Países ao redor do mundo ainda enfrentam impactos da pane cibernética


Cerca de 1.600 voos foram cancelados neste sábado (20). Uma ferramenta de segurança da empresa americana Crowdstrike afetou o funcionamento de clientes que usam o sistema operacional Windows em computadores. Aeroporto de Berlin, na Alemanha, lotado devido ao apagão cibernético mundial
Nadja Wohlleben/Reuters
Países ao redor do mundo ainda enfrentam os impactos da pane cibernética global que afetou vários serviços na sexta-feira (19).
A retomada à normalidade, principalmente nos aeroportos, ainda deve levar alguns dias, até semanas. De acordo com especialistas em cibersegurança, o pior já passou.
No entanto, ainda é preciso ficar atento com criminosos oportunistas que tentam explorar o problema de TI e o caos.
Tela azul no aeroporto de Newark, nos EUA, durante apagão cibernético
Bing Guan/Reuters
No Reino Unido, o sistema público de saúde, o NHS, enfrentou uma série de problemas, principalmente no agendamento de consultas e exames.
Mais de 24 horas depois da pane, nem tudo foi reestabelecido. As farmácias aguardam a entrega de medicamentos e pequenos negócios, que não puderam receber pagamento por cartão de crédito, sofreram prejuízos financeiros.
Por que o Brasil não foi tão afetado no apagão cibernético?
Os reflexos podem ainda ser vistos em aeroportos mundo afora. Há relatos de pessoas esperando mais de nove horas para viajar e voos chegando ao destino sem nenhuma bagagem despachada.
Na sexta-feira, quase 7 mil voos foram cancelados em todo planeta, o que representa 6% dos voos regulares agendados para o dia. Hoje já são 1.600 até o momento.
Sexta e sábado seriam os dias mais movimentados da temporada no Reino Unido por causa do fim do ano letivo e do início das férias de verão. Pelo 50 mil pessoas sofreram interrupções de viagens.
Na Índia, as filas continuam nos principais aeroportos do país. Muitos passageiros passaram a noite no aeroporto internacional da capital Nova Delhi. Uma multidão tentou remarcar as passagens num balcão de atendimento.
Já na Cidade do México, todos os voos internacionais estavam cancelados na noite de sexta. “Não sabemos se vão conseguir alterar nosso voo, ninguém tem informações”, diz uma das passageiras.
Vídeo mostra quantidade de voos na quinta (18) e na sexta (19), quando houve o apagão cibernético
Reprodução
A Crowdstrike, empresa americana responsável pela falha de segurança, disse que tudo já foi corrigido. Mas especialistas alertam que ainda vai levar um tempo para que não exista mais nenhum transtorno.
Isso porque os computadores atingidos precisarão de uma atualização manual. O chefe da Crowdstrike, George Kurtz, se desculpou novamente e pediu que as pessoas fiquem em alerta para golpistas que fingem ser da empresa.
Enquanto boa parte do mundo sentiu os efeitos desencadeados pelo apagão, um país escapou ileso: a China. E a razão é simples: a potência asiática não depende tanto da Microsoft.
As empresas nacionais são os fornecedores dominantes de tecnologia, uma decisão política que isola a China, reforça a segurança nacional, mas também controla mais facilmente a forma como os cidadãos interagem com as redes.
No Brasil, apenas a companhia aérea Azul teve problemas por causa deo apagão cibernético, com atraso e também alguns cancelamentos na sexta. A empresa diz que a situação já foi regularizada e não há registro de problemas.
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