Golpe do advogado: entenda como criminosos fazem vítimas em MG e saiba como se proteger

Bandidos ligam para vítimas que moveram processos na Justiça e fingem ser representantes do escritório de advocacia que elas contrataram. Bandidos fingem ser advogados e cobram pix de vítimas
A aposentada Ilma de Freitas Carvalho Ferreira, de 71 anos, relata que perdeu o sossego depois de pagar um valor para “agilizar” o processo que move na Justiça. Durante uma ligação, ela achou que conversava com um escritório de advocacia, mas eram golpistas que estavam na linha.
“Escreveu para mim, mandou a mensagem, como eu olhei e era o nome da advogada, eu fui conversando, fui escrevendo para eles. Aí falou assim que eu tinha sido indenizada com R$ 44 mil e que, para isentar de pagar R$ 12 mil, que eu pagasse uma taxa para o cartório, de PIX”, disse.
Para enganar a idosa, os criminosos usaram dados da advogada dela e até uma cópia da ação judicial. A idosa acreditou que receberia a indenização e transferiu R$ 430 para pagar uma suposta taxa do cartório — dinheiro que nunca mais viu.
Esse tipo de golpe tem se tornado comum, e, por isso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou orientações para prevenir clientes e profissionais, que têm seus nomes usados indevidamente (entenda abaixo).
Como funciona o golpe?
📞 Os bandidos ligam para as vítimas que moveram processos na Justiça e fingem ser representantes do escritório de advocacia que elas contrataram;
📜 Eles passam diversos dados da ação judicial em andamento, para fazer com que as vítimas acreditem não se tratar de um golpe;
💰 Em seguida, os criminosos pedem o pagamento de quantias específicas por PIX, com a desculpa de que a suposta taxa vai agilizar a liberação do processo;
💸 Quando os golpistas recebem os valores transferidos, eles desaparecem, deixando as vítimas no prejuízo.
O advogado Rômulo Brasil de Avelar Campos, especialista em direito do consumidor, explica que os estelionatários costumam usar as bases de dados do poder judiciário para ter acesso aos processos e, consequentemente, informações das vítimas.
“Lá eles encontram as ações que foram propostas e, a partir daí, o nome do autor, a qualificação desse autor, ou seja, identidade, CPF, data de nascimento, estado civil e o nome do réu. E aí o golpe fica viabilizado, porque, de posse de todas essas informações, eles ligam para a vítima, para o autor daquela ação, se fazendo passar pelo escritório de advocacia que a propôs aquela ação”, afirma o advogado.
Como se proteger?
A OAB recomenda que:
➡️Ao receber o contato do suposto advogado com uma cobrança suspeita, a pessoa entre em contato com o escritório usando o número para o qual o cliente já esteja habituado a ligar, para checar se a mensagem anterior é verdadeira.
➡️De mesmo modo, é importante nunca ligar para o número que enviou a mensagem ou clicar em links enviados nela.
➡️A OAB diz que erros de português são muito comuns nesse tipo de ação criminosa. Desde o primeiro contato via WhatsApp, os golpistas costumam dar indícios de que não são advogados ou procuradores pela linguagem que utilizam. Os erros também são encontrados nos documentos falsificados.
➡️Outro indício de fraude é que o a cobrança de custos pelo WhatsApp para liberação do valor ganho no processo não é o procedimento padrão adotado pela Justiça. Normalmente, isso é feito pelos canais oficiais dos escritórios.
➡️Se ainda assim cair no golpe, é fundamental fazer um boletim de ocorrência. Para comprovar que foi enganado pelos bandidos, é importante registrar “prints” (cópias da tela do celular exibindo as mensagens trocadas) e salvar o número da conta para a qual a transferência foi feita.
Os vídeos mais vistos do g1 Minas:
Adicionar aos favoritos o Link permanente.