Métodos
Os clubes quebram ou entram em colapso porque gastam mais do que arrecadam.
Ignoram a base.
Logo, não vendem jogador.
Pagam salários exorbitantes para qualquer cabeça de bagre.
Fazem contratos longos e caros com treinadores meia boca.

Processos
Mal conseguem pagar as salgadas taxas dos borderôs de jogos.
Muito menos as dezenas de rescisões de contratos parceladas.
Uma bola de neve que redunda em ações trabalhistas.
Que muitas vezes são julgadas a revelia.
No fim, sem alternativas, agonizando, são vendidos.
Viram Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Modelo
Levantamento de novembro do ano passado mostrou que 63 clubes no Brasil viraram SAF – esse número hoje é maior.
Aqui no estado adotaram esse modelo Blumenau, Brusque, Camboriú, Figueirense, Hercílio Luz e Tubarão.
Joinville e Chapecoense pretendem seguir o mesmo modelo.

Tendência
O BEC não tinha uma dívida astronômica.
De acordo com o presidente Caio Roberto, cerca de R$ 600 mil.

Novidades
Foi vendido para um grupo inglês.
A arrancada tem empolgado a torcida.
Depois do atacante Habibi e do técnico Leandro Melich, mais três reforços foram anunciados esta semana.



Solução
O Metropolitano, com um rombo de mais de R$ 14 milhões corrigidos e projetados, vai seguir o mesmo caminho.
Quando assumiu, o presidente Ronei Schultze afirmou que “essa é a única saída para o clube não fechar as portas”.
Sua intenção era deixar tudo pronto até 30 de abril.
Não vai conseguir.
Espera finalizar o processo antes do início da Série B, em 1º de junho.

Dor de cabeça
Entretanto, nem tudo são flores.
O Brusque vendeu 90% das ações para o grupo AVS, de Rubens Takano Parreira, dono do AVS Futebol SAD, que disputa a elite do futebol português, e vem se incomodando.
O AVS foi responsável pela indicação do técnico Filipi Gouveia, que já treinou um dos clubes adquiridos pelo empresário, o Vilafranquense, em 2022.

Teoria
O acordo previa o pagamento das dívidas que chegam próximas de R$ 18 milhões, em três parcelas, investimento de R$ 20 milhões ao longo de 10 anos e a construção de um centro de treinamento, orçado em R$ 10 milhões.
Um estádio com capacidade para 10 mil torcedores também está no contrato, vinculada a receitas futuras provenientes da Libra, grupo que negocia os direitos comerciais de clubes do futebol brasileiro.

Prática
Tem jogador que está os salários atrasados há mais de quatro meses.
A premiação pelo acesso para a Série B de 2024 não foi paga.
Para se ter uma ideia nenhum representante da assessoria de Imprensa do Brusque viajou para os dois jogos da Copa do Brasil, no Amapá (Trem) e Rio de Janeiro (Olaria).

Eco
Quando um trabalho é feito sem alarde ou loucura, com os pés no chão, sem atropelar etapas, ele geralmente não repercute.

Ação
A atual diretoria, em 45 dias, está transformando o clube em SAF, prestou contas do primeiro bimestre, se reaproximou da MIP, contratou uma empresa de auditoria para fornecer uma análise completa das práticas financeiras, contábeis, fiscais e tributárias, sextuplicou o número de associados, vem reformando o Sesi, fechou parceria com o Atlético Itoupava e a Associação Altona para os treinamentos, em parceria com o Instituto Metropolitano, confirmou a primeira avaliação de atletas para a base e vai apresentar o novo informe.

Aval
Paralelamente vem conversando com três investidores para a montagem do elenco profissional.

Etapas
Muita coisa foi feita.
Ainda há muito o que fazer.

Autoestima
Contudo, a maior vitória até aqui, já foi alcançada: a recuperação da confiança dos torcedores.
E isso é tão ou mais importante do que levantar um troféu.


Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h

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