Mulheres que vivem no McDonald’s do Leblon são levadas para a delegacia por suspeita de racismo


Caso foi levado para a 14ª DP (Leblon), mesma delegacia em que elas registraram uma queixa por agressão há um mês. Segundo testemunhas, elas teriam sido racistas com uma mulher e uma adolescente. Mãe e filha, de 64 e 31 anos, estão vivendo há meses na lanchonete da Rua Ataulfo de Paiva, esquina com a Rua Carlos Góis. Mãe e filha ficam sentadas em mesa da lanchonete
g1 Rio
As duas mulheres que vivem no McDonald’s do Leblon, na Zona Sul do Rio, foram levadas para a delegacia na tarde desta sexta-feira (30) por suspeita de racismo. Segundo testemunhas, elas teriam sido racistas com uma mulher e uma adolescente após se indignarem por serem fotogradas no Mc Donald’s.
Mãe e filha tinham ido comprar um lanche no estabelecimento quando foram alvos das ofensas racistas. Uma equipe do Segurança Presente foi acionada e encaminhou mãe e filha para a 14ª DP (Leblon), mesma delegacia que elas registraram uma queixa de agressão há um mês.
Todas as quatro foram levadas para depor na delegacia. As malas das mulheres, que costumavam ficar no estabelecimento, foram colocadas na viatura policial.
Malas das mulheres do Mc Donald’s na viatura policial
Reprodução
Bruna Muratori, de 31 anos, e Susane Paula Muratori Geremia, de 64, chamaram a atenção de moradores por passarem o dia na lanchonete da Rua Ataulfo de Paiva, esquina com a Rua Carlos Góis, ao lado de 5 malas. Elas chegam a consumir no estabelecimento e só saem de madrugada, quando a loja fecha.
Mulheres vivem no McDonald’s no Leblon e viralizam
Ao Portal F5, Bruna disse que, até então, viver na lanchonete “vinha sendo de boa”. Em julho, ela disse que foi agredida.
A jovem falou que uma mulher que estava lanchando no local começou a xingá-la. E que, mesmo sem responder às provocações, a mulher continuou os ataques verbais na calçada e depois avançou contra ela.
Mãe vivia com grupo de surfistas
Em entrevista à TV Globo em abril, Susane contou que, por muitos anos, viveu com surfistas, e só largou o grupo para cuidar da filha recém-nascida.
“Um certo dia eu disse: ‘vou parar e vou engravidar da minha filha que eu quero muito’. Desde criança eu a queria”, contou a mulher mais velha.
Ela afirmou que é casada há 34 anos e que o marido vive na Inglaterra.
Mulher com suas malas na porta do McDonald’s
g1 Rio
Condenações e calotes
De acordo com a Polícia Civil, mãe e filha possuem 3 registros de ocorrência por calotes em hotéis em Copacabana. As queixas aconteceram em 2018, 2019 e 2021. Em todos os casos, elas foram expulsas por falta de pagamento das diárias utilizadas.
Elas também foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, em 2018, por injúria racial e condenadas a 1 ano em regime aberto. A pena foi substituída por prestação de serviços comunitários.
A filha também alugou um imóvel mobiliado em Porto Alegre. Entre 2014 e 2018, a mãe e ela moraram em um apartamento na Avenida Doutor Nilo Peçanha, no bairro Boa Vista.
Em contato com a TV Globo, a locatária afirmou que as duas causaram problemas durante o período com vizinhos e não cumpriram o acordo financeiro firmado entre elas pela moradia. A proprietária disse que a dupla só pagou os primeiros 6 meses de aluguel e resistia em negociar qualquer tipo de acordo para quitar a dívida pendente.
O processo, inicialmente, foi aberto por conta da falta de pagamento de agosto a novembro de 2015 e se desdobrou em uma ação de despejo, determinada em fevereiro de 2017 pela Justiça do Rio Grande do Sul.
Sobre os processos sobre despejo e dívidas, as duas negaram a existência de débitos.
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