Número de mortes por intervenção da polícia cresce 160% em MS, mostra Anuário da Segurança Pública

Em 2023, foram 133 mortes por intervenção policial, contra 51 em 2022. Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mato Grosso do Sul registrou 133 mortes por intervenções policiais em 2023. O número representa o aumento de 160,8% em comparação com 2022. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado nesta quinta-feira (18).
Ao g1, a Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que todos os casos de mortes decorrentes de intervenções policiais são devidamente investigadas e submetidas ao crivo do Ministério Público e Poder Judiciário, e se dão justamente pela boa preparação técnica e equipamento de alto nível que os policiais de Mato Grosso do Sul utilizam frente a decisão dos autores de crimes em resistir e agredir injustamente a pessoa do policial ou de terceiros.
Em relação ao instrumento utilizado, as armas de fogo seguem sendo o instrumento mais utilizado para matar, responsáveis por 73,6% das ocorrências.
Morte violentas intencionais
O Anuário indica que o estado também se destaca quando se consideram as mortes violentas intencionais. Em 2022, foram 568 registros, enquanto em 2023 foram 603 mortes. O número de mortes violentas intencionais cresceu em 6,1%, sendo o terceiro maior crescimento do país.
As mortes violentas intencionais levam em conta os crimes de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e feminicídio. Entram ainda nas estatísticas os dados envolvendo a atuação policial, tanto a letalidade (quando as polícias matam), quanto a mortalidade (quando agentes de segurança pública são mortos).
Cenário nacional
O Brasil registrou 6.393 mortes por intervenções policiais em 2023, o que significa 3,1 mortes por 100 mil habitantes. De modo geral, o estudo mostra que a letalidade policial cresceu 188,9% no país em 10 anos. Ao longo do tempo, o perfil das vítimas foi descrito como:
82,7% negros
71,7% com idades de 12 a 29 anos
99,3% do sexo masculino.
A conclusão é de que o risco relativo de um negro morrer por intervenção da polícia é 3,8 vezes maior.
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