Trump anuncia tarifas de 25% sobre carros importados nos EUA


‘Começamos com uma base de 2,5%, que é onde estamos agora, e vamos para 25%’, afirmou o republicano. O presidente dos EUA, Donald Trump, em 25 de março de 2025
REUTERS/Evelyn Hockstein
O presidente Donald Trump afirmou nesta quarta-feira (26) que os Estados Unidos vão impor taxas de 25% sobre todos os carros importados.
“O que vamos fazer é aplicar uma tarifa de 25% para todos os carros que não são fabricados nos EUA”, disse Trump. “Começamos com uma base de 2,5%, que é onde estamos agora, e vamos para 25%.”
Em evento no Salão Oval, o republicano também incentivou as empresas a produzirem dentro do país. “Se você fabricar seu carro nos EUA, não haverá tarifa”, disse.
Em fevereiro, Trump já havia adiantado que as taxas para veículos seriam de “cerca de 25%”. Na ocasião, ele tinha estabelecido o dia 2 de abril como prazo para confirmar a imposição da cobrança.
A taxa sobre veículos, que ainda não tem data confirmada para entrar em vigor, se junta à recente aplicação de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos EUA, independentemente da origem.
São tarifas que atingem em cheio o setor siderúrgico de grandes parceiros comerciais do país, como o Canadá e o México. O Brasil, que ocupa o posto de segundo maior fornecedor de aço dos norte-americanos, também é impactado.
Além disso, estão previstas também para o dia 2 de abril taxas recíprocas prometidas pelo republicano.
Tarifaço de Trump
Segundo Trump, a aplicação de tarifas visa lidar com déficits comerciais e problemas nas fronteiras, como a travessia de migrantes sem documentos e o tráfico de fentanil. Ele também afirmou que irá impor taxas de 25% sobre a União Europeia, mas não detalhou quando isso acontecerá.
Medidas como o aumento de tarifas de importação e a política anti-imigração de Trump podem gerar mais inflação nos EUA. Além disso, a renúncia de impostos para favorecer as empresas norte-americanas é vista como um risco para as contas públicas do país.
Esses fatores indicam que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) terá mais dificuldade em controlar a inflação, o que pode levar a instituição a manter seus juros elevados por mais tempo. Juros maiores elevam a rentabilidade dos títulos públicos dos EUA, considerados os mais seguros do mundo, o que aumenta o fluxo de investimentos nesses ativos e favorece o dólar.
No Brasil, a fuga de capital e a consequente valorização da moeda americana devem fazer com que o Banco Central (BC) continue elevando a Selic, taxa básica de juros, hoje em 14,25% ao ano, impactando negativamente a atividade econômica brasileira.
Além disso, o Brasil e o mundo também podem ser afetados por uma desaceleração da economia norte-americana e de outros países envolvidos na crescente guerra comercial, como a China e a União Europeia.
Outro reflexo para o Brasil é o aumento de oferta de produtos chineses. Com os EUA importando menos do país, itens manufaturados asiáticos (com preços muito mais baixos) tendem a buscar outros mercados.
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