Terra da Gente visita ‘capital do chá’ e mostra curiosidades sobre a bebida milenar


Na cidade de Registro (SP), equipe conheceu um dos primeiros sítios de cultivo da Camellia sinensis no país, que se popularizou na década de 1930. Imagem do chá sendo preparado.
Ricardo Custódio / TG
Criado há cerca de 5 mil anos, o chá se popularizou e hoje faz parte do dia a dia de muitas pessoas ao redor do mundo e também no Brasil. Para explorar a relação do cultivo com o consumo da bebida no país, o Terra da Gente visitou a cidade Registro (SP), município localizado no Vale do Ribeira.
A cidade é um marco da colonização japonesa, tendo recebido os primeiros imigrantes interessados em investir na produção local. Registro também é conhecida como a “capital do chá”, pois preserva elementos da cultura e tradição introduzida na década de 1930.
Atualmente, segundo a prefeitura, o chá produzido na cidade é comercializado para mais de 90% do país. A família Shimada é exemplo de como o amor pela planta Camellia sinensis, espécie conhecida popularmente como chá ou chá-da-índia, tem sido transmitido de geração em geração.
Elisabete Ume Shimada, filha de imigrantes japoneses, cresceu em meio à plantações de chá. Seus pais chegaram do Japão em 1913 e, inicialmente, trabalharam em um cafezal. Quando o cultivo de café deixou de ser vantajoso, se mudaram para Registro para investir em uma nova cultura.
Sítio da Família Shimada.
Ricardo Custódio / TG
Na década de 1930, a região chegou a ter 5 mil hectares plantados e cerca de 600 produtores. No entanto, a competição com o mercado estrangeiro tornou-se um obstáculo, levando muitas famílias a desistirem do cultivo. No entanto, a família Shimada perseverou e continuou com o negócio.
“Teve uma época que tiveram 40 indústrias de chá, mas em 1990 houve a crise total dos chazais e as fábricas foram fechando”, comenta Teresinha Eiko Shimada, produtora de chá e filha de Ume Shimada.
A matricarca da família conta ao Terra da Gente que o sítio herdado da mãe, é uma relíquia de Registro (SP) e, por isso, não poderia vendê-lo de forma alguma. “Meu pai trouxe os pés de chá em uma caixa e disse pra eu cuidar. Eu falei ‘ta bom’ e cuidei”, conta Ume.
O cuidado rendeu e, hoje, o Sítio Shimada conta com um total de cinco hectares e cerca de 9 mil pés de chá. O cultivo é orgânico, o que significa que a colheita é feita com as mãos. Além disso, a fábrica também funciona de maneira artesanal em todo o processo.
Três tipos de bebidas são fabricadas lá: o tradicional chá-verde, o famoso chá-preto e o raro chá-branco, que apesar de serem diferentes na cor, sabor e até em alguns efeitos no organismo, são feitos da mesma planta: a Camellia sinensis.
Espécie: Camellia sinensis
Ricardo Custódio / TG
Samira Shimada, sommelier de chás e neta de Ume, esclarece algumas curiosidades sobre a bebida:
Chá é o nome comum da planta Camellia sinensis. Portanto, todas as outras bebidas que chamamos de chá, como chá de erva-doce, chá de camomila e outros na verdade são infusões de diferentes plantas e não verdadeiros chás;
Existem diferentes tipos de chá de Camellia sinensis, como chá verde, chá preto, chá branco e o chá oolong, cada um com propriedades medicinais específicas.
Benefícios da planta
A espécie que dá origem ao chá é rica em antioxidantes, como catequinas e polifenóis, contribuindo para a prevenção de doenças cardiovasculares, combate ao envelhecimento precoce e fortalecimento do sistema imunológico.
Além disso, a planta possui propriedades termogênicas que aceleram o metabolismo, auxiliando na queima de gordura corporal. Suas propriedades anti-inflamatórias e digestivas também promovem a saúde do sistema gastrointestinal.
Para saber mais sobre a bebida e a história da família Shimada, assista à reportagem completa no programa, neste sábado (20), às 14h30, na EPTV. O conteúdo também ficará disponível no Globoplay após o encerramento do programa.
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