Três meses de estiagem provocam prejuízos a produtores de laranja no interior de São Paulo


Safra brasileira deste ano deve ser quase 25% menor do que a do ano passado, o pior resultado dos últimos 30 anos. Seca prolongada prejudica safra da laranja em São Paulo.
TV Globo/Reprodução
Frutos menores e caindo do pé. Em Colina, no interior de São Paulo, o produtor rural Walter Stamato Filho precisou antecipar a colheita em três meses para evitar mais perdas.
“A gente vê um pé sentido, vê uma baixa produtividade. Não está dando rendimento, eu acredito que a gente vai ter uma quebra na safra aí na ordem de 40% na minha propriedade”, diz.
Resultado da seca e do calor dos últimos meses, que atingiram uma área no interior de São Paulo responsável por 74% da produção nacional de laranja.
Nas contas da Fundecitrus, instituição sem fins lucrativos de pesquisa da citricultura, a safra brasileira deste ano deve ser de 232 milhões de caixas, quase 25% menor do que a do ano passado. O pior resultado dos últimos 30 anos.
“Tem muito pouco oferta de laranja, em decorrência da florada do ano passado. De setembro a novembro não choveu, teve temperatura muito alta, calor muito intenso, então dificultou no pegamento. Derrubou toda essa florada e o que ficou no pé vem caindo gradativamente, porque estamos passado um período de seca prolongado” diz o presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga (SP), Marco Antônio dos Santos.
Por falta de água, uma laranja murcha e menor não é bem aceita nos mercados de fruta fresca, in natura. Mas é doce e boa para a fabricação de suco.
Para salvar a safra, parte da produção, neste ano, é colhida do chão.
Os colhedores derrubam as laranjas que sobraram nas árvores e passam, depois, recolhendo junto com as que já tinham caído.
Em Taquaritinga, a produção dos 35 mil pés na fazenda de Nivaldo Davoglio deve cair para menos da metade.
“Ela é doce, ela dá suco. Você pode rastelar, catar tudo que está no chão, chacoalhar a árvore. O que cair verde a indústria recebe”, conta.
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