‘Muito ruim’: qualidade do ar despenca e Americana atinge pior índice desde 2021


Segundo a Cetesb, nessas concentrações de materiais particulados há aumento de sintomas respiratórios na população em geral. Qualidade do ar atingiu nível “muito ruim” em Americana (SP) nesta terça (3), de acordo com a Cetesb
Reprodução
A qualidade do ar em Americana (SP) atingiu nível “muito ruim” nesta terça-feira (3), de acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
A medição apontou que a cidade registrou a maior concentração de material particulado (MP10) desde 2021, período em que os dados são disponibilizados publicamente pela agência.
Nesse cenário, segundo a Cetesb, há aumento dos sintomas em crianças e pessoas com doenças pulmonares e cardiovasculares, além de aumento de sintomas respiratórios na população em geral.
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“Pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares, idosos e crianças devem evitar esforço físico pesado ao ar livre; o restante da população deve reduzir o esforço físico pesado ao ar livre”, indica o painel de monitoramento da qualidade do ar.
Essa concentração de partículas, responsáveis por reduzir a visibilidade e provocar sujeira visível começou a se agravar por volta das 10h de segunda (2), quando o nível passou de moderado para ruim, atingindo o ápice às 17h desta terça.
Nesse horário, a cidade atingiu 123 microgramas de partículas MP10 por metro cúbico (m³). Às 18h, ele oscilou para 122.
De acordo com a Cesteb, esse material particulado tem como fonte “os processos de combustão de veículos, principalmente os movidos a diesel, processos industriais, solo ressuspenso, além de partículas que se formam na atmosfera pela reação de gases (partículas ou aerossóis secundários)”.
Classificação da qualidade do ar
0 – 40: Boa
41 – 80: Moderada
81 – 120: Ruim
121 – 200: Muito Ruim
>200: Péssima
Campinas
Nesta terça, Campinas registrou, na unidade de medição localizada no Centro, nível moderado de material particulado.
Como efeito de comparação com Americana, no mesmo horário (17h), a metrópole atingiu 72 microgramas de partículas MP10 por metro cúbico (m³).
‘Céu cinzento’
Como reflexo das queimadas na Amazônia, a região de Campinas (SP) registrou céu “cinzento” e visibilidade reduzida nesta terça-feira (3).
Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas da Unicamp (Cepagri), a nuvem de fumaça que paira sobre o estado de São Paulo deve se manter até sexta (6), reforçando a necessidade de cuidados com a saúde.
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☁️ Isso porque, além de trazer um aspecto “opaco” ao céu, a fumaça das queimadas aumenta a concentração de poluentes na atmosfera em meio a uma sequência de dias sem possibilidade de chuva e com temperaturas elevadas, conforme explica o meteorologista Bruno Bainy.
“A gente tem três situações bastante importantes e é fundamental que as pessoas se atentem: essa sequência de dias com temperaturas muito elevadas; baixa umidade relativa do ar, que desidrata, resseca e causa desconforto nas vias respiratórias e nas mucosas; e a poluição atmosférica que também reforça esse desconforto e potencializa os impactos negativos para a nossa saúde”, detalha.
Região de Campinas registrou dia ‘cinzento’ causado por queimadas na Amazônia
Reprodução/EPTV
Como a fumaça chegou à região?
🌬️ Segundo Bainy, o denso corredor de fumaça se moveu em direção ao Sul do país por conta de uma frente fria que passou pelo oceano na segunda-feira (2). “Esse escoamento foi defletido, então canalizou toda a fumaça em direção ao estado de São Paulo, e ocasionou esse céu opaco, mais carregado, parecendo até uma nebulosidade”, explica.
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Ainda de acordo com o meteorologista do Cepagri, a nuvem continua sobre a região nos próximos dias e pode se intensificar na quinta-feira (5), com a aproximação de uma nova frente fria. “A gente vai ter novamente canalização para o estado de São Paulo desse escoamento atmosférico, então voltando a transportar poluição aqui para cá”.
“A gente deve ter essa situação amenizada na sexta-feira devido à passagem da frente fria pelo oceano, mas que deve melhorar um pouco a qualidade do ar em termos tanto da umidade quanto da concentração de poluentes. Até lá a gente vai conviver com esse aspecto na atmosfera”, prevê.
O “alívio” maior deve chegar na segunda quinzena de setembro, de acordo com Bainy. A expectativa é que as ocorrências de chuva aumentem até outubro, quando há “mais propriamente a estação chuvosa”.
Bruno Bainy, meteorologista do Cepagri
Reprodução/EPTV
Como se proteger?
De forma geral, recomendações simples, como a hidratação e evitar atividades físicas nos períodos mais quentes do dia, são essenciais em períodos de tempo seco. Confira:
🏃🏼‍♀️ Evitar praticar exercícios e trabalhos ao ar livre no período entre 10h e 16h
🏬 Evitar aglomerações em ambientes fechados
👁️ Usar soro fisiológico nos olhos e narinas
🚰 Umidificar o ambiente por meio de toalhas molhadas, recipientes com água e molhamento de jardins
☀️ Permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas
🥃 Consumir água à vontade
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