
Com coordenação do Núcleo de Zoonoses de Rio Branco, animais têm atendimento veterinário 24h, recebem alimentação e podem ser visitados pelos tutores em horários definidos. Cadastro de animais domésticos deve ser feito na chegada dos moradores ao abrigo. Animais cadastrados passam por triagem ao chegarem no abrigo
Marcos Araújo/Secom
Mais de 100 animais estão no espaço destinado a pets no abrigo montado no Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco, para atender famílias atingidas pela cheia do Rio Acre.
Até a manhã de quarta-feira (19), já eram 110 animais, entre cães e gatos, adultos e filhotes. O local conta com coordenação do Núcleo de Zoonoses da capital, e também do Controle de Endemias, órgãos ligados à Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
Mais de 8,6 mil famílias diretamente afetadas pela enchente, o equivalente a 31.318 pessoas;
Pelo menos 171 famílias em abrigos, cerca de 551 pessoas;
Cerca de 598 famílias desalojadas, ou seja, que estão na casa de parentes ou amigos;
19 comunidades rurais afetadas, dentre elas três são isoladas, e 2.198 famílias rurais atingidas;
43 bairros da capital atingidos.
Os animais contam com atendimento veterinário 24h, recebem alimentação e podem ser visitados pelos tutores entre 15h e 17h. Já a alimentação é entregue pela manhã e à tarde.
“Temos estrutura pra 300 animais, atendimento 24 horas por dia com veterinária e agentes de zoonoses”, ressaltou o veterinário Hebert Teixeira, coordenador do núcleo.
Ainda conforme Teixeira, o cadastro dos animais deve ser feito já no momento em que as famílias dão entrada no abrigo. Ao serem recebidos, os moradores devem informar se há também animais domésticos, e é feita uma avaliação da saúde dos pets.
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“Temos horários de visitas das 15h às 17h, diariamente, com toda segurança para evitar acidentes. Só abrigamos animais das famílias que estão abrigadas no box do parque ou escolas. A alimentação é feita após a limpeza de manhã e no final da tarde”, acrescentou.
Em 2023, durante outra enchente do Rio Acre, alguns dos animais que haviam sido levados ao abrigo foram deixados pelos tutores após a cheia. Teixeira afirma que em 2024 essa situação foi amenizada, e espera que o problema não ocorra neste ano.
“Ano passado isso foi bem controlado não tendo animais abandonados, esse ano estamos ainda mais atentos com isso”, destacou.
Abrigo tem capacidade para receber cerca de 300 animais
Marcos Santos/Secom
Rio dá sinais de vazante
Rio Acre apresenta vazante na capital nesta quarta-feira (19)
Júnior Andrade/Rede Amazônica
O Rio Acre segue em uma lenta vazante na capital acreana. Nas últimas 24 horas, o nível das águas baixou quase 40 centímetros, conforme a Defesa Civil Municipal. Às 6h de terça-feira (18) o rio estava com 15,80 metros e nesta quarta (19) marcou 15,43 metros no mesmo horário.
“Temos vazante em toda bacia do Rio Acre, o que é uma boa notícia. Porém, a água que está em vazante vai passar por aqui, Rio Branco. Amanhã, quinta-feira, é possível que essas águas estejam chegando por aqui. Nossa expectativa é de que ter uma vazante forte de maneira que quando essa água chegue aqui, a gente ultrapasse a cota máxima desse ano, que foi de 15,88 metros”, explicou o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão.
Rio Acre chegou a 15,43 metros nesta quarta-feira (19) na capital
Jardel Angelim/Rede Amazônica Acre
O coronel destacou que há o risco de alagação na capital até o final do mês de março. Ele acrescenta que ainda não é o momento de iniciar a limpeza das residências por conta do risco de subida no nível das águas.
“Existe essa retração do rio, mas ainda não é o momento de limpar a casa, evite o contato com essa lama, água contaminada e se afasta. Claro que muitos não têm essa opção, mas se tiver, que evite para não ter problemas de saúde. Temos as consequências da enchente e as consequências da vazante, então, já deixamos esse alerta para as pessoas”, aconselhou.
O prefeito Tião Bocalom decretou, na última sexta-feira (14), situação de emergência devido à enchente do Rio Acre na capital acreana. Já o governador Gladson Cameli decretou situação de emergência diante do aumento do nível dos rios Acre, Juruá, Purus e Envira, no dia 10 de março. Nessa terça, após uma semana, governo do estado alterou o decreto e acrescentou os rios Tarauacá, Abunã e Moa por conta do transbordo destes mananciais.
169 famílias estão em abrigos na capital acreana devido a Cheia do Rio Acre
As famílias desabrigadas começaram a ser levadas ao abrigo montado no Parque de Exposições Wildy Viana, nomeado como Parque Abrigo, dia 14 de março, em Rio Branco. Ao chegarem no Parque de Exposições, as famílias fazem um cadastro e são direcionadas ao espaço onde poderão se instalar. Elas recebem refeições produzidas por equipes da prefeitura no local.
A orientação é que os moradores não tentem se deslocar ao abrigo por conta própria. É necessário acionar as equipes pelo número 193 para que seja gerada uma ocorrência, e a partir daí a retirada seja feita pelo órgão.
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