Empresário denuncia suposto golpe de empresa que intermedia liberação de recursos para projetos


Ele registrou boletim de ocorrência em São Carlos (SP) após pagar honorários e não receber recursos contratados, nem o dinheiro de volta. Meekah já é investigada em outros processos. Empresa é denunciada em São Carlos por suposto golpe com promessa de recursos
Uma empresa de Campinas (SP) que intermedia a liberação de recursos para projetos de educação e cultura foi alvo de uma denúncia de um suposto golpe, em São Carlos (SP). Um empresário alega que fez um contrato com a empresa, pagou pelos honorários e não recebeu os recursos contratados, nem o dinheiro de volta.
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A empresa já é investigada por suspeita de fraude em outros processos. (veja aqui). A defesa da Meekah foi procurada pela EPTV, afiliada da TV Globo, mas não deu uma posição oficial até a última atualização da reportagem.
Sem dinheiro
O empresário, que preferiu não ser identificado, buscava recursos para colocar em prática um projeto que trabalharia com a organização de festas e eventos em outubro de 2022.
Ele assinou um contrato com a empresa Meekah e chegou a pagar R$ 5,5 mil como investimento inicial, para que a empresa intermediassse o investimento de R$ 1,1 milhão.
A empresa Meekah tem sede em Campinas e é investigada por outras denúncias
Reprodução/EPTV
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No contrato, havia uma cláusula garantindo que a Meekah teria 90 dias úteis para conseguir levantar o dinheiro desde que apresentados todos os documentos exigidos, prazo que venceu ainda no primeiro semestre do ano passado.
“Aí eles ficavam enroladno. Na verdade ia sair no final do ano, em dezembro, passaram uma nova data, depois no começo do ano passaram uma nova data. A desculpa era: a gente enviava um documento e faltava alguma coisa. A gente fazia o plano de negócio, pediam outra coisa. Cada vez era algo novo, problema com patrocionador, enfim”, afirmou.
A vítima afirmou ainda que já vinha desconfiando de um possível golpe, mas ainda acreditava que receberia o dinheiro. Com o tempo passando e sem saber o que fazer, registrou um boletim de ocorrência.
No contrato, cláusula diz que a Meekah teria 90 dias úteis para conseguir levantar o dinheiro
Reprodução
“Para que de alguma forma a justiça seja feita, seja pelos órgãos públicos, pela polícia, para que tenha uma visibilidade e seja instaurado algum inquérito para colocar essas pessoas devidamente na cadeia, se for comprovado que eles são estelionatários”, afirmou.
O caso foi registrado como não criminal e deve ser encaminhado para o 2º Distrito Policial de São Carlos.
A polícia informou que nesse caso, por ser um acordo comercial, geralmente é resolvido na esfera cível, mas se a vítima apresentar provas de que houve fraude ou estelionato, pode virar uma investigação criminal.
Outras denúncias
Em abril, o EPTV2 mostrou a denúncia de várias empresas que teriam contratado a Meekah e estavam sendo lesadas. As empresas que pagaram pela assessoria para conseguir acesso a recursos por meio de leis de incentivo e fomento à cultura, saúde, educação e empreendedorismo.
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Mais de 30 casos eram investigados na época pela Delegacia de Investigações Gerais de Campinas, no setor que atua no combate à corrupção, crime organizado e lavagem de dinheiro. A empresa até abril tinha mais de 6 mil contratos, a grande maioria aguardando o pagamento.
São pessoas e empresas de várias regiões do Brasil que contrataram o serviço esperando receber valores que em alguns casos seriam milionários.
A sede da Meekah, segundo consta no site da empresa, fica na região do Taquaral em Campinas. Na página na internet, Mário Cardoso e a mulher dele Neli Álvaro, donos da empresa, se apresentam como especialistas em captação de recursos e elaboração de projetos.
Mário Cardoso e a mulher dele Neli Álvaro, donos da empresa Meekah, se apresentam como especialistas em captação de recursos e elaboração de projetos.
Reprodução
Além da Meekah, dos donos Neli e Mário, outros oito funcionários também eram investigados pela polícia. Em reportagem exibida no EPTV2 no dia 23 de abril, uma ex-funcionária, que preferiu não ser identificada, contou que a empresa lucrava muito com o esquema.
“R$ 6 milhões, R$ 4 milhões, R$ 10 milhões. Os valores eram altos, o valor da venda mensal. Eram as entradas [que as pessoas davam] de R$ 2,5 mil de 5,5 mil”, afirmou na época.
A EPTV tentou entrar em contato pelos telefones que aparecem no site oficial da empresa, mas ele estava indisponível.
VÍDEOS DA EPTV:
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