. Foi a primeira vez que os EUA acusou abertamente a Rússia de ter cometido crimes contra a humanidade.
Em maio deste ano, a vice-presidente fez as declarações mais incisivas da liderança dos EUA ao criticar o governo de Israel. Ela direcionou sua fala a Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, para o cessar-fogo e impedir uma “catástrofe humanitária.”
Vice-presidente dos EUA acusa Rússia de crimes contra a humanidade na Ucrânia.
O que dizem os veículos dos EUA
De acordo com a revista britânica “The Economist”, Kamala seria a escolha óbvia para substituir Biden. “Infelizmente, ela não inspira confiança nos grandes democratas, e os eleitores sentem isso”.
Ainda segundo a publicação, uma sondagem recente da The Economist/YouGov sugere que ela é apenas uma opção ligeiramente mais favorável do que o presidente.
Para o site “Politico”, o maior trunfo da vice-presidente é a “realidade política”. Se Biden abandonasse a corrida presidencial, qualquer outro candidato teria desafios significativos.
“Apenas Harris, por exemplo, teria acesso aos cofres da campanha da qual já faz parte. Qualquer outro candidato enfrentaria a difícil tarefa de construir uma infraestrutura em questão de meses.”
O jornal “The Washington Post” também coloca a vice-presidente como a substituta natural.
“Harris é a vice-presidente, a pessoa já escolhida pelo partido para ser a próxima na linha de sucessão à presidência. A menos que ela também tenha optado por não ser presidente, ela é a pessoa a quem a nomeação iria.”
A crise na campanha de Biden, diz o “The New York Times”, renovou o foco na vice-presidente, enquanto ela tenta acalmar os ânimos entre os democratas.
Desde o início do ano, Kamala tem viajado em campanha para fortalecer a chapa e mobilizar principalmente eleitores negros, que é uma base essencial para os democratas.
Segundo o site Politico, aliados e assessores de Kamala acreditam que ela conseguiu demonstrar mais habilidade e confiança nestes últimos meses e, com isso, revigorar seu perfil.
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