Manobrista que matou vizinho e ameaçava derrubar apartamento a marretadas vira réu em Ribeirão Preto, SP


Sérgio Salomão Bernardes é acusado de matar Júlio César da Silva em junho. Após ser preso, ele foi expulso do condomínio onde morava por causa de denúncias de perturbação do sossego e ameaça. Sérgio Salomão Fernandes é acusado de agredir e matar idoso em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
O manobrista Sérgio Salomão Bernardes será julgado em Ribeirão Preto (SP) pelo homicídio doloso, quando há intenção, do vizinho Júlio César da Silva. O crime aconteceu em junho deste ano, no Centro da cidade, e foi filmado por câmeras de segurança.
Na decisão, a juíza Carolina Moreira Gama, da 1ª Vara do Júri e das Execuções Criminais, também manteve a prisão do réu por considerar que ele oferece risco à sociedade estando em liberdade.
Após o crime, Sérgio acabou sendo expulso do condomínio Jardim das Pedras, onde vivia sozinho, por causa de uma série de denúncias de ameaças e perturbação do sossego feitas por outros moradores (assista no vídeo abaixo).
A administração entrou com uma ação e a Justiça autorizou a expulsão. Segundo as denúncias, Sérgio ameaçava explodir o apartamento com botijão de gás ou derrubar as paredes a marretadas. Imagens de câmeras de segurança do residencial mostram o manobrista intimidando vizinhos com facas, xingando pessoas, fazendo barulho com uma marreta à noite e provocando discussões com quem questionava as atitudes dele.
O imóvel inclusive foi alvo de uma ação de penhora em razão do atraso no pagamento mensal da taxa condominial. De acordo com a ação, desde 2015 os valores não são pagos, o que já havia levado a Justiça a determinar o leilão.
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O crime
As agressões que resultaram na morte de Júlio César aconteceram fora do condomínio. Segundo o relato de uma testemunha à Polícia Civil, Sérgio e Júlio César caminhavam pela Rua Barão do Amazonas, no Centro, próximo à Rua Mariana Junqueira, quando começaram a discutir.
A testemunha disse que, de repente, Sérgio deu um soco no rosto de Júlio César, que caiu no chão e bateu a cabeça com força na calçada. Enquanto estava caído, Júlio César teve o tórax pisoteado mais de uma vez pelo agressor.
Uma equipe da Guarda Civil Metropolitana (GCM) deteve o manobrista. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestou atendimento à vítima, que sofreu uma parada cardíaca e foi levada à Santa Casa de Ribeirão Preto.
Apesar do socorro, Júlio César não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu no dia 26 de junho.
Júlio César da Silva foi agredido e morto em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
Versão do manobrista
Levado à delegacia, Sérgio prestou depoimento e disse que agiu em legítima defesa. O manobrista disse que encontrou Júlio César por acaso quando estava a caminho do Bom Prato, no Centro.
Sérgio alegou que aproveitou o encontro para conversar com o vizinho, que estaria incitando outros moradores a praticarem violência contra ele. Segundo o manobrista, os dois passaram a discutir até que Júlio César jogou uma sacola no rosto dele e tentou atacá-lo com chutes. Foi quando Sérgio diz ter dado um chute no vizinho, que caiu.
Sérgio Salomão Bernardes segura marreta e intimida jovens moradoras de condomínio em Ribeirão Preto, SP
Câmeras de segurança/Reprodução
Ele foi preso em flagrante e teve a prisão preventiva decretada em seguida pela Justiça.
Na época, a filha do manobrista disse que o pai sempre apresentou comportamento semelhante ao de uma pessoa com distúrbios mentais, mas que nunca aceitou passar por consulta ou tratamento médico.
A defesa de Sérgio não foi localizada para comentar a acusação até a publicação desta matéria.
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