Emerson Luis. Esporte: Malabarismos

Eu tento, de alguma forma, ajudar todo mundo que me procura.

Atletas, técnicos, pais, dirigentes.

Com informações e reportagens tentando sensibilizar as pessoas da importância de ter alguém inserido no esporte.

Carregando o nome de Blumenau para todos os cantos.

Maratona Internacional de Blumenau. Foto: Foco Radical

Não gosto e dificilmente auxilio oportunistas.

Gente com condições financeiras de participar de algum evento.   

Mas, que descaradamente cobra apoio, que lamenta os custos, que reclama da insensibilidade de empresários (como ele), que não investem no seu hobby (caro) de fim de semana. 

Foto: Reprodução/Internet

Em alguns casos, como conheço o perfil econômico, proponho uma parceria comercial.

Para que suas provas possam ter um acompanhamento editorial maior, mais específico, dando ênfase para a sua marca.

Mas, os figurões estão sempre “quebrados”.

A verba do marketing já foi aplicada ou cortada.

O momento do país não é bom…

A choradeira é grande.

Foto: Reprodução/Internet

No fim, dependendo do caráter do elemento, você passa a ser o bandido da história.

Como foi dito certa vez por um deles, em um jantar em que estavam diretores e o dono da empresa onde trabalho.

Mais ou menos foi assim:

“Aquele rapaz do esporte só mostra matéria nossa se a gente pagar”.

Pensa na maldade.

No climão criado. 

Pediu minha cabeça, claro (no passado, outros tentaram também).

Fui chamado para dar explicações.

Além de dizer que poderiam puxar minha ficha de 34 anos de profissão, ainda mostrei a conversa que tive com o infeliz, no dia em que me pediu uma “forcinha”.

Foto: Reprodução/Internet

No fim, tudo não passa de soberba e esnobismo.

Parafraseando o poeta e tradutor Mário Quintana: “A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta”.

Ou ainda a máxima do romancista e pintor italiano Massimo Azeglio: “A vaidade quer aplauso”.

O importante é aparecer na telona e provocar os concorrentes.

Foto: Reprodução/Internet

Precisamos ajudar quem realmente merece.

Como as famílias de dois atletas de artes marciais.

Vinicius Niels é judoca da seleção brasileira. Foto: Arquivo pessoal

Que estão lutando e correndo contra o tempo para que os filhos disputem duas importantíssimas competições no exterior.

Gabrielly Araújo é carateca da seleção brasileira. Foto: Arquivo pessoal

Gabrielly Araujo tem 16 anos.

Já foi campeã brasileira.

Campeã da Olimpíada Estudantil Catarinense (Olesc).

Campeã Estadual.

3º lugar nos Joguinhos Abertos por equipe.

3ª colocada no Campeonato Sul-Americano.

Carateca é atleta da SME/Blumenau. Foto: Arquivo pessoal

Foi por conta do desempenho na Bolívia que conseguiu vaga para a disputa do Pan-Americano.

Que aconteceu em São Bernardo do Campo SP.

Blumenauense foi medalha de bronze no Sul-Americano da Bolívia. Foto: Arquivo pessoal

Não chegou até a fase final.

No entanto, por conta da desistência de uma concorrente que estourou a idade, conseguiu a classificação para o Mundial na Itália, de 9 a 13 de outubro.

Para atletas de 14 a 20 anos de idade.

Ela está no seleto grupo de 42 caratecas brasileiros que vão competir em Veneza.

Gabrielly precisa juntar R$ 10 mil reais.

Para pagar passagem, alimentação, hospedagem seguro…

A inscrição (R$ 960) é a única exceção, já que é custeada pela Confederação Brasileira de Karatê (CBK).

Atleta treina em dois períodos. Foto: Arquivo pessoal

A compensação é a premiação caso a carateca se destaque.

Pois a organização paga R$ 20 mil para o 1º colocado.

R$ 15 mil para quem ficar em segundo.

R$ 10 mil para o terceiro.

Gabrielly Araújo em São Bernardo do Campo. Foto: Arquivo pessoal

O tempo é curto.

A data limite para confirmação é no próximo dia 19.

Os pais estão batalhando forte nos bastidores.

Estão confiantes.

Atleta vai disputar sua maior competição. Foto: Arquivo pessoal

Tanto é que apostam todas as fichas em um evento no próximo dia 28.

Quando toda a bilheteria será revertida para a filha.

Como curto um “beck beck” e o DJ Menudo é garantia de uma noite animada, vou tentar dar um pulo na Sociedade Flórida, no bairro Fortaleza.

Quem também vive a mesma angústia é Vinicius Leonardo Niels.

Vinicius e o técnico Ademir na Academia Schultz. Foto: Arquivo pessoal

Seu alvo é o Pan-Americano, em Cuba, no fim de novembro.

O drama deve ser menor por ter mais tempo para correr atrás da meta de arrecadação (de R$ 10 a R$ 12 mil) e pelo envolvimento da família, acostumada com a rotina de dificuldades.

Em 2022, após ser campeão brasileiro escolar, Wesley Niels, o irmão mais velho, lutou na maior competição poliesportiva escolar do mundo, a Gymnasiade, na França.

Wesley na conquista para o Mundial na França. Foto: Arquivo pessoal

Na Normandia, Mimo caiu logo na primeira luta.

Sentiu a força, a pegada do judô europeu.

Porém, foi um aprendizado incrível.

Por isso que os professores (de várias modalidades) insistem na importância de competir no exterior.

Wesley Niels durante um combate. Foto: Arquivo pessoal

A mãe, Helen, e o ex-marido, Wandrey, são do jiu-jitsu.

O esporte está no sangue.

Helen, Wesley e Vinicius na VO2 Artes Marciais. Foto: Arquivo pessoal

Todos estão pegando juntos.

Wesley, o pai Wandrey e Vinicius em um torneio. Foto: Arquivo pessoal

Assim como o judô, todas as contas são de responsabilidade do judoca.

Menos mal, que a partir dos 15 anos de idade, quando se chega a esse patamar, todas as despesas são pagas pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

Não é o caso do Vinicius.

Que ainda está com 14 anos.

Uma Vakinha Online foi lançada.

Arrecadou R$ 2650.

Falta ainda um bom dinheiro.

De qualquer forma, se faltar, vai se dar um jeito.

Vinicius durante uma luta no Campeonato Brasileiro. Foto: Arquivo pessoal

Os pais geralmente conseguem (muitos fazem empréstimos).

Porque sabem da importância de uma competição como essa.

Mãe e filho na luta por um sonho. Foto: Arquivo pessoal

Para a carreira.

Para a vida.

Gabrielly entre o sobrinho e o pai Maicon. Foto: Arquivo pessoal

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – atual CBN. É apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa.   

 

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