Casos de doenças respiratórias em UPAs de Piracicaba dobram nas últimas 4 semanas


Diagnósticos passaram de 751 na semana entre 27 de julho e 2 de agosto, para 1.576 registros no último levantamento, entre 17 e 23 de agosto. Doenças respitarórias
Shutterstock
Os diagnósticos de doenças respiratórias mais comuns dobraram nas últimas quatro semanas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Piracicaba (SP).
Os casos saltaram de 751, no período entre 27 de julho e 2 de agosto, para 1.576 registros no último levantamento, entre 17 e 23 de agosto.
Confira abaixo dicas dadas por médico infectologista de como evitar doenças respiratórias em períodos de clima seco.
📲 Participe do canal do g1 Piracicaba no WhatsApp
Entre os motivos para a alta está a baixa umidade do ar em Piracicaba e região. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta amarelo de perigo potencial para baixa umidade do ar em todo estado de São Paulo, incluindo as cidades da região de Piracicaba.
O aviso aponta que a umidade relativa do ar pode variar entre 30% e 20%.
Depois de bater recorde de menor temperatura do ano, Piracicaba tem alerta para onda de calor
Além disso, Piracicaba teve baixas temperaturas nas últimas semanas e registrou a menor temperatura de 2024 na manhã da última terça-feira (27), quando os termômetros marcaram 4,2ºC por volta das 6h30.
As informações são do Posto Meteorológico da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
Ainda segundo o Posto da Esalq, a cidade já tinha batido umas das temperaturas mais baixas do ano no dia 12 de agosto, quando a Estação marcou 4,3ºC.
Aumentos gradativos
Dados enviados ao g1 pela Prefeitura de Piracicaba apontam aumentos gradativos, semana a semana, no diagnóstico de faringite aguda, sinusite aguda, rinite crônica, asma, influenza/outros e covid-19, consideradas as doenças respiratórias mais comuns.
Apenas os casos de bronquite tiveram queda no levantamento mais recente, entretanto, os números dobraram entre a segunda e a terceira semana.

Casos
As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) registraram na semana entre os dias 27 de julho e 2 de agosto, 80 casos de faringite aguda.
O número subiu para 97 na semana entre 3 e 9 de agosto. Já entre os dias 10 e 16 desse mês, foram registrados 138 casos. Na última semana, entre 17 e 23 de agosto, foram diagnosticados 143 casos de faringite aguda.
Quanto à sinusite aguda, também foram registrados aumentos gradativos. Foram 126 casos na primeira semana (2 de julho a 2 de agosto), 131 no segundo levantamento (3 a 9 de agosto), 138 no terceiro (10/8 a 16/8) e 143 no último (17/8 a 28/8).
Os casos de rinite crônica também tiveram aumento nas UPAs semana a semana. Foram 15 casos no primeiro levantamento, 17 no segundo, 21 no terceiro e 24 no quarto.
O mesmo ocorre entre os registros de asma. São 41 casos na primeira semana (27/7 a 2/8), 78 na segunda (3/8 a 9/8), 83 na terceira (10/8 a 16/8) e 90 na mais recente (17/8 a 23/8).
Os casos identificados pela prefeitura como Influenza/outras, começou com um número de 168 casos no primeiro registro, aumentando gradativamente para 221 na segunda semana, 234 na terceira e 305 na quarta e última.
Os casos de Covid-19 na UPAs seguiram a mesma lógica. Foram 283 no primeiro levantamento, 432 no segundo, 581 no terceiro e 704 no mais recente.
Apenas os casos de bronquite aguda, segundo a prefeitura, tiveram uma queda na última semana, entretanto, os números dobraram entre o segundo e o terceiro levantamento. Foram 38 casos na primeira semana, 41 na segunda, 88 na terceira e 60 na semana mais recente.
Na somatória das sete doenças, foram diagnosticados 751 casos na semana entre 27 de julho e 2 de agosto, 1017 na semana entre 3 e 9 de agosto, 1.288 entre os dias 10 e 16 de agosto, e 1.576 no último levantamento, entre 17 e 23 de agosto.
Tempo seco, queimadas e doenças
O tempo seco pode acarretar outras doenças. De acordo com o médico infectologista Hamilton Bonilha, o clima que a cidade está enfrentando pode agravar doenças cardiorrespiratórias.
“Um aumento no risco cardíaco em cardiopatas, principalmente doença coronariana, pode ocorrer pelo aumento do trabalho do coração para vencer a resistência pulmonar pelo fechamento dos brônquios, devido à aspiração de poluentes tóxicos, encontrados principalmente em queimadas”, diz o médico.
Ainda segundo Bonilha, do Instituto de Vacinação e Infectologia de Piracicaba, pessoas com problemas respiratórios crônicos devido à irritação pulmonar pelos resíduos dos poluentes, podem ter uma descompensaçāo da doença de base, com a ocorrência de crises de falta de ar e infecções.
“Mesmo os indivíduos que não apresentam essas doenças de base podem ser afetados por esta condição do clima, devido ao ressecamento das narinas e garganta, podendo até ocorrer sangramento nasal, que reduz a barreira de proteção facilitando as infecções bacterianas e virais”, explica.
Recomendações
As recomendações do médico infectologista para evitar problemas de saúde causados pela baixa umidade do ar, alta concentração de poluentes e pelas temperaturas mais baixas, principalmente por crianças e idosos, são:
Ingestão de bastante líquido, preferencialmente água e sucos naturais
Manter a higiene doméstica, para evitar acúmulo de poeira
Dormir em local arejado e com umidade do ar adequado, para evitar complicações alérgicas
Evitar cobertores que soltem pelo
Evitar banhos demorados com água muito quente
Usar creme hidratante
De acordo com o médico, ressecamento e ardência de olhos, boca e nariz, garganta seca e dores de cabeça podem ser evitados com cuidados de climatização, hidratação, limpeza e higiene.
A umidade pode ser aumentada com o uso de toalhas molhadas, recipientes com água e aparelhos vaporizadores. A recomendação é evitar o ar-condicionado.
Outra recomendação é quanto ao uso de soro fisiológico, para manter a lubrificação dos olhos e das narinas e também para lavá-los, em caso de irritação.
VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região
Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba

Adicionar aos favoritos o Link permanente.