No Amazonas, 20 das 62 cidades do estado estão em emergência por causa da seca


De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, que monitora os rios da região, as previsões indicam uma estiagem intensa em 2024, mas avaliam que ainda é cedo para dizer que a seca será mais severa do que a registrada em 2023. No Amazonas, 20 das 62 cidades do estado estão em emergência por causa da seca
No Amazonas, 20 das 62 cidades do estado estão em emergência por causa da seca
No Amazonas, 20 das 62 cidades do estado estão em emergência por causa da seca.
É o Rio Solimões que abre o ciclo de vazante no Amazonas. No município de Tabatinga, no suldoeste do estado, ele começou a secar na segunda quinzena de maio. Perto de lá fica Benjamin Constant, onde já é possível andar no leito do Solimões. Os bancos de areia estão aumentando. Até embarcações menores já encalham em alguns trechos.
“Essa parte, ano passado, estava fundo. Agora, está raso. Apareceu banco de areia aqui e vamos ver se nós tira o barco”, diz o piloto de barco, Arilton Cavalcante.
A estiagem já afeta a agricultura. As calhas dos rios Juruá, Purus e Madeira estão em descidas mais acentuadas e fora da normalidade para o período – o que reforça o alerta para a região.
Envira, no sudoeste do Amazonas, tem 10 mil pessoas afetadas pela estiagem, de acordo com a Defesa Civil.
“Quero lembrar a população que nós estamos ainda na segunda quinzena de julho. A gente nunca viu o rio tão seco nesse período como a gente está vendo agora”, diz Ismael Dutra, secretário de Defesa Civil de Envira.
Jussara Cury, pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil, que monitora os rios da região, afirma que não há indícios de que a estiagem tenha sido antecipada no estado.
“Os níveis estão baixos porque eles não recuperaram da cheia, não recuperaram totalmente e começaram a descer. Então, onde o nível está baixo, mesmo que ocorram descidas pequenas, gera certa apreensão naquela localidade”, diz Jussara.
As previsões hidrológicas indicam uma estiagem intensa este ano, mas o serviço geológico do Brasil avalia que ainda é cedo para dizer que a seca será mais serva do que a registrada e 2023, quando todos os rios do estado sofreram impactos de fenômenos climáticos do cerrado.
“Vai ser provavelmente uma vazante forte, mas de ter mínimas registradas como ano passado em toda a bacia, é algo que a gente diz assim, que é mais difícil acontecer. Então a gente depende realmente analisar os condicionantes da chuva”.
LEIA TAMBÉM
Seca afeta 10 mil pessoas, isola comunidades e causa desabastecimento no Amazonas
Falta de chuvas prejudica agricultores no interior do Amazonas: ‘Produção totalmente perdida’, diz trabalhador
Adicionar aos favoritos o Link permanente.