
Mesmo sendo mais raro, correspondendo a 15% dos casos de acidente vascular cerebral, o AVC hemorrágico é mais perigoso para as pessoas, sendo responsável pelo maior número de óbitos pela doença.

Procure ajuda imediatamente ao perceber que você está tendo um AVC – Foto: Unsplash/ND
Segundo o DATASUS (Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde), considerando os principais casos de hemorragia cerebral identificados, o AVC hemorrágico causou o falecimento de 24 mil pessoas em 2023.
Por conta desses números alarmantes, a conscientização e a prevenção acerca da doença são intensificadas, com campanhas e datas especiais reforçando os cuidados básicos de saúde para evitar a enfermidade.
O que é o AVC hemorrágico?
Enquanto o AVC isquêmico é causado pela obstrução dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro, o AVCH (Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico) ocorre quando um vaso sanguíneo no cérebro se rompe, causando um sangramento no tecido cerebral ou no espaço entre o cérebro e as meninges, membranas que revestem o cérebro.
Esse sangramento interrompe o fluxo sanguíneo normal e danifica as células cerebrais, podendo levar a sequelas graves ou até mesmo à morte.
Os dois tipos mais comuns de AVCH são:
- Hemorragia intracerebral: o sangramento ocorre dentro do próprio tecido cerebral.
- Hemorragia subaracnóidea: o sangramento ocorre no espaço entre o cérebro e as meninges.
As causas de AVC hemorrágico são em sua maioria ligadas a fatores congênitos, como a hipertensão arterial não controlada, dilatações anormais nos vasos sanguíneos, conhecidos com aneurismas, malformações das artérias e veias, distúrbios de coagulação do sangue e traumatismo craniano.

Aneurisma da aorta é um problema gravíssimo que pode resultar em morte ou em quadros de AVC Hemorrágico – Foto: Freepik/Divulgação/ND
Por isso, é importante a realização do acompanhamento médico periódico, para monitorar as condições de saúde e tomar cuidados básicos com a alimentação e bem-estar, para que a prevenção do quadro seja eficaz.
Sintomas do AVC hemorrágico
Os sinais de um AVC hemorrágico são caracterizados pelo início súbito e podem variar dependendo da área do cérebro afetada, mas geralmente incluem:
- Dor de cabeça intensa e repentina;
- Fraqueza ou dormência em um lado do corpo, afetando rosto, braço ou perna;
- Dificuldade na fala, incluindo fala arrastada, problema para encontrar as palavras e incapacidade de entender a fala;
- Visão turva, dupla ou perda de visão em um, ou ambos os olhos;
- Perda de equilíbrio ou coordenação;
- Dificuldade para entender o que está acontecendo ou para se orientar;
- Náuseas e vômitos;
- Perda de consciência;
- Convulsões.
É crucial reconhecer esses sinais e procurar atendimento médico de emergência imediatamente, pois o tempo é essencial no tratamento do AVC hemorrágico.
Quais são os grupos de risco para o AVC hemorrágico?
Em relação ao AVC hemorrágico, pessoas com histórico de problemas cardiovasculares e doenças crônicas são mais propensas a passarem por um quadro da doença. São fatores de risco:
- A hipertensão arterial;
- A existência de aneurismas cerebrais;
- Pessoas que possuem malformações arteriovenosas;
- Dificuldade de coagulação;
- Traumatismo craniano;
- Uso de drogas ilícitas;
- A idade;
- Histórico familiar;
- O tabagismo;
- Consumo excessivo de álcool;
- Colesterol alto.
Como é feito o diagnóstico do AVC hemorrágico
Por se tratar de uma hemorragia cerebral, o processo de identificação da enfermidade precisa ser rápido, localizando a área do sangramento e realizando os procedimentos para conter os danos.
Tudo começa pela avaliação clínica, na qual os médicos coletam informações sobre os sintomas, histórico médico do paciente e fatores de risco.
Em seguida, é feito um exame neurológico detalhado, visando avaliar as funções cerebrais, incluindo reflexos, força muscular, coordenação, fala e visão.
Nessas etapas, também a realização de tomografia computadorizada de crânio ou ressonância magnética, que permitem a geração de imagens mais detalhadas do cérebro e identificar a localização e extensão do sangramento.

A tomografia é um dos exames feitos para detectar o AVCH – Foto: Divulgação/ND
Outro exame bastante comum é a angiografia cerebral, utilizado para visualizar os vasos sanguíneos do cérebro e verificar aneurismas ou malformações arteriovenosas.
Como de praxe, também são solicitados exames de sangue habituais, para avaliar o nível de glicose, capacidade de coagulação e outros fatores que podem estar aumentando o sangramento.
A agilidade é essencial nesses casos para que o diagnóstico permita um tratamento eficaz e minimize as sequelas do paciente que sofreu AVC hemorrágico.
Qual o tratamento do AVC hemorrágico
O tratamento do AVC hemorrágico é complexo e visa controlar o sangramento, reduzir a pressão intracraniana e minimizar as sequelas.
As opções de tratamento variam dependendo da causa, localização e gravidade do sangramento.
Inicialmente, são feitos os procedimentos clínicos, que incluem o monitoramento da pressão arterial, controle da pressão intracraniana com o uso de medicamentos, prevenção de convulsões, o tratamento em caso de complicações, como nos casos de infecção urinária, trombose venosa ou pneumonia, além dos cuidados de suporte, que mantém o paciente hidratado e nutrido.
Já a parte cirúrgica inclui a remoção do sangue acumulado no cérebro, cirurgias para redução da pressão craniana, embolização do aneurisma para parar o sangramento e remoção de artérias ou veias que possuem má formação.
Por fim, a reabilitação inclui sessões de fisioterapia para recuperar a força muscular, o equilíbrio e a coordenação, a terapia ocupacional, essencial para reaprender habilidades para atividades diárias, como se vestir, tomar banho e cozinhar.
O processo também inclui tratamento com fonoaudiólogos, que ajudam recuperar a fala, a linguagem e a deglutição, bem como apoio psicológico, que é uma ajuda valiosa para lidar com as emoções e os desafios da recuperação.
É importante ressaltar que o tratamento do AVC hemorrágico deve ser individualizado e adaptado às necessidades de cada paciente. A equipe médica irá determinar o melhor plano de tratamento com base na avaliação completa do paciente