Policial penal acusado de matar duas pessoas e sequestrar outra passa por audiência de instrução em Natal


Crimes aconteceram em sequência no mesmo dia: 9 de julho de 2022. A mãe de uma das vítimas também foi ferida na ação do policial penal Victor Valença. Policial penal Victor Valença em audiência de instrução
Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
Ocorreu nesta quinta-feira (18) em Natal, no Rio Grande do Norte, a terceira audiência de instrução e julgamento do caso envolvendo o policial penal no RN Victor Hugo de Souto Valença. Ele é acusado de matar duas pessoas em crimes de latrocínio, ferir uma outra e ainda sequestrar um homem – em um único dia.
Todos os crimes aconteceram no dia 9 de julho de 2022, há dois anos, de forma sequencial. As vítimas que morreram a tiros foram o engenheiro João Victor Munay, de 21 anos, e o motorista por aplicativo Marcelo Cavalcanti, de 27.
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Os crimes aconteceram na seguinte ordem:
O policial penal tomou de assalto o carro do motorista por aplicativo Marcelo Cavalcanti na Cidade da Esperança, na Zona Oeste de Natal, o matando na ação. Em seguida, ele abandonou o veículo;
Depois, a pé, o policial penal Victor Valença pulou o muro e invadiu a casa de João Victor Munay no Pitimbu, na Zona Sul, matando o jovem e ferindo a mãe dele. Ele roubou a moto de João Victor;
Momentos depois, o homem abandonou a moto e sequestrou um outro homem no Planalto, Zona Oeste da cidade, e o obrigou a dirigir até Olinda (PE), onde foi parado em uma blitz e preso.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, essa pode ser a última audiência de instrução do caso envolvendo o policial Victor Hugo de Souto Valença – que permaneceu calado nesta quinta – antes das alegações finais da defesa e acusação.
Seis testemunhas foram convocadas, incluindo dois policiais penais e dois médicos do sistema penitenciário. Victor Valença trabalhou na Penitenciária Rogério Coutinho Madruga, no Complexo de Alcaçuz, de 2018 a 2022.
O advogado de defesa do policial penal, Guilherme Pontes, informou à Inter TV Cabugi que existe um laudo médico psiquiátrico que atesta que o réu é mentalmente incapaz. A defesa, portanto, adotou a tese de alegar a insanidade mental.
A audiência de instrução é uma etapa do processo que precede o julgamento e serve para a Justiça colher provas das partes, ouvir depoimentos de testemunhas e decidir se há elementos suficientes para definir se o réu cometeu algum crime. Se confirmado, o juiz define a data para acontecer o julgamento.
Familiares cobram Justiça
A mãe de João Victor Munay foi ferida pelo policial penal e precisou passar por cirurgia. Ela estava com o filho em casa na madrugada do crime e cobra justiça no julgamento.
“Aqui são cinco cirurgias para tentarem salvar meu braço, que o meu caso era caso de amputação”, disse. “A dor maior é a perda, que essa não tem mais volta. Agora o que me dá um alento, um conforto, é fazer Justiça pelo meu filho”, disse.
O pai de João Victor, Silvano Munay, disse que o filho foi um guerreiro e conseguiu salvar a vida da mãe.
“Ele chegou no hospital com vida ainda, fez cirurgia, mas infelizmente não resistiu após cirurgia. Aqui ficaram só as lembranças. Todo dia é um passo que a gente dá pra frente, é uma tentativa de continuar a vida”, disse.
João Victor Munay, de 21 anos, foi assassinado a tiros dentro de casa, em Natal
Cedida
A empresária Lêda Cristina Silva, tia do motorista por aplicativo Marcelo Cavalcanti, lembrou que o sobrinho iria comemorar aniversário no dia seguinte ao crime.
“Infelizmente Marcelo não teve esse direito de comemorar o aniversário, porque na madrugada esse, não sei nem como catalogar uma criatura dessa, tirou a vida do meu sobrinho covardemente, assassinado pelas costas, sentado num banco deo motorista, no volante do veículo dele”, disse
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