Moradores protestam contra ‘pó preto’ da CSN em Volta Redonda


Manifestantes se concentraram na Praça Brasil, na Vila Santa Cecília. Moradores protestam contra ‘pó preto’ da CSN em Volta Redonda
Giovani Rossini/TV Rio Sul
Moradores fizeram uma manifestação contra a emissão do “pó preto” decorrente da produção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na manhã deste domingo (21) em Volta Redonda (RJ).
Os manifestantes se concentraram na Praça Brasil, no bairro Vila Santa Cecília, por volta de 9h. Eles estavam com cartazes com frases escritas, como: “Eu amo VR sem Póluição” e “Respeite nosso direito a respirar!”.
Até a publicação desta reportagem, os órgãos públicos não tinham divulgado quantas pessoas participaram da manifestação.
Em nota enviada na última semana para a TV Rio Sul, a CSN informou que vai investir R$ 1,3 bilhão de reais em equipamentos visando a redução da emissão do “pó preto” . Leia na íntegra:
“Os dados do sistema “Vigiar”, do Ministério da Saúde, indicam que a qualidade do ar de Volta Redonda está no mesmo padrão dos demais municípios da sua região, como Barra do Piraí, Piraí, Pinheiral, Rio Claro, Paracambi, Mendes e Barra Mansa. O mesmo sistema mostra que a qualidade do ar de Volta Redonda é melhor do que a de uma centena de municípios de São Paulo, incluindo a própria capital, e até mesmo de cidades em plena Amazônia, como Apuí, Humaitá e diversas outras.
Volta Redonda não faz parte da lista de cidades em “alerta vermelho” do sistema “Vigiar” do Ministério da Saúde, que engloba uma centena de municípios do país neste nível de alerta. O sistema deste ministério aponta, inclusive, que o número estimado de mortes por possível material particulado em Volta Redonda é quase a metade do índice de uma cidade como São Paulo.
Vale ressaltar que os dados do programa “Vigiar” são obtidos por estimativas indiretas a partir e projeções, e não por medição direta no local, como faz o INEA.
Quanto às partículas sedimentáveis, conhecidas como pó preto, elas não fazem parte dos parâmetros da OMS que definem a qualidade do ar, por serem partículas maiores, que não afetam a qualidade do ar ou a saúde das pessoas, pois não são inaláveis, segundo a OMS.
Contudo, para mitigar o incômodo à população causado por estas partículas, a CSN está realizando uma ampla modernização nas suas operações, visando à redução das emissões de partículas sedimentáveis com investimentos comprovados de R$ 1,3 bilhão de reais, mais do que quatro vezes o montante inicialmente previsto no TAC (R$ 300 milhões) em vários equipamentos, incluindo uma ampla reforma nas sinterizações e renovação dos seus filtros.
Além disso, para tentar amenizar os efeitos deste período de transição, foram adquiridos mais 10 novos canhões de névoa, somando agora 21 com os outros 11 já instalados anteriormente e intensificadas outras medidas”.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou em nota que recebeu a recomendação do Ministério Público Federal e vai cumprir as determinações dentro do prazo estabelecido. Confira na íntegra:
“A primeira minuta da Resolução sobre o Programa Estadual de Monitoramento de Partículas Sedimentáveis foi elaborada em janeiro de 2024. Após passar por todas as áreas técnicas responsáveis pela implementação do programa e pela Procuradoria do órgão, o documento foi encaminhado para pauta e deliberação. A resolução sai até o final deste mês.
O Inea ressalta que Volta Redonda já possui uma Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar e Meteorologia, composta por quatro estações automáticas e nove semiautomáticas, ambas habilitadas para medir, em tempo real, a concentração de gases e partículas presentes no ar.”
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