Pai que morreu com filho brasileiro no Líbano estava angustiado com guerra e tentava deixar o país com família, conta filha


Outro filho e irmão das vítimas, de 16 anos, também se feriu no bombardeio, mas sobreviveu. Ele e a irmã estão a caminho do Brasil, devem chegar no país nesta quinta-feira (26) Ali Kamal Abdallah tinha 15 anos e nasceu em Foz do Iguaçu
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Hanan Abdallah, filha Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, e irmã de Ali Kamal Abdallah, 15 anos, que morreram no Líbano após ataque, contou à RPC que em uma das últimas conversas com o pai, ele relatou que estava angustiado.
Na conversa, na madrugada de segunda-feira (23), por volta das 5h no horário de Brasília ele contou ainda que estava tentando conseguir passagens para os filhos voltarem ao Brasil, porque estava com medo.
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O pai e o irmão de Hanan morreram horas depois da conversa vítimas de um foguete que atingiu a cidade de Kelya. Segundo o Itamaraty, Ali que nasceu em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, é o primeiro brasileiro que se tem conhecimento a morrer no Líbano, desde o início do conflito.
O órgão afirmou ainda que a embaixada brasileira está em contato e prestando apoio à família, que mora em Foz do Iguaçu.
Bombardeios israelenses no Líbano se intensificaram nos últimos dias. Na segunda-feira, mais de 560 morreram e mais de 1,8 mil ficaram feridas nos ataques direcionados ao grupo extremista libanês Hezbollah, no dia mais sangrento desde a guerra do Líbano, em 2006.
‘Morreram trabalhando na pequena fábrica da família’
Hanan contou à RPC que conta que a família foi para o Líbano trabalhar em uma pequena fábrica familiar de produtos de limpeza.
“Foi um ataque. Eles morreram trabalhando na pequena fábrica da família”, afirmou.
Segundo Hanan Abdallah, a família morou por mais de dez anos em Foz do Iguaçu e voltou para o Líbano há cerca de quatro anos, onde tinham uma empresa em Sohmor, cidade vizinha a do bombardeio.
Além de Ali, Kamal Hussein morava na cidade de Kelya junto com outros dois filhos: um rapaz de 16 anos, e uma jovem de 21 anos.
O adolescente de 16 anos também se feriu no bombardeio, mas sobreviveu. Ele e a irmã estão a caminho do Brasil, devem chegar no país nesta quinta-feira (26) e estão muito abalados, conforme Hanan.
A jovem tem um bebê e está há mais de um ano sem ver a família. Ela voltou ao Brasil após se casar, há cerca de 2 anos.
Conforme Hanan, o restante da família já tentava voltar ao Brasil. A esposa da vítima e mãe de Hanan, de 49 anos, chegou a Foz do Iguaçu cerca de uma semana.
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