Espetáculo focado na diversidade cultural brasileira abre a edição 2024 do FIT em Rio Preto: ‘Reflexo de resistência’

O g1 acompanhou a abertura do Festival Internacional de Teatro (FIT) de Rio Preto (SP) na quinta-feira (18). Evento chega aos 55 anos em 2024. FIT 2024 em Rio Preto: abertura tem espetáculo focado na diversidade cultural brasileira
Reprodução/TV TEM
Com um espetáculo focado na diversidade cultural brasileira, o Festival Internacional de Teatro (FIT) de São José do Rio Preto (SP) teve início na quinta-feira (18). O g1 acompanhou a abertura do evento, que chega à 55ª edição em 2024.
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Como espetáculo de abertura, o FIT de 2024 contou com a Clarin Companhia de Dança para a realização de “Fênix – Onde nascem os sonhos”.
A peça tem como foco a diversidade cultural brasileira, tanto no sentido musical, quanto na dança, mostrando diversas vertentes do funk e usando o passinho, um estilo de dança que foi criado nas favelas do Rio de Janeiro nos anos 2000 e que foi reconhecido no dia 7 de março deste ano como Patrimônio Cultural Imaterial pelos deputados do estado.
Espetáculo tem como base o passinho, um estilo de dança criado nas favelas do Rio de Janeiro nos anos 2000
João Pedro Maciel/g1
O diretor da companhia, Kelson Barros, disse ao g1 que o tema da peça é um “reflexo de resistência da nossa sociedade”.
“O que fazemos é como um movimento, mas o reflexo de resistência que passamos não fica fechado só dentro do próprio movimento. Ela é pessoal, ela é a força de não querer desistir”, explica.
Algumas das coreografias apresentadas no espetáculos ‘Fênix – Onde nascem os Sonhos’
João Pedro Maciel/g1
Os momentos de reflexão durante o espetáculos são representados por meio de monólogos, que falam sobre a realidade das favelas do Rio Janeiro e as operações policiais que resultam na perda de entes queridos para a truculência policial.
Ao fim, o espetáculo deixa uma questão em aberto para o público: será que é possível retratar a cultura e a realidade periférica apenas mostrando o lado bom? Ou também devemos mostrar o quanto ela é cruel e angustiante na maior parte do tempo?
Em alguns momentos do espetáculo, os dançarinos fazem coreografias sozinhos no palco
Reprodução/TV TEM
A estudante Beatriz Ribeiro Nazaro conta o que sentiu após assistir ao espetáculo de abertura do FIT 2024.
“Incrível. Eu me emocionei diversas vezes porque vir a espetáculos como esse só reforça a importância do teatro e da cultura. A forma como eles conseguiram misturar a música com a dança e os figurinos junto das reflexões foi sensacional”, opina.
Finalização do espetáculo ‘Fênix – Onde nascem os Sonhos’
João Pedro Maciel/g1
55 edições
O Festival Nacional de Teatro foi criado em 1969 pela Prefeitura de Rio Preto. Em 2001, ampliou suas fronteiras e assumiu dimensão internacional, contando com a parceria do Sesc São Paulo.
Parte do público que acompanhou o espetáculo de abertura das 55ª edição do Festival Internacional de Teatro (FIT) em Rio Preto (SP)
Reprodução/TV TEM
Criador do FIT, o artista aposentado Humberto Sinibaldi Neto, que foi essencial para as reivindicações da classe teatral de Rio Preto e que tem um teatro que carrega seu nome, esteve presente na abertura e contou que ficou emocionado, mesmo após 55 edições do festival.
“Quando começou, eu tinha 29 anos. Hoje em dia, eu tenho 84. Eu vi esse festival nascer, caminhar, crescer, atingir a maioridade e chegar a essa velhice fantástica. Espero que ele dure por mais 50 anos ou até mais que isso. Não vou estar fisicamente, mas espiritualmente vou estar lá”, diz.
O FIT 2024 segue até o dia 27 de julho. A programação completa pode ser conferida neste site. Os ingressos estão disponíveis de forma online e na bilheteria presencial.
Os espetáculos pagos custam R$ 20 no valor cheio ou R$ 10 a meia-entrada. O limite é de dois ingressos por CPF, no caso de compras presenciais.
Já as atrações realizadas no Graneleiro são todas gratuitas, sendo 50% dos ingressos distribuídos diariamente, no site, a partir das 17h, e os outros 50% distribuídos presencialmente, a partir das 22h30, na bilheteria do Graneleiro. Está disponível um ingresso por pessoa.
*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku
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